tag:blogger.com,1999:blog-51557297628425998562024-03-13T09:45:52.276-07:00Memória e Patrimônio em Dois CliquesSeminário Memória e Patrimônio em Dois Cliques: A pesquisa com imagens em
contextos museológicosMemória e Patrimônio em Dois Cliqueshttp://www.blogger.com/profile/16214684511514986773noreply@blogger.comBlogger14125tag:blogger.com,1999:blog-5155729762842599856.post-24550058878850827442008-11-14T17:00:00.001-08:002009-02-08T04:42:47.761-08:00A pesquisa com fotografia no Museu Paulista: construção de banco de imagens e coleções de retratos<div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Conferência: A pesquisa com fotografia no Museu Paulista: construção de banco de imagens e coleções de retratos</span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">13 de novembro de 2008 - 17h</span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Solange Ferraz de Lima</span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Museu Paulista e USP</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';font-size:13px;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxIyXoGV1gKeXwwIdVfQZ4Kx0tFJNmKZl6wDp_I3GzHLna2S39_7FIsc4O0R9FWW5iT0AnZ6s8wkddK_5bzoQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';font-size:13px;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Bom, boa tarde a todos. Eu agradeço muito o convite. Porto Alegre para mim mora no meu coração, porque eu tenho vários colegas aqui com quem eu compartilho o trabalho. E eu conheci a Chica, porque eu conhecia só a Cornelia, e agora eu conheço a Chica, e estou achando muito bom conhecer a Ana Luiza também que eu não conhecia ainda, então eu agradeço muito a oportunidade.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Eu ontem gostei muito de assistir</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"> a oficina e fiquei contente porque eu acho que o que eu vou trazer aqui para a discussão toca em muitos pontos do que foi tratado ontem. Eu acho que eu vou trazer aqui para a gente discutir a contrapartida que existe no mundo da web para banco de dados que vai um pouco em uma outra mão do que as instituições de pesquisa ou com os projetos comprometidos com o tratamento de acervo e a qualificação das fontes visuais vem fazendo, a exemplo do Biev e que nós tentamos também no Museu Paulista. Mas é um pouco para pensar em que contexto de web, de bancos digitais, nos estamos vivendo hoje em dia, o que torna mais desafiador ainda o nosso trabalho.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Bom, no âmbito dos temas propostos para o debate nesse evento, é oportuno refletir de modo mais abragente sobre o estatuto da fotografia no contexto dos arquivos, dos museus, bibliotecas, e de que forma ela pode ser mobilizada para a produção de conhecimento novo no campo das ciências humanas. Partindo das perspectivas da investigação social, para além das necessárias normas técnicas e protocolos de descrição, indexação, que viabilizam o acesso e a recuperação da informação, se faz necessário historicizar a própria condição e uso dos documentos fotográficos, antes e depois, isso é muito importante, da sua integração às instituições de preservação e difusão. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Essa reflexão engloba também o lugar da fotografia nos bancos de dados eletrônicos, vinculados às ações preservacionistas e às pesquisas. Eu vou falar de um lugar, que é uma instituição visual que é um museu. Então eu vou dar um breve histórico, relembrar um pouco da fotografia nos museus de história, como ela foi sendo apropriada paulatinamente pelos pesquisadores, preocupados com a questão do imaginário, das representações. Eu estou falando desse lugar que é um museu de história. E eu vou tratar destas questões, portanto, tendo como horizonte duas categorias de bancos de dados e bancos de imagens. Os bancos institucionais, e aqueles bancos integrados a projetos de pesquisa, que tem esse compromisso ou que nascem derivados dessas ações da investigação social. A gente vê um pouco as diferenças deles, analisar junto com vocês essas diferenças.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Bom, sobre o lugar da fotografia no museu de história. De início a fotografia é valorizada exclusivamente por sua capacidade didática e ilustrativa, ou como documento que substituía a ausência eventual de textos escritos, hoje ela é explorada na qualidade de representação de temas como a cidade, a natureza, os gêneros masculino e feminino, a infância, bem como parte e suporte das formas de constituição da identidade do indivíduo. Nós vimos hoje na mesa exemplos desses trabalhos. Ao longo da sua trajetória a fotografia penetrou de maneira muito diferente nos museus de arte, de história e de antropologia, bem como nos arquivos. Dado o seu caráter híbrido e a sua quase onipresença no cotidiano das pessoas, as primeiras reivindicações de integração da fotografia no museu surgem associadas as reflexões que buscavam inserir a fotografia no campo artístico, ou seja, reconhecendo nela o estatuto de obra de arte. Movimento iniciado desde os primórdios do invento da fotografia, no século XIX essa discussão acompanha o surgimento e a trajetória da fotografia desde 1840, ele conheceu o seu ápice com a criação do departamento de fotografia do museu de arte moderna de Nova York em 1937, por iniciativa de Beaumont Newhall. O livro é um livro clássico, que é História da Fotografia do Newhall, na verdade é um livro que antes surgiu como um catálogo dessa exposição que ele organizou, fazendo uma espécie de estado da arte da fotografia naquele momento, da fotografia moderna. Ele estava associado a fotógrafos como Stieglitz, Steichen, e conhece fotógrafos alemães também, e promove uma grande exposição em 1937, de onde surge este catálogo e que depois se transforma, numa outra edição, em livro. Então é a entrada pela porta da frente num museu de arte, da fotografia. Ou seja, é criado um departamento de fotografia, ele se torna o curador e enfim, tratando da história da fotografia muito dentro dos parâmetros da história da arte.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Se no contexto dos museus de arte a fotografia ingressou nessa qualidade de objeto valorizado por suas qualidades formais, ainda que exclusivamente associadas à autoria, bem dentro das categorias da história da arte, nos museus de antropologia e de história, a fotografia valia por sua capacidade narrativa e pelo conteúdo registrado. Por muito tempo, neste contexto, a fotografia desempenhou uma função instrumental na documentação de pesquisas de campo ou de registro catalográfico de acervos, como o caso típico do museu de história. No caso dos museus de história, muito embora as fotografias integrassem coleções e arquivos pessoais, isso vale para os arquivos também, os arquivos públicos, ela vem junto com coleções ou fundos de arquivos, junto com correspondências, diplomas, diários e demais documentos textuais, não havia a preocupação em dispensar a elas quaisquer tratamentos específicos de descrição e tampouco de conservação. Seria simplista explicar essa situação como fruto de um descaso ou da incompetência dos profissionais dos museus. Ela é fruto mesmo do estatuto que a fotografia gozava no âmbito das ciências humanas, que viam a imagem como uma expressão periférica dos fenômenos sociais, produzidos na dimensão política e econômica.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Essa é a situação corrente do uso da fotografia na primeira metado de século XX. O quadro se altera significativamente a partir do último quartel deste mesmo século, porém não sem problemas. Quando finalmente as ciências humanas se debruçaram sobre a fotografia, foi para entender a sua força indicial, associada às questões de manipulação e obliteração da "verdadeira realidade". O que hoje nós denominamos como representações, já na tentativa de relativizar o conceito monolítico de imaginário, era então visto como ideologia. Esse movimento de interesse teve início nos anos 60 quando começaram a surgir estudos voltados para os meios de comunicação de massa e para a indústria cultural. Nos anos 80, o mapeamento e descoberta de coleções fotográficas, especialmente de paisagens do século XIX, dispararam os preços da fotografia no mercado de artes e antiquariado. Esse movimento, a Denise tocou aqui no Centro de Preservação Fotográfica da Funarte, começa justamente nos anos 80, por uma iniciativa desse centro da Funarte, em fazer um grande diagnóstico das coleções fotográficas existentes, do patrimônio fotográfico brasileiro. Se tinha a idéia de que muitas dessas fotografias, do século XIX a maioria, estavam sendo vendidas para coleções no exterior, e esse diagnostico era uma tentativa de afinal se conhecer esse patrimônio. Esse trabalho contou com a participação pioneira do Sérgio Burke que naquela época estava associado a este Centro de Conservação e Preservação Fotográfica e foi um incentivo para que as instituições, museus, arquivos, começassem a ter ferramentas de tratamento, principalmente de conservação para as suas coleções e reconhecer o valor como patrimônio, como patrimônio brasileiro.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">No esteio deste movimento, tem um encontro que é marcante, que foi feito no MIS em 1981, quando o Boris Kossoy era diretor do MIS, que reúne muitos destes curadores e instituições discutindo essa situação do patrimônio fotográfico brasileiro. E no esteio disso, ao longo dos anos 80, o que nós assistimos é uma produção de catálogos, um incremento editorial como álbuns faximilares, catálogos de muitas... uma publicação institucional mesmo, catálogos de muitas instituições que começam portanto a divulgar esse patrimônio "recem descoberto", que começa a ter uma atenção diferenciada. E se investe também na construção de uma história nacional e internacional da fotografia, mas essa história que é produzida, ela é uma história da fotografia ainda muito pautada nas categorias da história da arte. Então procurando identificar, inventores, os autores principais de cada movimento, seguindo, trabalhando com estas noções de obra, autoria e trajetória, bem próprios da história da arte.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">A partir dos anos 90, o interesse de historiadores, antropólogos e sociólogos pela fotografia se vê bem alargado. Confluem os usos sociais e científicos que a fotografia vinha recebendo, com os novos paradigmas das ciências humanas, que colocaram a dimensão visual e material da sociedade de consumo ocidental no centro das reflexões epistemológicas. Novas histórias da fotografia começaram a ser escritas, de um ponto de vista que procura entender o como e seus efeitos, naqueles que produzem e naqueles que fruem a imagem. Tratava-se, portanto, agora de entender o papel social da fotografia no contexto de uma cultura visual contemporânea. Esse movimento todo, ele de alguma maneira está associado à esse preocupação, à crise da memória que o Charles fez referiencia hoje, mas que ao mesmo tempo sucita uma busca incessante, uma febre por memórias também, tocou diretamente num outro movimento que acontece entre historiadores, que é a formação de Centros de Memória, ou arquivos vinculados às empresas privadas, não só as instituições públicas, mas as empresas privadas também.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzsbyf_rrXg7f1FpzyFyYadQt5azIL9fDyR3Gf6w_EGBF-Z3dq4TIqxMfT7nU-RkQKQS3sQdgMTQQJGXHIIaA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><img src="http://www.blogger.com/img/blank.gif" alt="Alinhar ao centro" border="0" class="gl_align_center" /></span><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Essa formação de Centros de Memória, Museus e Arquivos Institucionais que se voltam para a salvaguarda de fontes materiais e visuais, e sua transformação em patrimônio cultural acontece, de uma certa maneira, valorizando muito mais a fotografia do que os outros acervos. Isso é um dado. Muitas empresas começam, no final dos anos 80, a contratar empresas de história - isso aconteceu muito em São Paulo, não sei se aqui em Porto Alegre também acontece - para fazer a história empresarial. Mas quando se propõe esse centro, muitas vezes o empresario ou o dono da industria, que quer fazer a sua história, e construir a sua memória, que na verdade significa firmar a sua identidade naquele presente, não quer tratar dos arquivos administrativos. Eles querem só a coleção fotográfica, que é mais ou menos o Chantilly, começa aei um processo muito problemático, de desvinculação muitas vezes das fotografias de seus arquivos ou fundos administrativos. Isso foi um movimento que nós assistimos também no esteio dessa valorização da fotografia.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">A inserção do suporte fotográfico como quadro de preocupação dos profissionais envolvidos com a guarda e tratamento documental de acervos institucionais, sejam eles privados ou públicos, é hoje um fato inegável. No entanto, o reconhecimento da existência de massas documentais de natureza fotográfica, não vem sempre acompanhado do domínio, ainda que mínimo, daquelas noções conceituais e técnicas, capazes de garantir a integridade desses acervos. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">A fotografia deve ser entendida sempre como um documento pertencente a um conjunto maior e não necessariamente esse conjunto maior é exclusivamente fotográfico. Isso quer dizer que o seu potencial polissêmico não deve ser comprometido por ações descontextualizadoras, que muitas vezes acabam acontecendo neste centros. Separa-se, tira-se as fotografias às vezes de processos administrativos, de missões fotográficas, para se constituir alguma coisa baseada em critérios exclusivamente estéticos e associado um pouco a essa idéia de suporte de memória.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">As fotografias, especialmente as ditas "antigas" guardam um fascínio que não poucas vezes serve de armadilha para os envolvidos com as atividades técnicas de conservação, restauração, organização física e catalogação. O valor estético, a raridade do tema, ou do processo técnico envolvido no processo fotográfico, aliados ao valor de antiguidade, criam em torno destas imagens uma aura, que ofusca a dimensao biográfica característica de todo documento. Com isso, fica-se tentado a ver o objeto fotográfico como autônomo, uma jóia rara, capaz de nos trazer de volta o tempo passado, como se esse fosse algo que estivesse ao alcance das mãos dos especialistas que para resga-los, bastaria reconstituir a integridade física do objeto fotográfico. Quando a fotografia é redusida à sua pura materialidade e conteúdo visual, ela se torna um fetiche, e os fetiches são objetos aos quais nós outorgamos um poder inerente. Ao ser deslocado da rede de relações sociais do qual ele é produto, esse objeto fetiche, ele perde a sua historicidade, torna-se autonomo, e passa a ter, como atributo próprio, os sentidos e as qualidades simbólicas que na verdade a sociedade um dia a ele conferiu.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">A fotografia então, se a gente pensar nas suas várias dimensões, como um documento de arquivo, ou seja, produto de ações que visam o cumprimento de uma atividade, seja ela de natureza pública ou privada, ela é geralmente associada a documentos textuais e tridimensionais os mais diversos. Entnao pensem no acervo de uma secretaria de obras, nunca é só fotografia ou uma coleção fotográfica, mas está associado a processos, a uma série de outros documentos também. Contextualizar a fotografia significa manter o seu lugar de procediencia no quadro documental, refletindo a atividade que a produziu. Isso pensando a fotografia como um documento de arquivo.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Como documento de coleção, e aqui isso nos interessa particularmente, a fotografia é fruto de uma iniciativa pré-concebida, que visa a acumulação de um tipo de imagem, segundo critérios próprios da atividade colecionista. A fotografia de coleção também possui um contexto que é aquele estabelecido pelas práticas do colecionismo, aqui também tanto o privado como o institucional. Colecionar é uma prática que retira o <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">objeto de um contexto para introduzi-lo em outro, agora regido por regras definidas por seu proprietário. Então pensem isso, tanto no colecionismo privado né... tem alguém aqui que coleciona? Então, você retira e começa a montar sua coleção que tem critérios, tem pessoas que só colecionam cartões postais de meios de transporte, tem pessoas que colecionam coisas verdes, enfim... tem coleções... eu trabalho no museu, convivo com colecionadores, colecionam rótulos, aí só rótulos de produtos nacionais, isso são critérios que o colecionador estabelece. Nós podemos pensar um museu como uma instituição visual, como um grande colecionador também. Quando nós recebemos essas coleções privadas, o que acontece é uma transcendência do espaço privado</span></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">para um espaço público, e nesse novo espaço, que é o museu, o grande colecionador, existem também políticas de acervo, regras, critérios, que o curador estabelece. A preocupação maior, quando se trata dessa fotografia de coleção, que é diferente do documento de arquivo, que tem lá uma acumulação chamada orgânica, é que muitas vezes, a instituição sobrepõe a esse arranjo inicial do colecionador, dado por ele, os interesses insititucionais e desmancha, ou se perdem as pistas do que era a organicidade dessa coleção primeira. Então quer dizer, acho que o grande desafio do curador começa por aí, conseguir trabalhar os critérios de sua instituição, sem contudo que isso aconteça em detrimento daquela<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> biografia, daquela história que a coleção traz. Porque acho que é tão importante isso ao longo dos anos de trabalho meu e da Vânia recebendo coleções no museu paulista, isso foi se tornando uma questão cada vez mais importante. O ato de doar uma coleção, ele é tão importante quanto os objetos, esse sujeito, porque é a coisa mais comum num museu as pessoas chegarem com meia dúzia de documentos, é um diploma, um passaporte, um álbum de família e ele selecionou aquilo do seu universo doméstico, para fazer essa transcendência, por alguma razão, ou é uma homenagem à família, ou a seu pai. É uma maneira de tornar público uma parte da memória, da vida dele e nós não podemos perder essa procedência e temos que documentar, portanto, não só o objeto que chega, mas como ele chega. Quais são as motivações que fizeram com que aquele doador, que se torna o doador de uma coleção para nós, quais são as suas motivações? Porque ele escolheu esses objetos para pertencer ao museu? Quer dizer, isso para nós é tão importante quanto, e a responsabilidade é muito grande, porque ele está nos dando isso para que a gente continue cuidando de alguma maneira. Por isso que eu falo dessa biografia, sai de uma coleção, sai de um lugar, de um espaço, e vai integrar uma outra, como coleção também né, nesse museu como um grande colecionador.</span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Daí a importância dos curadores deixarem muito claros os critérios de coleta que norteiam a formação de seus acervos. Estes devem estar afinados com as questões colocadas nas áreas de pesquisa da instituição. Como um produto da sociedade, no seu sentido mais amplo, a fotografia não é nem sequer uma imagem, mas ela é um artefato, que só pode ser compreendido em sua dimensão histórica. Isso significa acompanhar a trajetória do objeto fotográfico, essa chamada biografia, para que possamos então entende-la como produto e também como agente de práticas culturais. No entanto, a biografia do objeto-documento, não deve destruir a biografia do sujeito da coleção, isso que eu estava me referindo a pouco. As diversas situações em que o objeto deve ser estudado não podem implicar a sua retirada do conjunto do qual faz parte, já que este conjunto é também fruto de uma prática cultural de natureza biográfica.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Tendo isso como pressuposto no qual eu acredito e nós pra<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">ticamos no museu paulista, eu queria analisar com vocês um pouco a existência dos bancos de dados eletrônicos e o que significa esse contexto de descontextualização, na verdade, que toda essa valorização da fotografia trouxe também, quer dizer, o outro lado da moeda.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Se nos anos 80 assistimos ao movimento inicial de preservação de acervos públicos e a sua difusão editorial, e nos anos 90 este movimento começa a dar seus primeiros frutos acadiemicos. No novo século são os bancos de dados que aparecem como potencial para alterar significa e definitivamente a nossa relaçnao com as imagens visuais em geral, em particular com as fotografias. As formas de colecionismo digiral e seus modos de difusão guardam alguns problemas que já existiam antes da história da fotografia, dentro do quadro de formação da cultura fotográfica contemporânea. Na condição de historiadoras e curadoras voltadas para os problemas da visualidade, com projetos de curadoria e pesquisa desenvolvidos, que eu tenho desenvolvido junto com a Vânia Carneiro de Carvalho, nos defendemos a necessária ampliação dos usos de um banco de dados, não só para alimentar e sucitar pesquisas que envolvem series documentais maciças, como e principalmente, ser um repositário dos resultados dessas pesquisas de<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> modo a garantir a qualificação permanente de fontes e suas trajetórias depois de integradas e apropriadas por pesquisadores e cientistas sociais. essa relação solidária, e nós num artigo, nos Anais do Museu Histórico Nacional de 2000, nós tratamos exatamente disso, quer dizer, uma defesa para uma relação solidária entre a curadoria e a pesquisa, e a Zita tratou disso no começo, essa necessidade do retorno, quer dizer, o pesquisador faz alguma coisa, seria importante que ele retornasse esses resultados, porque nem sempre o curador tem o domínio total de todas as suas coleções, ou a comrpeensão de todos os temas que estão sendo tratados ali. Na medida em que ele atende e pode disponibilizar para os pesquisadores este acervo, o melhor seria que estas pesquisas produzidas pudessem se integrar, e o banco de dados é um espaço para isso, a vida, a biografia desse documento depois de integrado a um acervo institucional.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Esse seria, nos parece, o caminho mais profícuo ara promover um olhar crítico em relação a abundância de imagens transferidas para o meio digital, circulados na web, na maioria das vezes de modo descontextualizado. Com o intuito de tornar essa problemática mais concreta, proponho aqui então uma análise rápida, bem exemplar do que seriam esses bancos de dados.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwNiCbcsUl18RPyUyEfF-Y621DVvKjGZhL4Ydj5BJLF_gmjhJg6kWuDqeg23wKkYUgVDAQqwgPUSnyzSDT2Qw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">A ferramenta de busca mais comum aos bancos de imagens, que todos aqui já fizeram uso, é esse descritor ou a palavra-chave. Essa é uma poderosa ferramenta de recuperação da informação visual, que privilegia o conteúdo visual e temático em detrimento de outros aspectos do documento visual. Especialmente no caso do documento fotográfico, cujos exemplos eu pretendo aqui analisar. Ao privilegiar o conteúdo temático essa ferramenta promove uma perigosa descontextualização, que acontece em níveis distintos, desde o deslocamento da fotografia de suas condições de produção, até dos contextos de uso, passando pelo apagamento de séries, missões fotográficas, coleções e arquivos aos quais as fotografias foram ou estão implicados.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dw4cbQSAb5PdJ65T7yMn_XAmBgezLrXcqXaVQ4njvjqKVXuiVxGy9ITDrGBa3xmPytB3PuE0akJNEVYscnP2A' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">A contrapartida dessa tipologia de banco de imagens, são os bancos que nasceram associados à projetos de pesquisa, ou aqueles vinculados a instituições vocacionadas e comprometidas com a pesquisa, e que tem condições de incrementar seus catálogos digitais com os resultados dessa pesquisa. Trata-se de um caminho alternativo, com poucos e promissores exemplos, mas tem um lado meio utópico, que a gente esbarra co<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">m vários problemas também.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxRVu9LVggM7oJkS2DGzGQFqUDw_rFkE6k_2_iMWowh5zrXcIec3nKiTTy-ETGyz5_8ZGM4KUIlSb1HWWIw0g' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Para a gente começar com esse estudo de caso aqui,<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> eu queria só mencionar de onde me veio um pouco a idéia de fazer esse balanço de banco de dados, até em função... nós estamos na mesma situação hoje que o Biev, de transferência para uma base de software livre. A gente vai trabalhar com o MySQL e vai significar fazer tudo de novo, tem um amigo meu fotógrafo que trabalha no mundo digital, quando nós fotografamos a coleção Militão Augusto de Azevedo, 12 mil e poucos retratos em 1996, o arquivo salvo foi em bmp. Jpeg já existia, mas não para pobres mortais do terceiro mundo, a gente<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> consegui salvar em bmp. Isso significa que hoje nós vamos ter que redigitalizar todo esse acervo. A sorte é que na época nós fomos conservadores e temos o cromo de todo esse material, então não precisaremos voltar aos originais, que estão lá preservados. Mas é um pouco o preço que se paga quando você se arrisca nessa seara e lida com essa obsolescência programada, que é o mundo hoje em dia da informática. Mas enfim, faz parte, ossos do ofício, vamos lá, vamos fazer tudo novamente, não tem problema nenhum, não vamos desistir.</span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Mas, por conta disso, então a gente tem sempre olhado<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> os bancos, os similares, os mais diveros, e tem um artigo muito interessante de um<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">a arquivista australiana chamda Joanna Sassoon, e esse artigo está num livro da Elizabeth Edwa<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">rds sobre a m<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">aterialidade dos objetos fotográficos, e o título do artigo é "photographic materiality in the age of digital reproduction", e ela faz aqui uma brincadeira, porque ela dialoga o tempo todo com o texto do Walter Benjamin "A fotografia na era da reprodutibilidade técnica", então ela vai justamente tratar da mesma questão, ela começa dialogando com o Benjamin, para falar do que acontece hoje quando a fotografia passa a integrar esse mundo digital.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyN6OQWCIrZoj3OO3hqnjBUdJSTvIkV650BDqwAmx_d1n5JYCpzsHXHWQMqmnvxickiXYPqSVXVRNFp6eVAkQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><img src="http://www.blogger.com/img/blank.gif" alt="Alinhar ao centro" border="0" class="gl_align_center" /></span></span><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">E a sua crítica é uma crítica muito contundente no que se refere a essa descontextualização, e ela chama a atenção para o processo crescente de comodificação ou de mercantilização da imagem né e que a gente sente em vári<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">os nív<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">eis, não só na questão dos direitos autorais, o que você tem que pagar, até quanto custam as coleções hoje, e quem pode comprar as coleções. É um problema político, estamos tratando disso, gerenciamento de informação, e quem tem poder para deter acervos e a informação sobre esses acervos.</span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div></div><div style="text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dz3JvwBdkDJLQO1oGNyrSdBz7bUk_6I0rmsjOoUL-oo0AHxUE8YOpjbhceL8PezdvFTXpRWr5m3TTDP9NYPDA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></div>Memória e Patrimônio em Dois Cliqueshttp://www.blogger.com/profile/16214684511514986773noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155729762842599856.post-44462621527920590612008-11-14T17:00:00.000-08:002009-01-20T05:49:48.403-08:00Pierre Verger: a escrita do Outro com imagens<div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Conferência - Pierre Verger: a escrita do Outro com imagens</span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">14 de novembro de 2008 - 17h</span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Conferencista Jérôme Souty (EHESS França e UERJ Brasil)</span></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Eu quero falar aqui da representação do outro nas imagens de Pierre Verger, do uso que ele fez das imagens na suas pesquisas (pesquisas etnográficas sobretudo, mas também históricas), no seus álbuns ou livros, e da articulação entre as fotos e a escrita para a produção de um saber.<br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Como vocês provavelmente já sabem, Pierre Verger foi um fotógrafo nos anos trinta e quarenta, e ele também virou progressivamente etnógrafo, etnólogo, historiador e mesmo botânico.... Nasceu em 1902 e foi criado numa família da alta burguesia parisiense. Logo rejeitou as influências exteriores, tão sociais como culturais ou estéticas. Teve uma juventude rebelde. Queria ressaltar o fato que ele foi um autodidata, tanto na fotografia como na antropologia. Não recebeu formação universitária.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyJ5zDfypce6KBnkfIZLrXIBDZMnBeS1e8ldfbQT3GvOqkOjzqX0o0GQhTxGXC4KyYFgDHkxcAGNzc0qwLeew' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">No inicio dos anos 1930, Pierre Verger começou a prática fotográfica como fotógrafo independente, livre de qualquer compromisso, seja artístico, jornalístico ou cientifico. Ele era membro de uma agência fotográfica (Alliance Photo, a matriz da Magnum que contou também a colaboração de Frank Capa, David Seymour, Henri Cartier Bresson...), mas ele não trabalhava sob encomenda dessa agência, ou muito pouco. Além disso, estava sempre em grandes viagens ao redor do mundo, longe da sede da agência, em Paris.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Desde o inicio da sua prática fotográfica no início dos anos 1930, ele se interessa pouco pelos monumentos ou pelas paisagens. São as pessoas que captam toda a sua atenção. Ele fotografa sobretudo as manifestações culturais, as festas populares, a arte de viver no cotidiano. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Depois de 10 anos de viagens no mundo inteiro como fotógrafo independente, ele vai passar alguns anos, de 1942 à 1946, nos planaltos dos Andes, entre o Peru e a Bolívia. Baseado em Cuzco, ele trabalha como fotógrafo para o museu Nacional Peruano (de Lima). Focaliza a sua atenção nas manifestações religiosas e festivas dos índios: em particular as danças, as festas, os trajes... É aqui que ele vai realmente começar a desenvolver um olhar mais etnográfico. [2 fotos Peru & Bolívia, 1942-46]</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Mas é sobretudo a partir da sua descoberta das culturas afro-brasileiras do Nordeste (ele chega em Salvador/Bahia em 1946), que a fotografia se tornou um precioso instrumento de suas investigações documentais e etnográficas.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Depois dessa data de 1946, a quase totalidade das fotos tiradas são dedicadas ao mundo afro-americano e africano. Em 1948, depois de passar dois anos em Salvador, ele vai no Benim e Nigéria para fotografar, e também pesquisar a matriz dos cultos afro-brasileiros...</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Finalmente, Verger dedicou cinqüenta anos de vida (de 1946 até a sua morte 1996) ao estudo das culturas da África do Oeste e suas diásporas religiosas no Brasil (em particular o candomblé em Salvador, mas também o xangô em Recife e a Casa das Minas em São Luis) e, em medida menor, nas Caraíbas (a santería em Cuba, o vodu no Haiti). </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">No Brasil, ele foi iniciado ao candomblé de Salvador e assumiu certas responsabilidades honoríficas. Na África yoruba, depois de um longo processo de iniciação ao sistema de adivinhação do Ifá, virou Babalaô, mestre do segredo, guardião do saber oral yoruba. Na África foi iniciado também em algumas sociedades secretas masculinas? No Brasil na sociedade dos Eguns, os espíritos dos mortos.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Pelas imagens, pela escrita ou pela fala, Ve</span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">rger sempre destacou a força de resistência e de adaptação das culturas negras. Ele deu a ver o que as culturas africanas preservaram e reinventaram no Novo Mundo: as manifestações culturais e religiosas, a arte de viver. Ele sempre defendeu os valores sociais e psicológicos ligados às religiões politeístas: ausência de proselitismo e da dicotomia bem/mal; auto-estime dos adeptos; múltiplos processos de identificação, pluralidade das mediações, etc. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">[2 fotos de dois de seus ’’iniciadores’’ no Brasil (Mãe Senhora) e no Nigeria (Oluwo Ojo Awo)]</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwa1WRXLHMQ1TjKrUCg0YeovTYwn-JeeEKbKdt3ZOjjypJmS9Y9iEKY2xyjctONVv1h4Llh50NcTK5-OPG5ww' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Uma representação fotográfica do Outro radicalmente nova</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Quando Verger começou a fotografar, nos anos trinta e quarenta, a fotografia era ainda amplamente utilizada como uma ferramenta da antropologia física de caráter racista. As fotografias antropométricas eram muito utilizadas para descrever e a classificar as populações e as ‘’raças’’ do mundo, os tipos humanos. São imagens que afastam o sujeito da sua essência humana e que reduzem ele ao mero estatuto biológico, ou à suposta condição de ‘’inferior’, de ‘’primitivo’’. Nessa época, a fotografia servia também para constituir uma série de imagens exóticas e pitorescas, de cartões postais, que promoviam a ideologia colonial. Estou falando de um contexto geral: claro que tinha exceções, existia fotógrafos mais “humanistas”.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">É notável que, desde o início da sua prática fotográfica, Verger se colocou na contra-corrente destas representações fotográficas ‘’científicas’’ do outro. Suas imagens não revelam o olhar frio, classificador e naturalista da antropologia da época. Elas são também a contra-corrente das representações colonial do outro: rejeitam conotações pitorescas, exóticas ou condescendentes. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Ao contrário, Verger mostra uma empatia profunda em relação ao sujeito fotografado. Pois, muitas vezes ele compartilhou de perto a existência e a amizade daqueles que fotografava. Para ele, eles foram muito mais do que meros objetos de estudo ou de fotografia. [foto de Verger numa aldeia na África]</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Suas fotografias traduzem um olhar sensível e cheio de curiosidade.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Não há mise-en-scène de uma alteridade inacessível. Verger dá a ver uma alteridade enriquecedora e ‘’assimilável’’. Não existe uma representação da distância ao outro, mas, ao contrário, uma tentativa de se aproximar do outro, de torná-lo mais próximo. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Na verdade o tipo de representação do outro nas imagens de Verger é muito ligado ao tipo da interação que ele desenvolveu, no campo, com as pessoas que ele fotografava. Além da participação de longa duração e a empatia que já falei, Verger usava um tipo de aparelho (o Rolleiflex) que deixa livre o olhar e favorece o diálogo visual, a interação dos olhares entre o fotógrafo e o fotografado [fotos Bolívia 1942, Vietnam 1939, Haiti, 1948]. Com a sua função de mensageiro entre Brasil e África, Verger fazia um uso relacional da fotografia, mostrando as imagens aos membros separados de uma mesma cultura, nos dois lados do Atlântico. A fotografia foi para ele muito mais que um mero instrumento de coleta, que uma caderneta de notas visual, que um diário visual, ou mesmo que um produto artístico. A fotografia entra em ressonância com a cultura oral, suscita muitas reações, facilita a troca de informações. Nesta foto construída em “abismo” [Benim, fim dos anos 40] pode-se ver as reações de curiosidade, de alegria, de felicidade.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dx8x9O3SiBAvTM_-yQ_GKDPbv9hpmHuDDuwcwm_9LoIqVTcT4-6xBRtmRAiioo-6QAVZCEcxDHQcA50VnyHqw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Verger quebrou os códigos etnográficos de registro fotográficos: </span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- O sujeito existe por ele mesmo: não é o representante anônimo e impessoal da sua ‘’raça’’ ou da sua cultura. As personagens aparecem com as suas singularidades individuais irredutíveis. [2 fotos, Benim, Haïti]. Por exemplo, às vezes as imagens priorizam a beleza plástica de um indivíduo. [2 fotos, Benim]</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- As personagens estão muitas vezes descentradas da imagem ou até mesmo fora de campo visual principal. Isto reforça a impressão de autonomia dos sujeitos. [foto, dança para Heviosso (Fons), Benim, anos 40]</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- O sujeito não posa, não está parado: as imagens são dinâmicas. A mobilidade do fotógrafo e a instantaneidade em relação ao evento fortalecem o realismo das imagens. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Os corpos estão em movimento, em ação, quase nunca estáticos: corpos em festa (dança dos sambistas, febre do carnaval), em êxtase (o transe de possessão), no trabalho (pescadores tirando as redes, carregadores do porto…). [foto, Salvador, 1952; Santería, Cuba, 1948]</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Os ângulos de tomada são novos (plongée, contre-plongée) e múltiplos [foto capoeira. Salvador, anos 40]</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- A fotografia não busca necessariamente mostrar todos os elementos da cena, nem apresentar de maneira exaustiva as informações. Ela dá a ver um ambiente ou uma qualidade de clima social. Ela sugere a atitude, o jeito de ser do outro, às vezes a partir de um detalhe, de um movimento delicado, de um olhar carregado de emoção. [foto, Mali, 1935]</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Podemos afirmar que Verger participou amplamente da renovação do olhar eurocêntrico sobre o homem negro, ele mudou a representação fotográfica do homem negro. Talvez pela primeira vez na história da fotografia, não é mais um olhar de homem branco sobre Negros, mas o olhar de um indivíduo sobre outros seres humanos. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyH7a0bTsfBRSkdDVK62GCIq9GcYKb0S207nuAtdOhN_4nyyPNg39t1KuuRKqQjPEjntUerBPM_bN33RGZZOA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Arquivo, classificação e base de dados</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Em La Chambre Claire, Roland Barthes já explicava que “a fotografia mostra imediatamente a soma de ‘detalhes’’ que é o próprio material do saber etnológico. Por exemplo, se eu amplio/aumento esta fotografia (ou se eu a observa de perto com muita atenção), vai aparecer um detalhe antes invisível: um brinquinho na orelha desse bebê; e com isso entendemos que é uma menina [foto Benin, anos 50]</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">As fotografias de Verger possuem freqüentemente uma potente carga documental. Mostram um número importante de informações (sobre rituais, festas, artesanato...). Elas permitem a observação dos detalhes e a percepção fina dos gestos. Vistas separadamente são de grande densidade etnográfica. Mas, além disso, uma vez integradas num corpus fotográfico, elas constituem um rico instrumento de análise etno</span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">lógica. Assim, a partir de 1946-48, as fotografias do mundo africano e afro-americano, serão indexadas e organizadas com cuidado, formando um vasto corpus que permite a análise comparativa entre o mundo yoruba e fon (na África) e suas diásporas nas Américas. Nesse momento, a obra fotográfica de Verger se transforma num trabalho, numa empresa de arquivo visual, na constituição de um acervo quase exaustivo.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Este acervo fotográfico, que hoje está na fundação Verger (Salvador), constitui uma formidável base de dados comparativos sobre as culturas oeste africanas e a suas diásporas. 62 000 fotos, quase todas em preto e branco.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"> O tipo de classificação que Verger fez dos seus arquivos fotográficos foi essencialmente geográfico, às vezes também temático, mas nunca foi cronológico (ele não datava as fotos). Na elaboração desta classificação, ele se inspirou, por parte, do seu método empírico de fotógrafo viajante. Não adotou necessariamente uma taxonomia científica rígida e exclusiva que seria dependente de critérios estritamente etnográficos. Classificou suas fotografias para utilizá-las e em função de uma temática aberta, </span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">que não exclui agrupamentos de acordo com afinidades estéticas ou subjetivas. O tipo de classificação da fototeca inspirou-se mais na classificação de uma agência fotográfica do que na tipologia de um museu etnológico. [Série 4 fotos homens adormecidos] em Salvador e em Recife, a série dos “dormeurs”, se fosse na fototeca do Musée de l’Homme em Paris, seria incluído no grupo types et vêtements. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"> Muitos etnólogos sociólogos, historiadores, utilizaram as fotografias de Verger: Alfred Métraux, (também fotografava, muitas vezes preferia as de Verger para ilustrar os seus artigos ou livros sobre Haiti), Roger Bastide, Gilbert Rouget, Manuela e Mariano Carneiro da Cunha, Lydia Cabrera, Gilberto Freyre, etc. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"> Essas imagens vão também enriquecer os acervos de museus. No Musée de l’Homme, em Paris, a partir dos anos 1930, as fotos de Verger (que foi fotografo benévolo do museu entre 1932 e 1937) vão também servir em e</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">xposições etnográficas). </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';font-size:10px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Passagem da imagem a escrita. Nova articulação entre a imagem e a escrita</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Fotógrafo antes de ser etnólogo, Verger atribuía inicialmente uma autonomia completa à imagem. Ela é auto-suficiente, não precisa de comentários ou de interpretação. Funciona num registro diferente daquele da escrita. A foto era para ele um meio ideal, não verbal, para mostrar sem explicar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">No início dos anos 1950, após suas primeiras investigações na África sobre a origem dos cultos candomblé, Verger simplesmente não entende que o pesquisador Théodore Monod (na época diretor do IFAN em Dakar) não se satisfaz com o lote importante de fotografias que lhe entrega, resultado visual do seu trabalho de campo (e justificativa da sua bolsa de pesquisa). Nessa época, tudo o que ele tem a mostrar está inscrito nas suas fotografias. Ele confia, sem explicações, nas virtudes documentais da fotografia e não tem nada a acrescentar por escrito. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Mas, depois, querendo mostrar a fidelidade africana dos cultos brasileiros, ele vai utilizar a imagem de maneira cada vez mais organizada e de maneira cada vez mais didática. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> -mais organizada: por causa da sua preocupação de exaustividade e de cientificidade, ele deve antecipar as suas necessidades fotográficas e premeditar as tomadas de vista (por exemplo, obrigação de fotografar cada um dos principais orixás e os seus atributos, tanto na África como no Brasil). </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> -mais didática: ele vai operar uma montagem adequada das imagens, legendando as suas fotografias, escrevendo os textos que as acompanham. O ensaio fotográfico, logo aparece como a forma mais adequada para construir uma narrativa ao mesmo tempo visual e escrita, e para dar uma melhor coerência ao corpus visual. Verger vai criar uma articulação texto-imagem original e inédita. Nos seus álbuns, a articulação das fotos com os textos vai muito além da simples ilustração. Acoplados, montados, interpenetrados, imagens e palavras produzem um sentido, uma narrativa. Há uma coesão da montagem, ida-e-volta e congruência entre o verbal e o pictural, entre o que diz o texto e o que mostra as imagens.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">A publicação do álbum Dieux d’Afrique em 1954 (pela primeira vez, Verger é o autor dos textos que acompanham as suas imagens) e sobretudo a longa redação das Notas sobre o Culto em 1957 (600 páginas de descrições etnográficas densas...) e o momento chave desta transição. Obrigado a escrever, Verger vai perder a liberdade do artista que tira fotos sem compromisso, sem idéia pré-estabelecida. Ele vai perder essa disponibilidade, o que ele chamava de “fotografia pelo inconsciente”, que fazia o charme, o estilo das suas imagens iniciais. Cada vez mais o serviço de... Vai diminuir muito a sua produção imagética nos anos 1960, e ele vai parar definitivamente a fotografia em 1982. </span></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 13px; font-weight: bold; "><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">A comparação pela imagem </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Verger desenvolveu um trabalho metódico de comparação visual sobre as culturas negras na África e no Brasil. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Em alguns álbuns como Dieux d’Afrique (1954) ou Orixás (1981), ele mostra as semelhanças culturais e religiosas entre os dois lados do Atlântico, através de uma série de fotos colocadas lado à lado, em espelho.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">São muitos dípticos, colocados em página dupla, compostos de uma fotografia africana e uma foto brasileira. Às vezes, o negativo de certas imagens foi invertido a fim de acentuar o efeito de espelho..... Essa distribuição cria um diálogo visual. A justaposição visual convida imediatamente à fazer uma comparação. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">[foto do Orixá Xangô, Ouidah/Salvador. Foto Transe, Benim/Salvador]</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> As semelhanças e as permanências se destacam com clareza. Assim se apresenta a proximidade dos cultos yoruba e baianos: dos rituais e dos orixás, dos objetos e acessórios e mesmo das posturas, dos estados corporais e das expressões dos rostos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> Essa justaposição é também um convite “a procurar o erro”, localizando as diferenças, as nuanças e as adaptações. Além de algumas mudanças do ritual ou das representações de cada orixá entre a África e o Brasil, também pode-se observar diferenças de ordem mais geral. Assim, as cerimônias africanas são principalmente públicas, no exterior, ao ar livre e na luz do dia; enquanto os rituais brasileiros parecem ter um caráter mais privado, freqüentemente acontecendo em espaços fechados. No Brasil, observa-se também uma simplificação das formas, da decoração e das ornamentações; tem algumas diferenças nas danças rituais; as cores de pele são um pouco mais claras, etc. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">[2 fotos adivinhação com noz de palmeira/África, com noz de Kola/Brasil]</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">[2 fotos de mulheres caindo no santo e ajudantes Arica/Brasil]</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Nota-se que Verger estabelece também comparações visuais entre os Yoruba/Nago e os Fon/jeje, mas às vezes identificando os Yorubas africanos com seus descendentes Nagô do Brasil. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Em seguida, esta técnica de demonstração pela imagem vai ser incluída em numerosos livros e álbuns:</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> Em particular: Orixás, Deuses iorubás na África e no Novo Mundo (1981). E a versão revista e completada de Dieux d’Afrique, com muito mais detalhes. A parte feita no Brasil é ampliada. As informações são incluídas de maneira mais didática. As fotografias, mais numerosas, e freqüentemente acompanhadas da sua série, são também menos expressivas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> Na obra coletiva Da Senzala ao Sobrado (1985), livro menos conhecido. a contribuição de Verger é dupla. As suas fotografias ilustram os textos do Manuela e Mariano Carneiro da Cunha sobre a arquitetura brasileira no Nigéria e no Benim. Ele também organiza um “ensaio fotográfico”: as numerosas fotografias apresentadas tratam da influência arquitetural brasileira (sobrados urbanos e casas rurais) nas cidades yoruba da Nigéria. Imagens são acompanhadas de curtas legendas explicativas que formam uma relação narrativa entre as imagens ou entre os blocos de imagens. O tipo de paginação e de distribuição das fotos constitui um início de interpretação que participa da intenção de demonstrar a importância e a unidade da arquitetura brasileira no Nigéria. [Foto de sobrado, Ibadan]</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> Nota-se que este princípio de oposição visual a África/Brasil que favorece as identificações por justaposição e comparação visuais, será utilizada em numerosas exposições e álbuns organizados após a morte do fotógrafo. De fato, o princípio é aplicável a uma vasta gama de temas: objetos de artesanato, instrumentos de música, trabalhos e técnicas, gestos, expressões faciais e retratos, cenas da vida diária... </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">[-2 fotos acarajé Ouidah/Salvador ]</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">[-2 fotos dockers Dakar/Salvador]</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">[4 Fotos atabaques: Culto aos orixás no Benim, Candomblé em Salvador, Casa das Minas em São Luis do Maranhão, vaudou em Haiti)]... e poderíamos assim continuar com outras fotos da Santería em Cuba, do Batuque em Porto Alegre.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Séries e seqüências de imagens </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">A idéia de série narrativa é largamente procedente da foto-reportagem. Uma reportagem consiste em contar uma história com várias fotografias. Verger, que foi também fotoreporter desde o início da década 1930 até 1960, dominava a técnica narrativa pela imagem (O Cruzeiro). Mas, a partir do fim dos anos 1940, a fotografia de Verger torna-se sobretudo documental e o tipo narração que se aplica no campo da etnografia não é o mesmo. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Nas fotografias feitas sobre os cultos africanos e afro-brasileiros, a série adquire uma dimensão demonstrativa, uma função científica. As fotografias em série, publicadas em livro-álbum, permitem sobretudo figurar as etapas do ritual, a sua progressão, o seu caráter dinâmico. Elas permitem decompor o ritual em unidades compreensíveis. Para o espectador, a fotografia única tem apenas um sentido estético ou informativo no primeiro grau etnográfico. Uma fotografia isolada de um ritual dá uma visão parcial, fragmentada. Ao contrario, multiplicar os pontos de vista de maneira diacrônica e situar os acontecimentos no espaço e o tempo permitem dar uma visão mais global do ritual. Apresentadas em série coerente, as fotografias podem adquirir um significado, uma inteligibilidade nova. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">A montagem adequada de séries de fotografias privilegia assim a elaboração de um sentido etnográfico e permite constituir uma forma de fotografia-linguagem, que as legendas ou os comentários apóiam. Trata-se de uma espécie de “romance-foto” que comunica uma idéia da estética do ritual, da mise-en-scène, da sucessão dos episódios, da relação dos protagonistas entre si, com o público, com os músicos, etc.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Freqüentemente, as legendas conectam uma imagem à outra, às vezes por meio de pontos de reticências. O comentário se apóia na imagem, e vice e versa. Por exemplo, a iniciação é descrita graças a uma série de imagens emblemáticas e as legendas permitem esclarecer a sentido e a ordem das seqüências visuais.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Dentro de uma série, o fotógrafo utiliza às vezes métodos específicos, como o plano campo/contra-campo, para acentuar a dinâmica visual e quebrar a impressão de linearidade. [3 fotos com o Orixá Xangô na África]</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Verger usou também uma técnica de montagem paralela ou ’’cruzada’’ de duas séries de fotografias de um ritual similar na África e no Brasil. Duas (ou três) séries são misturadas em um único bloco narrativo que mostra o desenvolvimento de uma seqüência ritual. Isto é, na mesma seqüência, reuniam-se imagens fotografadas na África (às vezes em vários lugares) e no Brasil. Ainda para apoiar essa idéia de similitude/fidelidade entre África e Brasil. [3 fotos em série num santuário africano]</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">As séries de fotos de Verger mostram que os rituais afro-brasileiros são também performances artísticas e que o corpo humano está no centro desse dispositivo (danças, percussões, cantos, possessão ritual…).</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Queria também enfatizar o fato que a sensibilidade do fotógrafo pode alcançar essa dimensão artística fundamental do ritual, uma dimensão que torna possível a eficácia simbólica dos rituais. Quero dizer aí que não tem oposição, entre sensibilidade artística e conhecimento cientifico, bem pelo contrario.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Fotografar o ritual. A busca da foto simbólica</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">A observação vivida ou o cinema permitem acompanhar o desenvolvimento de uma seqüência, e ver a dimensão diacrônica do movimento. Mas Verger, que participou várias vezes nas montagens de filmes documentários, considerava freqüentemente a imagem parada como mais interessante que a imagem animada. Esta, pela sua rapidez, nem sempre permite perceber o detalhe. Nas imagens animadas se sucedem as impressões visuais fugazes, uma anulando imediatamente a precedente. Pelo contrário, a imagem imóvel possui freqüentemente uma carga informativa mais densa, permitindo entender a essência do movimento, a dinâmica de um gesto ou de uma expressão, sua beleza, sua simbólica.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Contudo, não é necessário exagerar a capacidade das seqüências fotográficas de restituir o desenvolvimento de um ritual. Verger tomou fotografias em série dos rituais, mas não necessariamente de maneira sistemática ou numa vontade de exaustividade. Ele estava consciente da impossibilidade de restituir por intimação o desenvolvimento e a dinâmica de um ritual, como poderia eventualmente fazê-lo um filme. Além disso, existem limitações técnicas do aparelho Rolleiflex: rebobinar a cada tomada, filme de 12 poses, impossibilidade de tiro em série.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Por isso, Verger não se obrigava a constituir seqüência completas. Graças a essas justaposições de fotografias apresentadas em série, o desenvolvimento do ritual é restituído numa dimensão que não é contínua, mas descontínua. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyBuasuqfh-lCGuVPnpCf_SxAk4G23YyTu4B3tYY9aUM089YYlCcODL2wzLIBQoBK9YbKwiCV3G0Twh2tmZTQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Antes de se esforçar para constituir uma panóplia completa, ele procurava a imagem simbólica, representativa. Por exemplo, nestas 4 fotos em seguidas tiradas do livro Dieux d’Afrique: se trata aqui [4 fotos, Benim, 1949] de uma seqüência do rito público Oma, um rito de expiação, resultado da violação de uma proibição relativa às divindades ou aos seus representantes.</span><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> Aqui, uma iniciante engravidou durante o período de reclusão no convento (onde nenhuma relação sexual é autorizada), o que suscita reações coletivas indignadas, zombadoras e paródicas. Estas 4 imagens fortes, de forte carga estética, acompanhadas de suas legendas precisas, são suficientes para explicitar o ritual. </span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">O Orixá é um elemento da natureza, corresponde também a um arquétipo de personalidade (seguindo a própria interpretação de Verger), mas também represente um </span><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">ancestre familial (sobretudo na África). Nas legendas dos seus álbuns mostrando pessoas em transe de possessão, Verger nunca fala dum “individuo possuído pelo orixá tal..”, mas ele fala em geral de “a personificação do Orixá tal “... ou ele cita o próprio nome do Orixá. i.e: é o próprio orixá que é representado nas fotos. Por exemplo nesta foto [foto de Ogun, Benim, 1948], podemos facilmente identificar o Orixá Ogun graças às seus símbolos representativos: o sino agogô ou adja e a faca (se fosse Xangô seria um duplo machado, Oxum um espelho dour</span><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">ado, etc.). Mas é também a expressão facial, a postura corporal do iniciado em transe, e mesmo, segundo algumas interpretações o tipo físico do iniciado, que nos permitem identificar o deus. Como si o arquétipo de personalidade da divindade, o seu caráter (Ogun, guerreiro e orgulhoso; Xangô justiceiro e viril, Oxum sedutora....), fosse visíveis.</span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Além disso, devemos lembrar que, nas suas interações comuns, os orixás re-jogam as cenas, evocando assim os episódios míticos e a vida das divindades (a briga entre Xangô e Ogun, o ciúme entre as mulheres de Xangô, Oxum e Yansã, etc.). </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Assim, o “arrêt-sur-image” fotográfico e as séries destas fotografias nos permitem de passar, para dizer assim, do novicio ao deus, do rito ao mito, do gesto a sua significação simbólica. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Para concluir, vou mostrar um outro exemplo de foto simbólica e impactante [Foto sacrifício, Salvador 1947]. Nesta imagem feita em Salvador de Bahia, no terreiro do Pai Cosme, podemos ver um filho de santo, cheio de sangue sacrifical, com plumas de galinh</span><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">a de angola na cabeça e no pescoço, segurando a cabeça de um carneiro pela boca (ele está mordendo a artéria do bicho). </span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">A coisa estranha é que o olho do bicho é muito brilhante, parece realmente vivo, enquanto o olhar do homem é apagado, ele parece desmaiado... Podemos ver essa foto como uma imagem emblemática. Pois ela ilustra perfeitamente o princípio do sacrifício de substituição: a força vital do animal é tirada para o beneficio da pessoa que oferece o sacrifício. Essa força vital é uma oferenda ao deus (o orixá incorporado no individuo possuído), e ao mesmo tempo é um meio para o adepto possuído adquirir um suplemento dessa indispensável energia mágica-religiosa. Assim, esta imagem ilustra um princípio fundamental do candomblé: a necessária circulação/redistribuição da energia sagrada ou força mágica, chamada axê. </span></div></div></span></div></div>Memória e Patrimônio em Dois Cliqueshttp://www.blogger.com/profile/16214684511514986773noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5155729762842599856.post-52594413661678658032008-11-14T15:30:00.000-08:002008-12-25T16:18:16.352-08:00O documento fotográfico como suporte de interpretação museográfica<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Simpósio “O documento fotográfico pesquisado: projetos museográficos e montagem de exposições”</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">14 de novembro de 2008 - 14h</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Coordenação:</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Profa. Dra. Liliane Guterres (NAVISUAL UFRGS, UCS e UNILASALLE)</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Palestrantes:</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Ivo Canabarro</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> (Unijuí) – “A utilização da fotografia para a construção do conhecimento histórico”</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Rafael Devos</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> (BIEV e NAVISUAL, UFRGS) - “Animando documentos: coleções de crônicas etnográficas em vídeo, animações de fotografias e material iconográfico com documentos sonoros na montagem de narrativas em hipermídia.”</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Ceres Storchi</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> (Arq. UFRGS) - “O documento fotográfico como suporte de interpretação museográfica”</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Debatedora:</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Jeniffer Cuty (PROPUR/UFRGS) </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">“O documento fotográfico como suporte de interpretação museográfica”</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Ceres Storchi (Arq. UFRGS)</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';font-size:10px;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyoJmUJuu9bfy-G54NNmhVOf2xJwqn1gaMC_nA6cl2XT4mgMXbg64_s9_YS3f3U1j0juSnFWwfGnqNumVtYwA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></span><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Bom eu gostaria em primeiro lugar de agradecer a oportunidade de estar aqui apresentando este trabalho e também ao público que está assistindo esta explanação. Eu sou arquiteta, trabalho com museografia, hoje a minha produção é 90% na área de museus, seja na área da arquitetura, de projetos para museus, ou na área de museografia, projeto de exposições e de museologia. Eu trabalho também com alguns museus no interior e nesses museus a gente tem que fazer o trabalho do museógrafo também, no sentido de orientar a preservação dos acervos, a manutenção, a guarda desses acervos, e o enriquecimento do material documental dessas instituições.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">A construção narrativa, para nós, ela é uma estratégia de projeto. Eu vou sempre me referir a nós porque o trabalho de museografia é um trabalho de equipe, é um trabalho de idas e voltas dentro do projeto, em contato com curadores. Quase nunca somos curadores, mas também fazemos trabalho de curador. Eu trabalho com o Nico Rocha, tem outras pessoas que trabalham comigo, a Jeniffer já trabalhou também, em algumas exposições, fora a equipe das instituições que são preciosas para o nosso trabalho. Dentro das instituições a cooperação dos profissionais é fundamental para a riqueza do trabalho, para o sucesso do tr</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">abalho. Não só o sucesso no sentido do número de visitantes, mas o sucesso no sentido de que todos nós a cada trabalho precisamos crescer, eu não vou falar em método, mas precisamos enriquecer as formas de fazer. Eu sempre digo que em museografia não se tem um método. A construção vai acontecendo, e ela acontece de forma distinta a cada trabalho.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Bem, o assunto aqui é fotografia, então vocês imaginam, nessa</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"> diversidade de assuntos e de instituições que se trabalha, muitas vezes a gente chega num lugar e não tem nem acervo. Tem uma história para contar, um museu para criar e não tem acervo. E as pessoas elas não entendem o que é um museu, muitas pessoas não sabem o que é um museu, elas acham que o museu é um lugar para guardar coisas. E elas estão ganhando coisas que precisam ser guardadas. E na verdade não é difícil fazer entender, as pessoas, independente do seu contexto social e cultural, elas entendem com uma certa rapidez o que é o trabalho do museu e porque se faz museus. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">No trabalho de museografia, a fotografia entra de várias maneiras. Ela pode ser simplesmente a fotografia porque é uma exposição de fotografias, então se está expondo o trabalho de alguém ou uma documentação sobre alguma coisa não no sentido de contar a história dessa coisa, pode ser uma exposição da fotografia como objeto. Nós já fizemos algumas, fizemos a exposição do Chambí na 4ª Bienal, do Verger, do Leon Ferrari. O trabalho do Leon Ferrari é bem interessante porque ele trabalha a fotografia como fotografia, ele faz um trabalho interpretativo da fotografia ao compor o seu trabalho de artista e ele tem um acervo do pai dele. O Leon é um senhor idoso, e tem o trabalho de acervo do seu pai que também fotografava e que têm em seu acervo fotos de um fotógrafo napolitano, um fotógrafo do início do sécu</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">lo XX. Então neste trabalho do Ferrari eram fotos de três fotógrafos e ainda tinha o trabalho de artista do Ferrari. Foi forte a presença da fotografia como um documento mesmo, tem imagens da cidade, não sei se vocês viram, tinha uma foto em 360º, uma imagem de um terremoto em Nápoles. Foi bem interessante, a gente propôs colocar em (???) e ele pediu que não fosse em 360º, ele tinha toda uma explicação, que era assim realmente a questão do movimento em relação à foto, ele conhecia milimetricamente o que era essa documentação. A relação da cidade toda demolida em cada grau dessa angulação.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Mas aqui, neste trabalho foi mostrado como fonte de inspiração, pode-se dizer, porque a gente faz a construção museográfica, tem a construção fotográfica dentro da construção museográfica, a construção narrativa neste todo museográfico, então a foto nesse processo, ela está desde a informação inicial ao trabalho até no caso o que se coloca frontalmente ao observador e a construção final no espaço físico.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">A questão do arquiteto no projeto museográfico, vou falar um pouco sobre isso porque no meu mestrado eu trabalho esse espaço entre o tomar contato com a necessidade presente no trabalho, seja ela temática, é quase sempre um tema, mas ela pode não ser um tema, esta extensão que vai desse conhecimento do material, até a decisão ativa sobre o que se vai configurar fisicamente. Eu considero esse espaço um espaço de respeito e humildade diante do que se coloca, por quê? Tem um arquiteto trabalhando nisso, foi muito bom ter encontrado esse texto do Louis Kahn, um arquiteto americano que fez projetos na Índia. Para ele era muito importante também esta questão do lugar, essa questão do que se coloca, ele dizia “entender o que esta coisa quer ser”, e eu acho que esse espaço da espera para entender o que aquilo quer ser é um espaço necessário, e é um espaço que às vezes envolve muito tempo de contato, escuta e observaçã</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">o, contato com a equipe que participa. Em muitas exposições se tem antropólogos, sociólogos, historiadores, museologos, fotógrafos, pesquisadores de outras áreas, pesquisadores de história oral. Tudo isso compõe esse substrato que está nesse tempo e depois entra num outro status, todos entramos com outro status no tempo da configuração física.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Eu vou apresentar alguma coisa e eu vou colocando o que... vocês pod</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">em também depois dizer como viram isso, vocês talvez tenham um entendimento diferente de como isso se coloca. Bem, aí é um pouco isso que eu estava falando, depois eu vou apresentar todos estes itens pontualmente, mas eu montei um gráfico que é: a foto no processo, se ela é uma foto mesmo no processo original. Tem ali depois uma colocação que é em função do tema e de certas especificidades do tema, que contribui tematicamente para a construção do espaço. A fotografia então, como eu falei, está como estratégia de intervenção, não estou mostrando exposições de fotografia. Então no que eu chamo de construção fotográfica como um contexto de informação, um contexto de ambiência e uma narrativa fotográfica, num seqüencial de fotos que contam mesmo uma história, que depende de uma história para ser contada.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Como documento original: esta é uma exposição sobre imigração que tem documentos, é uma exposição montada com documentos escolhidos pelas próprias pessoas que são retratadas na exposição. E a construção museográfica então é a foto criando uma certa ambiência, filtrando no caso de pele e membrana, no sentido de fazer uma mudança de espaço, uma mudança de status para o observador. E depois como espacialização de idéias no tema.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Bem, aqui nestas imagens, é uma exposição de arqueologia, também da 4ª Bienal, a mesma que teve o Chambí. Nós tivemos contato com esse acervo, são três acervos fortemente presentes e aí tem alguns elementos de acervo da Universidade Federal de Pelotas, tem acervos de Santa Catarina, mas ele é basicamente Banco Santos, do ex-Banco Santos, um acervo maravilhoso, o ace</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">rvo do Oscar Landmann, que é um acervo particular, e o acervo do MAI. Foi curada pelo Eduardo Neves, e a gente conheceu estas coleções nos locais onde elas eram guardadas, onde estavam sendo restauradas. Essa exposição tratava de três estágios de transcendência dentro dessas culturas, que era a cultura Marajoara, Chavín, Moche e Tapajônica, da cultura andina pré-incaica e a nossa Tapajônica e Marajoara. Tratava destes momentos de transcendência que foram registrados nestes objetos. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">O Eduardo identificou nestas culturas, que eles usavam bebidas e elementos alucinógenos durante rituais sociais, então essas figuras, nós criamos uma classificação destes momentos da transcendência, e dividimos a exposição sequencialmente nestes diferentes momentos. Essa serpente, essa sinuosa, também é um pouco dos relatos e de questões que identificamos na literatura. Na verdade vários elementos inspiram, porque quando você vê uma foto e quer saber, então vai atrás da escrita e quando você vê a escrita você vai atrás da foto. Porque a escrita é extremamente estimulante iconograficamente, porque a escrita realmente faz com que se crie muita coisa e quando nós temos a foto, nós precisamos de toda a escrita, porque a foto é mais rica quando se tem uma escrita a respeito dela. Essas fotos elas foram utilizadas como ferramentas de projeto, de interpretação, porque o nosso trabalho é muito interpretativo para a construção narrativa e se propõe na configuração espacial, se objetiva, o retorno desta interpretação, os espaços são configurados com vistas a este retorno.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Bem, nesse trabalho eu digo que são narrativas fotográficas originais por quê? Todos esses quadros ali que vocês vêem, tem onze instâncias, são onze pessoas. Essa exposição foi em Minas, no Museu Abílio Barreto, </span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">sobre imigração em Minas Gerais. Belo Horizonte viveu um surto de imigração para a construção da cidade como capital de Minas Gerais em alternativa a Vila Rica, que era a capital anteriormente. A primeira reunião sobre esse projeto foi com o conselho do museu, que era um conselho formado por pessoas da Universidade, da Prefeitura e de pesquisadores do próprio museu. Esse museu é um museu pequeno, mas tinha lá na época uma equipe de 35 pessoas, operantes. Duas conservadoras maravilhosas e equipe de pesquisa histórica. Quando nós pegamos o trabalho já estava andando uma pesquisa, nesse sentido de identificar estas pessoas. Porque tem vários lugares, eles têm essa tradição do bar de esquina, então tem vários bares que são de imigrantes, e muitos deles ainda vivos, filhos desses imigrantes que vieram. Até os anos 40 veio muita gente, e depois eles tiveram um surto quando da implantação da FIAT. Nós queríamos fazer também essa parte que era da vinda da FIAT, mas não tinha material, não tinha como fazer, tinha que ter organizado mais para o tempo que se tinha. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Então ali, esses documentos são documentos escolhidos, as pessoas escolheram o que elas achavam que contava a sua história. E é muito interessante, porque é tão diverso, como é diferente a escolha de uma pessoa para outra. Esses nove eu considero que foram muito bem escolhidos porque não tem foto de festa, são fotos e documentos de momentos muito preciosos, momento em que foi preso durante a ditadura, momento em que escreveu uma determinada música, momento que criou o bar, momentos desse tipo. Podem ver que tem u</span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">ma ali que é só documento, não tem foto, eu não lembro para dizer quem era, mas eu ajudei a montar essas coisas lá também... Depois voltando, essas são questões... o que se fez? Se colocou frontalmente a essas pessoas que no caso são parte da cidade hoj</span></span></span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">e, questões históricas da cidade, mapas, fotos de Belo Horizonte, tem todo um mar de fotos da cidade, questões dessa ordem. Depois tem uma vitrine que nós chamamos de Nau, essa nau tem o</span></span></span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">bjetos destas pessoas. </span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; font-size: 10px;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxf_Xe38IVvZ9kV8M8EEgzDurMKZQNd95cBdw8VmTCflB_TaOAtDAO1tQ5agbu2r5jgr02W688oaV-mSK0cJg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; font-size: 10px;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Eles ficaram muito chocados no conselho porque o Nico fez uma pergunta assim “vocês querem uma exposição de lencinho, ou uma exposição...”, de lencinho no sentido de carregar o lencinho porque as pessoas poderiam chorar, no sentido de ser emocionante. E um assim bem intelectual ficou muito chocado, “como assim emocionado...”, ele ficou realmente preocupado, ele fez uma pergunta assim “qual é o método de vocês”, porque imagina, leva umas pessoas daqui para Minas, para fazer uma exposição, ele achou “vai ser uma porcaria isso né”, porque, pensar em fazer as pessoas chorarem... Mas não é, é que se realmente é representativo, estas pessoas saíram de suas terras e vieram, tem que ser uma coisa emocionante, tem que ser algo que toque. Então esses objetos têm todos uma história que é realmente emocionante, essas pessoas escolhem o que é forte na vida delas. Tinha uma senhora japonesa que foi babá de uma família no Japão e veio <span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; font-size: 16px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; font-size: 10px; ">com a família para cá e essas histórias eram as mais incríveis. Essas fotos que estão nas paredes também são fotos escolhidas por eles, então praticamente todo o material... o único material que é do museu é o material onde mostra Belo Horizonte. Então essas fotos aí como eu falei foram usadas no original e aí nós usamos, o único efeito de uso cenográfico, iconográfico das fotos é naquela pele da entrada, que são os tecidos altos em que se colocou vários... todo o acervo fotográfico que tinha no museu e algumas coisas que eles forneceram, mas basicamente o material fotográfico é todo original.</span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Bom, isso aí é numa construção de fotografia como base para informação, isso é na exposição Visões da Terra, que foi no Museu Universitário. Então temos uma foto de uma geleira e ali os dados de atmosfera, constituição da água e questões desse tipo, por quê? Por que essa foto do gelo? Porque se conhece muito pouco do que está abaixo dos </span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">nossos pés e o </span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">gelo ainda é uma forma de informação, sempre novos dados são obtido a partir da perfuração, informação da constituição da água, então por isso que tem essa... isso é quase uma estratigrafia, mas não, é uma geleira mesmo, uma foto de uma geleira. E aqui é uma foto da NASA, tem um astronauta, essa foto está falando sobre o espaço, sobre a conformação das camadas no espaço.</span></span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Essa é outra exposição no Museu Universitário, a Bere, que está ali, foi responsável pela pesquisa sobre o professor A. Schultz, então foi o nosso rico ambiente museológico, porque as exposições da UFRGS elas são de disseminação cultural, nas que eu fiz se teve um pouco de ambiente museológico no sentido convencional de reconstituição de determinado espaço. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">O professor Mariath, que era um dos curadores dessa exposição ele tinha guardado alguns, e tem no Instituto de Biociências o material que era do professor A. Schultz que foi o fundador do Instituto de Biociências. E uma coisa bonita aqui na UFRGS é que os professores, quando eles têm oportunidade eles homenageiam os seus mestres, botam nomes nas exposições, se preocupam em mostrar o material e guardar o material, isso é muito interessante, é um respeito pelo saber, pela construção do saber, acho que é uma idéia bem bonita de ser levada adiante, de se mostrar para quem ensina também. E a Bere fez a pesquisa sobre o professor A. Schultz e construímos esse ambiente, mas eu aqui estou falando por causa do uso da fotografia. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">O professor A. Schultz fazia estas viagens de campo, como muitos professores ainda fazem hoje, mas tem uma documentação fotográfica muito interessante sobre isso. Então lá está ele nessa balsa, essa foto é muito interessante porque parece que a gente vai entrar junto na balsa, nós usamos esse ambiente, e usamos </span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">na lateral. A nossa idéia era usar essa foto da balsa aqui, que era no corredor. Mas ela ficava tão forte que praticamente ela travava ali. Na verdade o corredor ele tinha os dois sentidos, um sentido que levava a observação desse ambiente da reconstituição do gabinete do professor Schultz, e do outro lado tinha uma linha de tempo da evolução do conhecimento da Biociência, tinha a história inclusive dos viajantes, porque essa exposição tratava de herbários, então tem os herbários, eles tratam até hoje com acervo que viaja e com documentação de desenhos e de fotos. Então o que se construiu? Usamos essa foto do ônibus para construir isso que era o A. Schultz. Tem os livrinhos dele de anotações, é precioso, a gente consegue ler esse material. E ele com o ônibus, esse ônibus era da UFRGS.</span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Bem, aqui então a gente tem uma construção fotográfica que foi para o Espaço Mercosul, em Montevidéu, que era de uma exposição sobre os cem anos do Érico Veríssimo. E é muito interessante porque o Érico ele tinha uma relação extremamente amigável com a fotografia, ele é muito fotografado, eu acho que ele gostava de ser fotografado, tem fotos feitas por ele, tem desen</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">hos feitos por ele. Tem um desenho ali que é uma ilustração de uma carta dele, de quando ele morava nos Estados Unidos. Então tem um seqüencial narrativo, por ele próprio, porque todo o texto é texto do Érico. A curadora foi a Elizabeth Torresini e eu acho que ela vê no Érico um deus, acho que ela não teria coragem de escrever, é uma questão assim de... É impressionante como ela pescou todos estes textos que é ele mesmo contando, você lê toda a vida dele através da palavra dele próprio, e não poderia deixar de ser, eu acho que ela tem razão.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Essa é uma construção... fizemos uma expos</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">ição para o IPHAN, lá no sítio, em São Miguel, e eles pediram que se construísse uma imagem que fosse uma imagem de memór<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; font-size: 16px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; font-size: 10px; ">ia, uma imagem de devaneios da memória. Então nos forneceram um acervo grande, fotografias de vários períodos, tem um fragmento lá da ruína, eu acho que é um topo de coluna, é um topo de coluna.</span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Bem, esse trabalho eu acho que é talvez a coisa mais impressionante que tem para mostrar tendo em vista o tipo de trabalho que vocês fazem. Há bastante tempo atrás eu fiz um trabalho para o SEBRAE (???) e eles nos mandaram em vários lugares, eu e outra consultora da área de história e uma consultora da área de museologia, para identificar trabalhos que deveriam ser feitos em vários lugares da região. Então tinha museus, igrejas, escolas, coisas assim. Esse foi o único lugar que eu visitei na época, isso eu vou ter que contar porque isso são aqueles tapas na cara que a gente leva, enfim... tem que avançar. Eu fiz um relatório dizendo que não va</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">lia a pena investir e fazer nada nesse lugar, eu tenho esse relatório escrito por mim e assinado. Aí um dia nos chamaram para ir exatamente neste lugar e eu mandei por e-mail o relatório, de novo. Eles chamaram assim, nós Tangram né, a empresa, nada a ver com o SEBRAE. Porque eles tinham recebido, o prefeito ganhou uma verba parlamentar para usar nesse lugar, do Ministério da Cultura, e o grande problema era que tinha que usar com cultura. E aí imagina, essa cidadezinha, como eles mesmo dizem, nem paróquia mais é. Tem uma igreja linda e vai um padre uma vez por semana, então eles tem uma mágoa enorme que o padre vai só uma vez por semana, rapidamente para rezar uma missa lá nessa igreja.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzby8M-FXN4Wav-XICygvS35lqHgOT6dckJ8w-bog-dVsE-hbZsTdE2yGx-KlgveXoPgk_1iv7a3E0N2ztx3g' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Essa edificação que tem</span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"> lá era o colégio das freiras. E quando eu fui não tinha telhado, tudo caído, o acervo na chuva, tudo rachado, assim uma coisa impressionante. O que dava para fazer era “protege esse acervo”, era só o que dava para dizer e bem complicado porque coisas boas e bem comprometidas. Então quando nos chamara</span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">m de novo, fomos lá e eles tinham recuperado essa casa. Eu digo recuperado porque não dá para dizer que é restauração, foi uma coisa assim feita... as janelas não es</span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">tão bem vedadas, as portas não são bem vedadas, mas digamos foi feito uma higienização, pintura, solidificação de coisas que estavam caindo, esse tipo de intervenção. E aí nós fomos, eu e o Nico, e como se diz, estávamos num beco sem saída. O acervo, enquanto fizeram a recuperação esse acervo ficou jogado, tinha até sujeira de porcos, nós temos fotos disso. Viemos de lá apavorados “e agora o que vamos fazer”, porque ninguém quer se ver associado a uma ação de abandono, a gente foge de situações assim. </span></span></span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">E aí se começou o trabalho e um dia o prefeito disse “Ceres eu preciso que tu venhas à noite porque agora já é época e eles estão plantando e eu preciso que alguém convença essa comunidade que esse dinheiro tem que ser usado nisso”. Porque realmente eles não podem usar em outra coisa, e as pessoas, vereadores, as pessoas acham que tem que fazer estrada, comprar </span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">máquina, porque realmente eles precisam de estrada, precisam de máquinas, e o dinheiro do Ministério da Cultura tem qu<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; font-size: 16px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; font-size: 10px; ">e ser usado naquilo ali. Então eu fui uma noite e expliquei, apresentei o projeto, disse o que iria fazer e <span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; font-size: 16px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: 10px; ">surpreendentemente essas pessoas da comunidade, essa comunidade são... que moram lá eu acho que oito casas espalhadas talvez em 10, 15 Km, e eles mesmos já começaram também a projetar. Falei que queria usar uma casa, a foto de uma casa, coloquei mais ou menos qual era a intenção, e aí eles prontamente já foram escolhendo, ajudando a escolher a paisagem, escolher a casa, tudo né, isso foi bem interessante. E a montagem depois foi mais interessante ainda porque eles entravam e diziam, “isso nã</span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: 10px; ">o pode estar assim, isso tem que estar assado”. Cinco dias, todo mundo participou, iam depois do horário do plantio, porque já e</span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: 10px; ">ra primavera, as roças estavam andando então vinham, horário de verão, vinham tarde para participar. </span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Bem, então o que a gente tinha lá? Tinha algum relato deles, que era da época do SEBRAE, entrevistas que a Naida Menezes fez, várias entrevistas. Tem lá na região um centro de genealogia, nós fomos para o centro de ge</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">nealogia, que esse padre, ele fez caixas das famílias, ele tem aquelas caixas de camisa com fotos das famílias, mas ele fez de muitas famílias. Ele fazia isso sozinho, então ele batia a história... acho que porque não tinha papel, ele batia atrás de embalagens com aquela letrinha que é a letrinha da máquina quando a gente dava aquele tipo de (???) que era a letrinha que ficava por primeiro, segundo, que nem o azinho, ele fazia tudo na letrinha pequenininha e tudo junto os relatos, tem isso tudo escrito, sendo digitalizado. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Na exposição se usou uma casa, um ambiente tem essa casa, que é uma casa que existe, e eles moram naquela casa que aparece no cantinho e essa casa está do lado, usam de celeiro, é uma casa linda, olha só. Então depois se colocou essas figuras para compor e depois em uma outra sala nós decidimos trabalhar com a imagem que mostra as pessoas hoje</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">, porque achamos que era mais representativo. O acervo foi em grande parte recuperado para colocarmos na exposição, tem uma foto de um senh<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; font-size: 16px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; font-size: 10px; ">or trabalhado nuns bancos, tem bancos para fazer tamanco, tem bancos para fazer várias coisas, material de carpintaria, praticamente tem todo o material de construção de casas e de lavoura, e outro material que é da história das famílias, então se deixou só essas fotos como elas são, essas fotos <span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; font-size: 16px; "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: 10px; ">em álb</span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" ;"><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: 10px; ">uns. O painel estava vazio, porque acho que essa história tem que ser melhor pesquisada, não nos sentimos no direito de eleger famílias para o painel, então montamos álbuns com essas fotos e eles </span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: 10px; ">se vêem nestas fotos.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Memória e Patrimônio em Dois Cliqueshttp://www.blogger.com/profile/16214684511514986773noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155729762842599856.post-67877955247431161122008-11-14T14:40:00.000-08:002009-01-08T08:12:21.907-08:00Animando Documentos:<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Simpósio “O documento fotográfico pesquisado: projetos museográficos e montagem de exposições”</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">14 de novembro de 2008 - 14h</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Coordenação</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Profa. Dra. Liliane Guterres (NAVISUAL UFRGS, UCS e UNILASALLE)</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Palestrantes:</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Ivo Canabarro</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> (Unijuí) – “A utilização da fotografia para a construção do conhecimento histórico”</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Rafael Devos</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> (BIEV e NAVISUAL, UFRGS) - “Animando documentos: coleções de crônicas etnográficas em vídeo, animações de fotografias e material iconográfico com documentos sonoros na montagem de narrativas em hipermídia.”</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Ceres Storchi</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> (Arq. UFRGS) - “O documento fotográfico como suporte de interpretação museográfica”</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Debatedora:</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Jeniffer Cuty (PROPUR/UFRGS)</span></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Animando Documentos: Coleções de crônicas etnográficas em vídeo, animações de fotografias e material iconográfico com documentos sonoros na montagem de narrativas em hipermídia</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Rafael Victorino Devos</span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Doutor pelo PPGAS - UFRGS. Pesquisador Associado BIEV – PPGAS - UFRGS</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Este texto apresenta questões teórico-metodológicas sobre a montagem de narrativas etnográficas em vídeo a partir da construção de coleções etnográfica</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">s de imagens em vídeo da cidade no Banco de Imagens e Efeitos Visuais, pertencente ao PPGAS - UFRGS. O BIEV é um grupo de pesquisa que articula antropologia urbana e antropologia visual na pesquisa com imagens e através de imagens sobre a memória coletiva, os itinerários urbanos e as formas de sociabilidade do mundo urbano contemporâneo, com especial atenção para a cidade de Porto Alegre/RS. Os pesquisadores do grupo, coordenado pelas Profas. Cornelia Eckert e Ana Luiza Carvalho da Rocha, desenvolvem pesquisas etnográficas desde a graduação até a pós-graduação, envolvendo tanto a produção de imagens com fotografia, vídeo, som e mesmo com a escrita, quan</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">to pesquisam e realizam um tratamento documental de imagens de acervo, formando coleções de imagens que destinam-se a bases de dados, que articulam novas narrativas a partir de uma reflexão sobre Tempo e Cidade. Novamente, tais narrativas são reunidas em coleções e bases de dados, destinadas à consulta em ambiente interativo hipermídia, em DVD´s interativos e, atualmente, na web, fase em que a pesquisa se encontra, de adequação de sua base de dados para um novo sistema de banco de mídias.</span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Portanto, o objetivo final destas pesquisas etnográficas não é a cláss</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">ica monografia sobre esta experiência, nem tampouco, no campo da antropologia visual, um “filme etnográfico”, ainda que tais obras estejam contempladas na atuação de seus pesquisadores. Reunir a produção etnográfica com imagens no conjunto de outras imagens, produzidas por outros pesquisadores em outros trabalhos de campo, e ainda colocá-las em diálogo com as imagens produzidas por fotógrafos, cineastas, cronistas, insere a própria produção do pesquisador no contexto de acervos, imagem-memória, patrimônio etnológico da cidade, na medida em que as narrativas produzidas a par</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">tir destas coleções propõe a reflexão sobre a passagem do tempo e as transformações da cultura e da sociedade.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Vejamos, como exemplo de produção hipermídia, o DVD interativo, produzido a partir da tese “A Questão Ambiental sob a ótica da antropologia dos grupos urbanos nas ilhas do Parque Estadual Delta do Jacuí, Porto Alegre, RS.” (DEVOS, 2007).</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8moxII6XTBI-M0Qpkof4ZBAY4Dm3zRylDO4iRPkPDtG8ke7hzKKduOzQhdzbgqSBW5jl1xP_no23VjegwKTPQeSNugeQPpD-Sd-uNG1XmXvgUNSnrJSbwjlmz_t3QjwtfpVZyT5UVlZ79/s400/devos4.jpg" style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 267px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5284117575616798626" /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style=" white-space: pre;font-family:'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxl_Vfgn8qGSTEDX_qX2sgWv2HA1SHbMqJHmlo0GmiOnDnhNrp9aT4fgzPhiAYNapakNppBLJAZz3ThzKSMqg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Quando nos referimos a estas narrativas hipermídia, estamos falando da produção, no caso do vídeo, por exemplo, do que chamamos de crônicas etnográficas, vídeos de curta duração que destacam um aspecto da etnografia, uma narrativa oral, a trajetória de um narrador, uma prática cotidiana, uma forma de sociabilidade,<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> um aspecto da paisagem urbana. São narrativas pensadas na forma de fragmentos desse patrimônio etnológico urbano, as crônicas, propositalmente, situam o espectador em determinado contexto, apresentam uma narrativa, revelam determinados significados relacionado<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">s a certos grupos urbanos e certas dinâmicas culturais, e se encerram com uma provocação, uma questão que demanda uma nova narrativa. São feitas, portanto, para não serem descobertas isoladamente, mas para se relacionarem através de links, ou laços, que se expressam neste caso em menus e sub-menus, que contam com essa atitude de curiosidade, de “pesquisa” a ser despertada no usuário/leitor, que irá então montar seu percurso pelas opções disponíveis, “jogar” com esses fragmentos de memória, da mesma forma como uma narrativa oral segue os “jogos da memória” (ECKERT e ROCHA, 2005), entre aquilo que a lembrança ilumina e aquilo que permanece no esquecimento.</span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyUnlcGcGVkctPBj2IKs0m4jVJDlFGbNur3z8f6idBV-J8r3TL_43YbXh6QL7NwDRmuVCLbpk5D-AouFWWXSg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Atualmente, o trabalho do grupo tem sido o de viabilizar as bases de dados que serão articuladas para a produção desse tipo de “tela de consulta”, pensando na idéia de um museu virtual. É o chamado tratamento documental, que já situa a produção etnográfica numa reflexão sobre a produção do documento etnográfico, que testemunha o encontro com o Outro e marca o ponto de partida das interpretações de sentido.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Vejamos outro exemplo, o DVD interativo “No Mercado tem tudo que a boca come: estudo antropológico sobre cotidiano e sociabilidade nos mercados de rua no mundo urbano contemporâneo” (VEDANA, 2008).</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Nesta apresentação, não darei destaque ao trabalho com vídeo, mas a outras narrativas que são produzidas neste contexto, que articulam seqüências de imagens produzidas a partir de aquarelas, fotografias antigas, imagens retiradas de publicações, que são tensionadas em uma narrativa, relacionadas entre si e também com imagens em vídeo da paisagem da cidade, narrativas orais e imagens sonoras que irão então conduzir o sentido de uma leitura para essas imagens inicialmente fixas.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Este é certamente um recurso já clássico do documentário e na montagem de exposições, não é do ponto de vista técnico que pretendo apresentar uma reflexão aqui (ainda que possamos discutir no debate as questões técnicas), mas sobretudo do ponto de vista do processo de concepção dessas narrativas que creio que podemos avançar na discussão do seminário.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Vejamos a narrativa deste DVD intitulada “Les Halles”:</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dx4rajcjYZyadPq7S7Q2XHLFXgsKdZJoIHqb7bIZJVvp286Hi0pEowPR5pwSuvuxmvkABn-Sq4fOPgrkffH6w' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>É preciso dizer que essas narrativas se originam de um processo de pesquisa que muitas vezes inicia com a produção de imagens em trabalho de campo, sob o desafio de “traduzir” através das imagens fixas, em movimento<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">, sonoras, e mesmo através de imagens literárias, o que Ana Luiza Carvalho da Rocha (1999) definirá como as invariantes nas formas de ser e estar no mundo dos grupos com os quais pesquisamos: seus gestos, suas posturas, seus enunciados, sua estética cotidiana, e, sobretudo, o sentido dessas formas da vida social, no sentido como Simmel (2004) as entende, uma forma que se move no tempo, mas cujos contornos permanecem, são identificáveis, delimitam fronteiras sociais e culturais, pois fundam o próprio social. Dando seqüência a<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; "> este esforço, é que partimos para outra dimensão da pesquisa, que é a busca de imagens na memória visual, sonora, escrita da cultura urbana, que se apresentem sob o mesmo simbolismo para expressar determinadas camadas da memória coletiva. Para usar a expressão de Lévi-Strauss (1996) partimos em busca de imagens que mostram com o que “se parecem” os eventos, os episódios, os instantes narrados. Novamente, não estamos em busca de evidências de um passado nas imagens, mas de formas de evocar lembranças na ausência mesmo de imagens que relatem a experiência de grupos sociais menos estabelecidos na cidade, pontos de vista não registrados, representações que se diferenciam do olhar do fotógrafo, pintor, cineasta autor d<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">estas imagens de acervo, mas que dialogam com o seu gesto fotográfico, artístico. </span></span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> É portanto uma interpretação complexa<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> sobre o documento que será “animado”. Ela leva em conta questões fundamentais como a linguagem visual (enquadramento, iluminação, cores, tons, composição) em seus recursos expressivos, no sentido do que essa imagem dá destaque. Mas essa interpretação é complexificada por outras questões também, que se evidenciam quando o documento é relacionado a um conjunto de documentos. É esse o processo documental, voltado para formação de coleções, que me refiro aqui. Reunir imagens de acervo às imagens que são produzidas na pesquisa provoca um distanciamento por parte do pesquisador, de forma a interpretar as imagens <span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">que resultaram do encontro etnográfico para além de sua experiência empírica, para além do momento histórico do encontro etnográfico. Pensar as “invariantes” das formas de ser e estar dos grupos urbanos nos leva a pensar também as “invariantes” nas formas adotadas na linguagem audiovisual, na linguagem visual, sonora para expressar as formas da vida social. Há recorrências também no gesto cinematográfico, fotográfico, pictórico que origina imagens técnicas, que visa traduzir uma experiência de encontro com a alteridade. Essas recorrências são tão impo<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">rtantes quanto o contexto a partir do qual as imagens são geradas. Seguindo a pista deixada por Bachelard (2000), partimos em busca da potência poética das imagens, sua orig<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">em onírica, sua capacidade de despertar novas imagens mentais, pela própria dinâmica de seus elementos visuais: linhas, direções do olhar em pontos de fuga, contrastes, proporções, que vão ampliar a força do instante, que para Bachelard (1988), é ponto de começo, de desvio na forma de pensar as descontinuidades do tempo. A imagem fixa é puro dinamismo na provocação que propõe ao olhar. Nada de novo, se persarmos do ponto de vista da semiótica, tomando a fotografia por sua abertura de sentidos, mas ao pensarmos uma seqüência de imagens, voltamos para o campo da narrativa, pensamos então que a imagem permanece no campo polissêmico, mas converge na seqüência narrativa para a abertura de um “mundo” (RICOUER, 1994) de sentidos, para uma dinâmica de correlações das formas.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Articular a produção das imagens com a montagem de narrativas é mediar a reflexão sobre a produção do documento, o “estar lá”, em campo, de Geertz (2002) com uma reflexão sobre a produção de narrativas com esses documentos (o “estar aqui”). São “filmes de memória”, como afirmam MacDougall (1999) e tam<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">bém Eckert e Rocha (2005), que se originam desse tempo que segue correndo do momento da captação da imagem até a sua edição, que são produzidos a partir de um certo distanciamento do momento presente, imediato, do encontro etnográfico, refletindo sobre processos sociais <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">e formas culturais de viver e pensar o Tempo, que só podem ser expressos a partir de um rico conjunto de imagens. Da mesma forma, a “cidade filmada” que se expressa nesses filmes, no sentido proposto por Comolli (1995), que só é visível na narrativa do filme, não é um retrato imediato da “realidade”, mas uma cidade no tempo, plena de camadas de duração. </span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Estas coleções não são apenas uma forma de acervar imagens referentes a lugares ou fatos relevantes para a memória da cidade. São im<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">agens produzidas já no contexto de uma reflexão sobre a memória coletiva, são “filmes de memória”, no sentido de expressarem a forma como imaginamos, como estetizamos por imagens a passagem do tempo e suas discontinuidades, como afirmam Ana Luiza Carvalho da Rocha e Cornelia Eckert (2005). São o tratamento audiovisual(SALLES, 2005) dado pela equipe a determinados fenômenos sociais, enquanto “tradução” da dimensão estética dos universos simbólicos urbanos para o vídeo. Tais imagens se originam do estudo das suas condições de produção, seus resultados obtidos na qualidade e densidade das imagens produzidas, re<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">velando possibilidades inexploradas ou a serem aprofundadas. Entre alguns destes fenômenos, que vimos discutindo nas reuniões de pesquisa do grupo, estão as formas de sociabilidade nas ruas, praças, largos e demais espaços de encontros cotidianos, as formas de compreensão da transformação da paisagem riograndense e das formas de uso e ocupação de seus territór<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">ios, e ainda as “ruínas” e a constante destruição/reconstrução e sobreposição de referências temporais na paisagem urbana. Estas são as coleções de imagens que vêm sendo trabalhadas pelos pesquisadores, como “A Poeira do Tempo” (Rafael Devos, Patrick Barcelos, Rodrigo Ramos, Ana Luiza Carvalho da Rocha), “Jogo, Espaço Público e Sociabilidade” (Rafael Lopo, Viviane Vedana), “Cidade e Ruínas” (Anelise Gutterres e Stéphanie Bexiga)</span></span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Neste texto, especialmente, gostaria de discutir o tratamento documental (do processo de gravação ao processo de montagem de acervos que antecede a edição de narrativas) de algumas destas coleções, relacionadas a determinados fenômenos importantes para a pesquisa do BIEV. Sobretudo, abordamos atualmente o desafio de compor um acervo de muitas narrativas orais no contexto das demais imagens referentes às “artes de dizer” (CERTEAU, 1994) e às praticas cotidianas de narradores (em maioria velhos) que se lançaram, junto com a equipe de pesquisa/gravação no pro<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">cesso de reflexão sobre a passagem do tempo e as transformações ocorridas nas paisagens e nos estilos de vida da cidade e do campo, a partir de suas experiências de lugares. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Portanto, este texto apresenta as contribuiç<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">ões de uma pesquisa em antropologia, situada entre os estudos da memória coletiva, das formas de sociabilidade e dos itinerários dos habitantes das cidades brasileiras, na qual o vídeo, ou melhor, a imagem (visual e sonora), é muito mais do que uma ferramenta de pesquisa, pois se apresenta como parte do próprio objeto pesquisado e da própria reflexão que produz conhecimento. Lidar com imagens de acervo é assistir, editar, retroceder, separar e<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; "> reunir as “imagens do tempo”, pensando a distância entre o momento que gerou essa imagem (o encontro etnográfico) e o momento em que essas imagens passam a se aproximar de outras narrativas orais, de outras sequências de imagens, pelos laços simbólicos que as aproximam em narrativas possíveis. São imagens sobre a memória, e que se tornam memória igualmente. Rompendo com o “presente etnográfico” (GEERTZ, 2002), muitas vezes, estamos lidando com “personagens” elaborados na narrativa audiovisual a partir das narrativas e de imagens de fazeres cotidianos de informantes que já faleceram, a partir das imagens de espaços que desapareceram e de narrativas que remetem a outros lugares, pessoas e fenômenos sociais de outros tempo<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">s. Nosso objetivo não é constituir um acervo histórico de documentos originais, mas sim uma coleção de narrativas que no seu conjunto expressam esse pensamento inteligente sobre o tempo e a transformação da cultura e da sociedade.</span></span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> É neste sentido que acreditamos poder acrescentar algumas reflexões ao campo que discute a produção de documentários, situando a imaginação criadora como elemento de ligação entre produtores de documentários, personagens do filme e espectadores, pois, conforme o antropólogo Gilbert <span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">Durand (2001) pensamos por imagens, construímos a realidade social através de imagens. Trabalhar com um acervo dessas imagens e montar narrativas é refletir sobre a qualidade dessa restituição da imagem (da imaginação) do Outro.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Partindo de uma postura hermenêutica (RICOUER, 1994) na construção de narrativas, e fenomenológica na investigação de fenômenos sociais a partir das formas (SIMMEL, 2004) pelas quais estes se constituem enquanto representações simbólicas das formas de ser e agir dos grupos humanos no mundo, é que orientamos as escolhas de montagem a partir desse tratamento documental. Seguindo o pressuposto de que há um "todo" a que as imagens, em fragmentos, estão inicialmente referidas, qual seja, a memória coletiva da cidade, expressa nas narrativas, nas práticas e sociabilidades. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Nesse sentido, a produção de coleções de imagens se apresenta como o procedimento em que o pesquisador irá reunir essas tentativas de registro dessas formas da vida social, enquanto invariantes tanto do "texto" nativo (<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">ações, gestos<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">, posturas, objetos, enunciados) quanto das formas de registro (seqüências de imagens articuladas entre travellings, planos e contra-planos, a escolha de determinados ângulos e enquadramentos, etc). Na seleção das imagens e na sua reunião em pequenos conjuntos há, portanto, o pressuposto de que tanto o que a imagem mostra, quanto os dispositivos técnicos e cênicos escolhidos se assemelham, se aproximam. É nessa identificação de semelhanças entre conjuntos de planos, e de diferenças entre seqüências de imagens, que reside o estabelecimento de eixos narrativos para a produção de documentários, crônicas, etc. </span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Identificar portanto este conjunto de imagens implica uma ruptura epistemológica com o "roteiro inicial" formulado para abordagem do fenômeno estudado, baseado em pressuposições, intenções de pesquisa e afirmativas teóricas que são próprias às tradições narrativas a que se filia o antropólogo. Essa desconstrução das imagens pré-dadas sobre o Outro é necessária para se atingir as formas de ser e estar do Outro no mundo, seus esquemas de pensar e agir interpretados pela imagem em movimento nos deslocamentos constantes da equipe de gravação em razão de sua apro<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">ximação ou distanciamento corporal do fenômeno estudado.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Tais “enquadramentos” d<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">a memória, da duração (que é o esforço de criar uma continuidade a partir das descontinuidades <span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">do tempo) são a forma como agrupamos as narrativas na coleção. Não são apenas categorias classificatórias, são a forma de perceber tanto os recursos simbólicos expressivos usados pelos narradores nas narrativas orais (gestos, expressões, enredos) quanto a forma como tratamos em imagens e sons tais narrativas, de evidenciar as recorrências na figuração das formas da vida social (SIMMEL, 2004 ). Ao reunir tais imagens, são concebidas as montagens de seqüências, que buscam evidenciar tais formas expressivas.</span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">As seqüências são pensadas a partir das coleções, tem origem em uma narrativa em especial, e demandam uma tradução dos muitos tempos narrados (a narrativa oral, o encontro com o personagem, os eventos narrados) para o tempo cinematográfico, ou seja, demandam uma nova dialética da duração, entre o que será mostrado na seqüência, o que será apenas imaginado pelo espectador. Além da narrativa em destaque escolhida da coleção, buscamos também elementos narrados que complementam a crônica: uma apresentação do personagem e/ou do encontro da equipe de gravação com este, imagens <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">de lugares relevantes para a narrativa, ações que contextualizam o enquadramento do tempo. Assim, configura-se o desafio de manter, numa narrativa que é diacrô<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">nica, elementos sincrônicos que articulam diferentes tempos da memória, evocados em diferentes registros sonoros e visuais.</span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Referências:</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">BACHELARD, Gaston. A dialética da duração. São Paulo, Editora Ática, 1988.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">BACHELARD, Gaston. A Poética do Espaço. São Paulo, Editora Ática, 2000.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">CERTEAU, M. de. A Invenção do Cotidiano. Artes de fazer. Rio de Janeiro, Vozes, 1994.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">COMOLLI, Jean Louis- “A cidade filmada”, In- Cadernos de antropologia e imagem, R.J., Uerj, NAI, 1995, N.1, 4</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">DEVOS, R. A Questão Ambiental sob a ótica da antropologia dos grupos urbanos, nas ilhas do Parque Estadual Delta do Jacuí, Bairro Arquipélago, Porto Alegre, RS. Tese de Doutorado (Doutorado em Antropologia Social). Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, IFCH, UFRGS, Porto Alegre, 2007.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">DURAND, G. As estruturas antropológicas do Imaginário. São Paulo, Martins Fontes, 2001.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">ECKERT, Cornelia; ROCHA, Ana Luiza Carvalho. O Tempo e a Cidade. Porto Alegre, UFRGS, 2005.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">GEERTZ, Clifford. Obras e vidas. Rio de janeiro: Ed. UFRGS, 2002.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">LÉVI-STRAUSS, C. Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro. 1996.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">MACDOUGALL, D. Transcultural cinema. Princeton/New Jersey, Princeton University Press, 1999.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">RICOEUR, P. Tempo e Narrativa. São paulo, Papirus, Vols. I,II,III, 1994. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">ROCHA, A.L.C. Antropologia Visual, um convite à exploração de encruzilhadas conceituais. In: ECKERT, C. e MONTE-MÓR, P. (org). Imagem em foco: novas perspectivas em Antropologia Visual. Porto Alegre, Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1999.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">SIMMEL, G. Philosophie de la Modernité. La femme, la ville, l'individualisme. Paris, Payot & Rivages, 2004.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">VEDANA, V. No Mercado tem tudo que a boca come: estudo antropológico da duração das práticas de mercado de rua no mundo urbano contemporâneo. Tese de Doutorado (Doutorado em Antropologia Social). Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, IFCH, UFRGS, Porto Alegre, 2008.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><br /></span></div>Memória e Patrimônio em Dois Cliqueshttp://www.blogger.com/profile/16214684511514986773noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155729762842599856.post-14616786570235852082008-11-14T14:00:00.000-08:002009-01-07T12:11:14.195-08:00A utilização da fotografia para a construção do conhecimento histórico<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Simpósio “O documento fotográfico pesquisado: projetos museográficos e montagem de exposições”</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">14 de novembro de 2008 - 14h</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Coordenação</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Profa. Dra. Liliane Guterres (NAVISUAL UFRGS, UCS e UNILASALLE)</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Palestrantes:</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Ivo Canabarro</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> (Unijuí) – “A utilização da fotografia para a construção do conhecimento histórico”</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Rafael Devos</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> (BIEV e NAVISUAL, UFRGS) - “Animando documentos: coleções de crônicas etnográficas em vídeo, animações de fotografias e material iconográfico com documentos sonoros na montagem de narrativas em hipermídia.”</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Ceres Storchi</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> (Arq. UFRGS) - “O documento fotográfico como suporte de interpretação museográfica”</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Debatedora:</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Jeniffer Cuty (PROPUR/UFRGS)</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">A utilização da fotografia para a construção do conhecimento histórico</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Ivo Canabarro</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwKG-tn1CBcJ7rd029pZ08-qGNlcL9810wuqRdizpLGb4oPdudAYi722fm7nHG4vkuEJq4K3B4I4ZDkg7Dnmw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> <span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> Os trabalhos sobre fotografia no Brasil são muito recentes, embora a prática fotográfica tenha iniciado há mais de cento e cinqüenta anos. Este longo percurso da fotografia repercute em uma grande produção quantitativa e qualitativa. Os inúmeros acervos de imagens espalhados por todo o Brasil são capazes de revelar situações inéditas da cultura brasileira. Pode-se afirmar que parte </span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">significativa da história do Brasil ainda permanece revelada apenas na bidimensionalidade das fotografias. Alguns historiadores afirmam que, em termos de utilização da fotografia, ainda há, praticamente, tudo para fazer, visto ter muitas imagens, porém poucos trabalhos.</span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> A constatação de que existem vários acervos fotográficos no Brasil contribui para a discussão da importância de se utilizar a fotografia para a construção do conhecimento. Os acervos constituem-se em fontes, de certa forma, privilegiadas, por comportarem informações que, muitas vezes, não são encontradas na documentação escrita. As fontes imagéticas permitem ir muito além das meras descrições, porque trazem expressões de realidades vividas em outros tempos. Da mesma forma, devido à diversidade de informações que as fotografias apresentam, uma vez que estas registram distintas situações de vivência dos atores individuais e coletivos, possibilitam o entendimento das diferenças sociais dos grupos, revelando questões que dizem respeito à sua atuação em um determinado contexto histórico.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> A fotografia, como fonte de pesquisa, propicia ao historiador acrescentar novas e diferentes interpretações da história social. A partir da leitura dos elementos que a compõem, entende-se com mais detalhe o caráter simbólico, expresso por diversos sistemas de atitudes relacionadas às representações sociais. As imagens fotográficas revelam alguns elementos importantes para o conhecimento da memór</span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">ia coletiva. Neste sentido, Le Goff(1) observa que a fotografia revoluciona a memória, multiplicando-a e democratizando-a, dando uma precisão e uma verdade que permite guardar a memória do tempo e da evolução da sociedade. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> As imagens fotográficas possibilitam ampliar a visão do historiador, colocam em cena atores sociais em diferentes situações de atuação e permitem que se conheçam os cenários em que as atividades cotidianas desenvolvem-se, como também, a diversidade das articulações e das vivências dos atores sociais que atuaram em um determinado contexto sócio-cultural. Poderá, sobretudo servir como suporte para a memória coletiva desses atores, na medida que registram cenas de um tempo continuum que foram perenizadas no ato fotográfico, podendo ser transportadas para outras temporalidades, mediante uma mistura de passado-presente.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> A utilização de fotografias pelos historiadores é uma prática muito recente e, por conseguinte, restrita. Chega-se a inferir que estes não gostam de imagens, pois preferem deter-se nas fontes escritas. Entretanto, não significa reduzir o valor do documento escrito, mas consideram-se as possibilidades de conhecimento de outras dimensões da vivência dos atores sociais por intermédio das fotografias. Salienta-se que as fotografias não devem ser utilizadas simplesmente como uma ilustração do texto verbal, mas como fontes de pesquisas, visto que os elementos que a compõem são </span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">recortados de determinados contextos sociais. Embora a fotografia seja uma representação visual, todos os elementos ou pessoas que estiveram por um momento em frente da câmara fotográfica são plausíveis de serem alocados em um determinado tempo e espaço. Esta possibilidade atesta o caráter histórico da fotografia.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> No conjunto de imagens que traduzem o mundo, a fotografia pode servir como uma alternativa a mais de leitura da realidade. Enquanto produto cultural, é uma construção feita por um sujeito mediador, o fotógrafo, que seleciona pessoas e elementos e os enquadra na bidimensionalidade de um espaço a ser recortado. Entre este sujeito e o retratado está a tecnologia, que permite a fixação da cena escolhida. Sendo a fotografia um produto cultural, a sua construção faz parte de um determinado contexto histórico, que influência na construção do olhar do fotógrafo, nas representações sociais impressas e no equipamento tecnológico empregado para a tomada da imagem.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> O historiador precisa situar a fotografia em um determinado tempo e espaço e perceber as alterações da fotografia e do contexto. O oficio do historiador consiste na realização da crítica interna e externa do documento e, neste sentido, alguns métodos de análise permitem-lhe a leitura dos docum</span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">entos visuais. O historiador da fotografia Michel Frizot(2) observa que se a fotografia é um documento, ele é histórico por natureza, pois o tempo que retrata e as particularidades do instante são fragmentos da história geral.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> Os historiadores, que trabalham com fotografias como documento, discutem as fontes visuais, situando-as em um determinado momento em que a historiografia ocidental começa a ser construída por diferentes olhares, abordagens e objetos, ampliando a noção de fonte documental. Com influência da Escola dos Annales(3), a partir dos anos trinta do século XX, a noção de fonte documental é ampliada e a imagem também passa a constituir-se como um resíduo do passado, um traço capaz de atestar situações de vivência. Nesta perspectiva, Chartier(4) observa que a imagem passou a ser apreendida como documento histórico, ou seja, as propriedades técnicas, estilísticas e iconográficas ligam-se a um modo particular de percepção e uma maneira de ver, moldada em toda a experiência social.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> A noção de documento atribuída às imagens pelas primeiras gerações dos Annales refere-se principalmente aos quadros, às gravuras, às estampas, às estátuas e aos demais objetos visuais. A utilização das fontes visuais para a const</span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">rução do conhecimento na história é ainda muito restrita e de certa forma problemática. Sobre esta questão, Meneses(5) comenta que é possível pensar em uma História Visual, produzida a partir de documentos visuais para tentar examinar a dimensão visual da sociedade. O mesmo autor pondera que o visual refere-se à sociedade e não às fontes para o seu conhecimento; neste sentido, o objeto é sempre a sociedade, cabendo ao historiador trabalhar com os problemas históricos, buscando a solução por intermédio de fontes visuais, juntamente com outras fontes pertinentes.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> A fotografia como uma fonte visual começa a ser trabalhada com mais ênfase na França, a partir da terceira geração dos Annales. Le Goff e Nora(6) avançam nas discussões sobre os novos problemas, as novas abordagens e os novos objetos, atribuindo a fotografia o caráter de fonte documental e resgatando sua importância para o trabalho de reconstrução do passado. Ao mesmo tempo, dá credibilidade às pesquisas realizadas sobre a história social da fotografia.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> Para Le Goff(7), a fotografia está entre os grandes documentos para se fazer história, por consistir de provas de que algo aconteceu. O autor observa que a fotografia permite conhecer a riqueza da vida, </span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">mesmo sendo realista, porque o próprio realismo é também uma criação. A fotografia representa uma inegável expressão do indivíduo, da face, do retrato e, também, expressão da vida ordinária do camponês. A imagem mostra toda a riqueza do simples ato de ver, por ser um texto visual que exprime a plenitude do humanismo. O autor finaliza salientando que se existem provas concretas do passado, a fotografia é uma delas.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> O historiador Pierre Nora(8) observa que, a partir dos anos 70 do século XX, o texto visual, principalmente a fotografia, começava a fazer parte da escrita da história. O autor salienta que o alargamento da história, propiciado pela “nouvellle histoire”, influencia na valorização do arquivo visual. Paralelo a isso, a noção de testemunha passa a ser entendida como noção de traço e o não escrito começava a dilatar o domínio da história. Nora entende a fotografia como um instantâneo extraído do movimento permanente, uma mostra representativa de uma realidade distante, um analogon do que foi o passado, uma relação de descontinuidade decorrente de uma mistura de distância e de aproximação. Deste modo, cabe ao historiador perceber o valor de diferença do que se apresenta e o movimento que continua a existir. Naturalmente, esse é um longo trabalho que exige muita erudição na restituição de um objeto histórico.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Apesar do entusiasmo de historiadores conceituados, tais como Le Goff e Nora, pouco foi feito relativo à utilização das fotografias para a construção do conhecimento histórico. Em recente texto publicado na Revista Études photographiques(9) com o sugestivo título “L’histoire par la photographie”, os autores observam que se tem realizado muitos trabalhos sobre a história da fotografia, mas pouco se discutiu sobre a história pela fotografia, devido aos raros pesquisadores que se dedicam à análise de arquivos fotográficos. Esta discussão também está presente em algumas obras de historiadores brasileiros, os quais procuram salientar esta diferenciação e/ou aproximação entre a história da fotografia e a história pela fotografia.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> Outros autores brasileiros que trabalham com fotografias apontam as limitações e as dificuldades neste domínio específico. Para Kossoy (10), é necessário o estabelecimento de algumas diferenças teóricas, relativas aos objetos de investigação da história da fotografia como na história através da fotografia. No primeiro caso, o autor salienta que é um estudo sistemático da fotografia como um meio de comunicação e expressão em seu processo histórico. Afirma que é importante </span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">conhecer os artefatos representativos dos diferentes períodos, a tecnologia utilizada e os estilos e tendências de representação vigentes em um certo período histórico. Também considera fundamentais as circunstâncias ligadas ao processo que originou a imagem, como também o seu uso enquanto testemunho visual, em suas diferentes aplicabilidades ao longo de sua história.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> A interpretação da imagem fotográfica é uma preocupação presente na obra de Miriam Moreira Leite(11). A autora identifica duas correntes historiográficas: uma considera que o documento fala e que a imagem fotográfica transmite clara e diretamente informações; a outra corrente concebe as imagens fotográficas enquanto representações que aguardam um leitor para decifrá-las. Neste sentido, a autora observa que a bibliografia a respeito da interpretação da fotografia não é extensa e que muitos trabalhos se detêm na história da técnica, na biografia dos fotógrafos, na multiplicação da arte fotográfica ou na recuperação da verdade. Raros são os estudos do significado e do conteúdo cultural da imagem. Por fim, a autora salienta que é preciso um estudo comparativo de sistemas de significados, das mediações entre a realidade que se quer compreender e da imagem dessa realidade.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> Os trabalhos recentes que utilizam a fotografia como documento para a construção do conhecimento, principalmente no caso brasileiro, procuram manter uma certa diferença entre a história da fotografia(12) e a história </span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">pela fotografia. Algumas aproximações visam à inserção do documento em um contexto específico, construído pelo conjunto das representações visuais, ou seja, uma certa noção de contexto iconográfico, que compreende todos os elementos estéticos sobre a fotografia em um determinado momento. Salientando que este contexto iconográfico insere-se no contexto histórico, e que tal diferenciação entre a história da fotografia e a história pela fotografia, é basicamente uma questão de abordagem, que permite analisar elementos pertencentes especificamente à imagem fotográfica.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> Entende-se, portanto, que a fotografia se insere em um determinado momento da história e, ao mesmo tempo serve como fonte para a sua reconstituição. Neste sentido, About e Chéroux(13) concebem que, teoricamente a história poderá cruzar a fotografia, pois esta é constitutivamente histórica, dando uma forma tangível aos fatos e registra elementos do passado, isto é, um ar, um gesto, um olhar, uma tensão, que os outros documentos dificilmente contemplam. Na perspectiva de que a história pode cruzar a fotografia, é necessária a percepção deste duplo sentido de orientações da história da fotografia, enquanto suporte para a história pela fotografia. Essas, antes de tudo, são vertentes complementares que recorrem à fotografia como fonte visual e estabelecem especificidades em termos de problematização do objeto de estudo.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> As atuais discussões e produções em história social da fotografia ultrapassam os limites de uma história da fotografia que visava apenas o conhecimento das técnicas, a importância de alguns fotógrafos, os artefatos da imagem e outras observações muito específicas sobre a mesma. Pode-se contar com uma série de obras de historiadores que investigam a fotografia inserida socialmente, situada em seu contexto histórico de pertencimento. Autores franceses como Michel Frizot, André Gunthert, Michel Pouvert, Georges Didi-Huberman, Clément Chéroux, André Rouillé, dentre outros, procuram investigar a fotografia como um produto social, considerando as mediações entre a imagem e a sociedade e a maneira pela qual a fotografia retrata a sociedade e as relações sociais.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> A configuração de uma história social da fotografia perpassa pela compreensão de que, em primeiro lugar, a fotografia é um produto social e a sua construção revela as demandas de diferentes grupos sociais. Estes mesmos grupos podem utilizar-se da fotografia para divulgar e legitimar o seu poder em um determinado momento e como forma de divulgação e de imposição de representações sociais, sendo estas matrizes para as práticas sociais, que podem interferir na construção de modelos ideais de comportamentos a serem seguidos pelos demais grupos</span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; font-size: 16px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; font-size: 13px; "> de uma sociedade. Esta forma impositiva de legitimação das representações, por intermédio das fotografias, serve também como um meio importante para a construção da identidade, tanto individual quanto coletiva.</span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; font-size: 13px;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwx-EybjgNT2kaTTsNelmkUPArX0r824ls0U4glv_nnM_-7UorV1r0UbyBw4yRxaI69hGXK2Rtu7FnHf3h3dw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; font-size: 13px;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">1</span></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas, SP: UNICAMP, 1996.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">2</span></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> FRIZOT, Michel (org). Nouvelle histoire de la photographie. Paris: Adan Biro/ Larousse, 2001. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">3</span></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> Um breve retrospecto sobre a Escola dos Annales pode ser constatado em: BURKE, Peter. A Escola dos Annales (1929 – 1989). São Paulo: UNESP, 1991.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">4</span></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> CHARTIER, Roger. Verbete Imagens. In: BURGUIÈRE, André. Dicionário das ciências históricas. Rio de Janeiro: Imago, 1993, p.407.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">5</span></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> MENESES, Ulpiano T. Bezerra. Fontes visuais, cultura visual, história visual. Balanço provisório, propostas cautelares. In. Revista Brasileira de História. V.23, nº 45. São Paulo: ANPUH / Humanitas Publicações, 2003. p. 11-36.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">6</span></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. <span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; font-size: 16px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; font-size: 13px; ">História – novos problemas, novas abordagens, novos objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">7</span></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> LE GOFF, Jacques. Mirages de l’histoire. In: La Re</span><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">cherche Photographique, Nº.18. Paris: Paris Audiovisuel, 1995.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">8</span></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> NORA, Pierre. Historiens, Photographes: Voir et Devoir. In: CAUJOLLES, Cristian (dir.). Éthique, esthétique, politique. Arles: Actes Sud, 1997.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">9</span></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> Revista “Études photographiques”, Nº.10. Société Française de Photographie, Paris, Novembro, 2001.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">10</span></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> KOSSOY, Boris. Fotografia e história. São Paulo: Ática, 1989, p. 35 - 37.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">11</span></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> LEITE, Miriam Moreira. Retratos de Família: Leitura da fotografia histórica. São Paulo: EDUSP, 1993.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">12</span></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> Observa-se que existem algumas obras sobre história da fotografia, independentes da pretensão de se fazer história pela fotografia. Por exemplo: VASQUEZ, Pedro Karp. A fotografia no Império. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. FREYRE, Gilberto (et.al). O retrato brasileiro. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1983.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">13</span></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"> ABOUT, Ilsen, CHÉROUX, Clément. L’histoire par la photographie. In: Études photographiques. N.10, Paris: Société Française de Photographie, 2001.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; font-size: 13px;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; font-size: 13px;"><br /></span></div>Memória e Patrimônio em Dois Cliqueshttp://www.blogger.com/profile/16214684511514986773noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155729762842599856.post-57193857942931041092008-11-13T15:30:00.000-08:002009-01-11T09:08:47.907-08:00Problematizando a construção de histórias e memórias da cidade através de fotografias<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Simpósio A fotografia na construção da memória da cidade</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">13 de novembro de 2008 - 14h10</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Coordenação:</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Cornelia Eckert (BIEV e NAVISUAL UFRGS)</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Palestrantes: </span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Denise Stumvoll</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> (Museu de Comunicação Hipólito José da Costa) - Os frágeis suportes da memória. Preservação e acesso ao banco de imagens do acervo fotográfico/Musecom </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Zita Rosane Possamai </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">(Faced - UFRGS) - Cidade, fotografia e memória: considerações sobre os álbuns fotográficos de Porto Alegre</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Charles Monteiro</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> (PUCRS) - Problematizando a construção de histórias e memórias da cidade através de forografias</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Debatedor:</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Ana Luiza Carvalho da Rocha (BIEV, PPGAS, UFRGS)</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Problematizando a construção de histórias e memórias da cidade através de fotografias</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Charles Monteiro (PUCRS)</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Doutor em História Social pela PUCSP (2001) com estágio sanduíche na Université Lumière (Lyon 2), Professor Adjunto de História no Programa de Pós-Graduação em História da PUCRS.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwR5nZ9kKe880uqgSYK3iMX5qQcMX4PDhFBSrMA3zOQgwbCQQLf7AMgNYt3jAWOFtoO5W8rCJNvli9RySqtdQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Gostaria de agradecer às organizadoras, em especial, à Ana Luiza Carvalho da Rocha e à Cornelia Eckert pelo convite para participar desse II Clique.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Falo do lugar do historiador que pesquisa sobre História Urbana e que entende que a visualidade é uma forma privilegiada de problematizar as dinâmicas sociais, políticas, econômicas e culturais das sociedades urbanas contemporâneas. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Venho desenvolvendo uma linha de pesquisa sobre História, Fotografia e Cidade no Programa de Pós-Graduação de História da PUCRS, onde através de seminários sobre História e Fotografia e um Grupo de pesquisa História e Fotografia ligado ao Laboratório de pesquisa da Imagem e do Som temos desenvolvido pesquisas e orientado trabalhos já há algum tempo.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Em que contexto e em resposta a que demanda social nos mobilizamos para problematizar, procurar, selecionar, conservar, sistematizar e disponibilizar acervos visuais sobre a cidade no início do século XXI?</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> As respostas são múltiplas e poderiam começar pelo diagnóstico da crise da cidade, da crise da consciência histórica do século XX ou da crise da memória.</span><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Cidades super-populosas, com grande desigualdade social, complexidade espacial, velocidade de mudanças e conflitos entre os grupos. Um novo imaginário de cidade que envolve questões como poluição, problemas de saúde pública, exclusão, marginalidade, violência e inoperância do Estado frente às demandas crescentes dos diferentes grupos da sociedade.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Crise da modernidade (princípios como progresso, ordenamento social e a razão prática) e crise da consciência histórica (das grandes narrativas ou matrizes explicativas), não há mais projetos de futuro para o conjunto da sociedade e tão pouco um horizonte de expectativa de mudança na curta ou média duração.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Crise da memória diante de um passado tido como encerrado e cada vez mais distante do presente, a necessidade de materializar esse passado e transformá-lo em lugares de memória através de uma operação histórica. A necessidade de materializarmos e multiplicarmos a presença desse passado frente a crise do presente e da consciência histórica.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Que memória? De quem e para quem podemos oferecer nesse contexto de falência do estado nação e da credibilidade das instituições? Que passado, que práticas sociais e de que grupos o historiador vai assegurar a reflexão?</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Discute-se a necessidade de democratização da memória, de assegurar a conservação e o acesso ao passado pelos diferentes grupos, etnias e gêneros, etc. que compõe a sociedade atual. Mas quais são os sujeitos, os lugares e os meios para promover essa democratização da memória? Frente à crise das instituições públicas (financeira e administrativa), a crescente importância das instituições privadas com incentivos públicos e particulares (incentivando um mercado de bens culturais)?</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Qual o papel da Universidade e do pesquisador diante de um quadro crescente de demandas e uma escassez de meios e de “autoridade”?</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> É possível pensar uma “história <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">visual”? Ao escolhermos como meio de pensar as problemáticas que envolvem o fenômeno urbano no passado e na contemporaneidade? Que tipos de desafios se colocam para pensar e trabalhar esse tipo de memória para construir uma história visual da cidade?</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Segundo Meneses, a História Visual não é mais uma fatia de uma “história em migalhas”, como diria François Dosse, mas “um campo de operação de grande valor estratégico para o conhecimento histórico, na sua organização, funcionamento e transformação”.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Segundo o autor, não haveria uma especificidade epistemológica para reivindicar a criação de uma área nova. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Já para Martin Jay, em Vision in context, afirma que estaríamos vivendo um pictorial turn depois do linguistic turn dos anos 1960.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Para Nicholas Mirzoeff, em Una introducción a la cultura visual, a cultura visual é uma estratégia para compreender a vida contemporânea, e não uma disciplina acadêmica. Lembra que a cultura pública dos cafés do século XVIII, exaltada por Jürgen Habermas, e o capitalismo impresso do mundo editorial do século XIX, descrito por Benedict Anderson, foram características particulares de um período e centrais para a análise produzida por esses autores, apesar das múltiplas alternativas que poderiam ter<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> escolhido. À maneira desses autores, Mirzoeff procura compreender a resposta dos indivíduos e dos grupos aos meios visuais de comunicação em uma estrutura interpretativa fluida.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> O que é certo é que os problemas relacionados ao visual e a visualidade tem despertado cada vez mais interesse juntamente com outras dimensões da experiência sensorial.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Devemos-se pensar a dimensão visual presente na dinâmica e no todo social. Para isso, segundo o autor, é necessária a organização de um quadro de referências, problemas, instrumentos conceituais e operacionais relativos a três grandes feixes de questões: o visual, o visível e a visão. Não se tratam de dimensões estanques, mas simplesmente de “espaço gravitacionais”. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Em “Rumo a uma ‘História Visual’”, Meneses propõe que o estudo desse campo se realize a partir da reflexão sobre três domínios complementares: o visual, o visível e a visão (MENESES, 2005: 33-56). </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> O domínio do visual compreenderia os sistemas de comunicação visual e os ambientes visuais, bem como “os suportes institucionais dos sistemas visuais, as condições técnicas, sociais e culturais de produção, circulação, consumo e ação<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> dos recursos e produtos visuais”, para poder circunscrever “a iconosfera, isto é, o conjunto de imagens-guia de um grupo social ou de uma sociedade num dado momento e com o qual ela interage” (MENESES, 2005: 36). </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Para Meneses, o domínio do visível e o do invisível situa-se na esfera do poder e do controle social, do ver e ser visto, do dar-se a ver ou não dar-se a ver, da visibilidade e da invisibilidade (MENESES, 2005: 36). Já a visão “compreende os instrumentos e técnicas de observação, o observador e sés papéis, os modelos e modalidades do olhar” de uma época (MENESES, 2005: 38).</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Quais são os quadros sociais dessa memória visual e que lugares de memória para a experiência social urbana ela constrói? </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> As relações entre fotografia e cidade remontam ao início do século XIX e a invenção da fotografia: Nièpce 1826, a Missão Heliográfica (1851)e as transformações da Paris da metade do século XIX e as fotografias de Charles Marville. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> A relação entre a industrialização, o movimento operário, a criação do urbanismo, a necessidade de organização e controle d<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">o espaço urbano no contexto da invenção da fotografia – um novo meio e atualização da experiência do olhar – identificação (documentos/criminosos) e distinção social (burguesia).</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> A experiência de um novo olhar, do olhar centralizado do sujeito onisciente do Renascimento para uma multiplicidade de planos e imagens (Nelson Brissac Peixoto. Paisagens Urbanas. Os quadros mecânicos).</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> A cidade é um objeto temporal, um espaço de trocas sociais dos movimentos sociais (operário, estudantil, professores, minorias), das vanguardas culturais, lugar do exercício da política (a “polis”), do mercado (da reprodução do capital), imenso artefato material e cultura com os seus equipamentos culturais (escolas, museus, etc.), lugar de conflitos e de tensões. Mas também, lugar de memória e tributário de um imaginário próprio.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Com seus espaços de reunião, suas fronteiras, sua segregação e especialização espacial. Espaço de práticas do fazer que tecem espaços e se expressam através das artes do dizer (como diria De Certeau), que constroem a compreensão desse fenômeno multifacetado.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> As fotografias promovem um disciplinamento do olhar e acriação de um repertório de lugares e de imagens para construir uma representação de<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> cidade e estabelecer uma memória Coloca-se a necessidade de desconstruir essa lógica e propor novas questões. A importância de pensar sobre a constituição de novos acervos visuais para produzir essa História Visual.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> A necessidade de pensar a fotografia como um artefato material – veiculo ou meio de relações e trocas sociais – diferentes suportes e espaços de circulação. A composição de um acervo heterogêneo (importante) fonte oficiais e acervos privados, profissionais da fotografia, amadores. A importância de historizar ou contextualizar esses acervos de imagens, o seu caminho, a forma de organização, permitir formas flexíveis de consulta e não “fundos fechados” pela sua proveniência, suporte ou datação, permitindo a elaboração de problemáticas transversais e novos problemas sobre a visualidade.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> A questão da acessibilidade dos acervos e as novas formas de consulta a bancos de dados on-line – público em geral e especialistas = preservar o acervo, mas possibilitar a consulta do acervo que permita uma reflexão sobre as técnicas, a materialidade das imagens e a compreensão de sua forma de circulação. Segundo Boris Kossoy - os acervos digitais são como que um frigorífico de imagens, devido à distância da experiência, a sua falta espessura e perda de singularidade.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Devesse levar em consideração, para a contextualização desses acervos, a reunião do maior número possível de informaç<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">ões sobre a agência produtora, o fotógrafo, o campo fotográfico como ofício e em relação com a visualidade mais geral (pintura, impressão, meios de comunicação), as técnicas empregadas (câmeras, material sensível, tipo de negativo, positivo), os temas mais freqüentados (com a elaboração de grupos temáticos, descritores e formas de indexação plurais).</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> A centralidade dos acervos visuais e dos museus, ao lado da escola, na educação visual das novas gerações, através do uso das imagens (pintura, fotografia, cinema, televisão, etc.) de forma crítica nos processos de ensino e aprendizagem, visando a desnaturalização e a problematização das imagens (em relação às formas de fazer e aos circuitos de consumo) para interpretação das dinâmicas sociais.<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyzmN6MLfRdUmEEzXgSeBHJXI6iOAnbsBpqexVIv1eLGvhRsXA9ibghYJWHClMfv2jBfW9SntOXa9ryL4zlIA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Visando a problematização da construção do olhar – de onde se vê – quem elabora essa representação – quais as agências ou instituições que a conservam e a fazem circular – a importância de um sistema de organização que permita cruzamentos diversos x ao invés de uma linearidade que constrói falsas continuidades. Evitar os riscos da reprodução de marcos institucionais criados pelas próprias administrações visando a se perpetuar no tempo.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> A preservação e a pesquisa de acervos visuais sobr<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">e a cidade são uma forma de gerir a passagem do tempo, refletir sobre a elaboração de imagens guia pelo passado frente a uma cidade cada vez mais complexa e fluída no presente. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> O museu tem a enorme e onerosa tarefa de preservar esses instantes de tempo congelados nas fotografias em seus acervos, que ficam a espera do olho do interprete que produza e problematize essa memória visual da cidade.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dw2Gj0q8wpOiegC2v49tEg3d_ObC6ECCg0iOwakOx7cPGitsjIDmn6VQlbMaGnjU_DlAAxMipRf3XF61NRC8A' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">BIBLIOGRAFIA:</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">ACHUTTI, Luiz Eduardo. Ensaios sobre o fotográfico. Porto Alegre: Unidade Editorial: Prefeitura Municipal de Porto Alegre, 1998.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">BARTHES, Roland. A mensagem fotográfica. In: ___. O óbvio e o obtuso. São Paulo: Edições 70, 1982, p. 11-25.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">BORGES, Maria Eliza Linhares. BORGES, M. E. L. Práticas fotográficas em uma realidade de localização periférica: o caso do Foto Clube de Minas Gerais. Boletim (Grupo de estudos do Centro de Pesquisas em Arte & Fotografia), v. 02, p. 65-72, 2007.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">COSTA, Mario. A superfície fotográfica<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">. In: FABRIS, Annateresa; KERN, Maria Lúcia Bastos (orgs). Imagem e conhecimento. São Paulo: EDUSP, 2006, p. 179-192.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">DEBRAY, Regis. Vida e morte da imagem. Uma história do olhar no Ocidente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">DUBOIS, P. O Ato fotográfico e outros ensaios. 5ª ed. Campinas, SP: Papirus, 1993.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">FABRIS, Annateresa (org.) Fotografia: Usos e funções no século XIX. São Paulo: Edusp, 1997.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">___. Identidades virtuais. Uma leitura do retrato fotográfico. Belo Horizonte: UFMG, 2004.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">FABRIS, Annateresa. A imagem técnica:<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> do fotográfico ao virtual. In: FABRIS, Annateresa; KERN, Maria Lúcia Bastos (orgs). Imagem e conhecimento. São Paulo: EDUSP, 2006, p. 157-178.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">FABRIS, Annateresa; KERN, Maria Lúcia Bastos (orgs). Imagem e conhecimento. São Paulo: EDUSP, 2006.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">FERNANDES JÚNIOR, Rubens. História da fotografia no Brasil: panorama geral e referências básicas. 3ª ed. São Paulo: Instituto Moreira Sales, 2002.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">FREUND, Gisèle. La fotografia como documento social. 8ª ed. Barcelona: GGMassMedia, 1999.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">KOSSOY, Boris.. Origens e expansão da fotografia no Brasil – Século XIX. Rio de Janeiro: Funarte, 1980.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">___. Fotografia e História. São Paulo: Ática, 1989.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">___. Realidades e ficções na trama fotográfica. 3. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2002.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">KNAUSS, Paulo. O desafio de fazer história com imagens: arte e cultura visual. In: ArtCultura, Uberlândia, v.8, n.12, p. 97-115, jan-jun, 2006.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">KERN, Maria Lúcia Bastos. Tradição e modernidade: a imagem e a questão da representação. In: Estudos Ibero-Americanos, PUCRS, v. XXXI, n.2, p. 7-22, dezembro 2005.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">LEITE, Miriam Moreira. Retratos de família: leitura da fotografia histórica. São Paulo: Edusp, 1993.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">LIMA, Solange Ferraz de; CARVALHO<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">, Vânia Carneiro de. Fotografia e cidade. Da razão urbana à lógica de consumo. Álbuns de São Paulo (1887-1954). Campinhas, SP: Mercado das Letras; São Paulo: FAPESP, 1997.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">MAUAD, Ana Maria de S.A. Essus. Sob o signo da imagem: a produção da fotografia e o controle dos códigos de representação social pela classe dominante no Rio de Janeiro na primeira metade do século XX. Niterói, UFF, Programa de Pós-Graduação em História Social, 1990, 2 v. (dissertação de mestrado).</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">___. Através da Imagem: Fotografia e história – Interfaces. In: Revista Tempo, v.1. Universidade Fed<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">eral Fluminense, Departamento de História. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1996, p. 73 -98.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">___. Fotografia e História – possibilidades de análise. In: CIAVATTA, M.; ALVES, Nilda (orgs.). A Leitura de Imagens na pesquisa social. História, comunicação e educação. São Paulo: Cortez, 2004, p. 19-36.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">MENDES, Ricardo. Once upon a time: uma história da história da fotografia brasileira. In: Anais do Museu Paulista, USP, ano/vol. 6/7, n. 7, 2003, p. 183-206. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. Fontes visuais, cultura visual, história visual: balanço provisório, propostas cautelares. In: O ofício do historiador, Revista Brasileira de História, vol. 23, nº 45, jul. 2003, pp. 11-36.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. Rumo a uma “História Visual”. In: MARTINS, J. S.; ECKERT, C.; NOVAES, S. C. (orgs.). O imaginário e o poético nas Ciências Sociais. Bauru, SP: EDUSC, 2005, pp. 33-56.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">MIRZOEFF, Nicolas. An introduction to visual culture. London: Routledge, 1999.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Memória e Patrimônio em Dois Cliqueshttp://www.blogger.com/profile/16214684511514986773noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155729762842599856.post-40496617046935336072008-11-13T14:40:00.000-08:002009-01-11T10:11:55.240-08:00Cidade, fotografia e memória: considerações sobre os álbuns fotográficos de Porto Alegre<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Simpósio A fotografia na construção da memória da cidade</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">13 de novembro de 2008 - 14h10</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Coordenação:</span> Cornelia Eckert (BIEV e NAVISUAL UFRGS)</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Palestrantes: </span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Denise Stumvoll</span> (Museu de Comunicação Hipólito José da Costa) - Os frágeis suportes da memória. Preservação e acesso ao banco de imagens do acervo fotográfico/Musecom </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Zita Rosane Possamai </span>(Faced - UFRGS) - Cidade, fotografia e memória: considerações sobre os álbuns fotográficos de Porto Alegre</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Charles Monteiro</span> (PUCRS) - Problematizando a construção de histórias e memórias da cidade através de forografias</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Debatedor:</span> Ana Luiza Carvalho da Rocha (BIEV, PPGAS, UFRGS)</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Cidade, fotografia e memória: considerações sobre os álbuns fotográficos de Porto Alegre</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Zita Rosane Possamai (Faced - UFRGS)</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dy8Xter1h6JDC9sWFO6TjNBgvD-PR4ldyqsDFBroUNa86v85kIdCnkhtiZeU9gTOWk9Z505J2WwwzSPsWK2gA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Boa tarde a todos e a todas. Queria agradecer imensamente à Chica e à Ana Luiza pelo convite para fazer parte desse II Clique, parabenizar às duas pelo projeto porque acho que está realmente uma beleza.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Eu preparei uma apresentação em PowerPoint, na qual reúno algumas considerações, tentando pensar a relação entre fotografia e memória da cidade. Abordarei alguns tópicos iniciais sobre a relação fotografia e<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> memória e, posteriormente, me deterei especialmente no estudo de caso de um álbum fotográfico produzido em Porto Alegre, que foi objeto de pesquisa na minha tese e que apresenta essa relação entre a fotografia e a possibilidade de memória que esta traz.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Eu fiquei pensando quando a Chica propôs esta mesa, que há pelo menos duas situações envolvendo a fotografia e a memória. Uma delas seria a memória sendo uma preocupação na própria produção do registro visual, na produção da imagem fotográfica, ou seja, o quanto a fotografia é produzida com essa intenção de memória. E a outra situação é aquela em que a fotografia ou as imagens fotográficas são, a posteriori, instituídas como lugares de memória e são então guardadas, depositadas em acervos fotográficos, em arquivos, em museus. Essa problemática que Denise nos traz aqui hoje.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Então, eu acho que essa função memorial da fotografia está presente desde o seu surgimento. Desde os primeiros daguerreótipos a memória tem uma relação muito estreita com a fotografia, principalmente,<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> na constituição dos retratos, na produção dos retratos. Quando vai se tirar um retrato, mesmo hoje, embora não se elabore objetivamente isso, sabe-se que aquele retrato terá um uso memorial, servirá para ser memória daquela pessoa fotografada. E por conta disso também, pensando no contexto da cidade, uma das primeiras utilizações que se faz da fotografia é justamente a função documental; ela é utilizada para documentar a realidade, documentar principalmente o presente das cidades, por ser um registro concebido como espelho do real. Desde que foi criada, a fotografia foi pensada como uma imagem que corresponde diretamente à realidade. Então essa função documental é uma das funções presentes desde o seu surgimento.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Ainda no contexto das cidades no século XIX, isso se vê na documentação dos monumentos que vão sofrer um processo de restauração. Há também uma preocupação dos fotógrafos em fazer o registro das transformações urbanas. A fotografia será um instrumento utilizado para mostrar as transformações pelas quais as cidades estão passando, num contexto de modernização, em que elas estão mudando drasticamente o seu desenho. São vários os exemplos que podem ser citados. Charles Marville em Paris faz uma cobertura fotográfica da Paris medieval, antes de Haussmann fazer a sua reforma urbana. Max Missmann, em Berlim, durante 40 anos busca estas imagens fotográficas da cidade. <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">No Brasil, vários fotógrafos também tiveram esta preocupação, seja Marc Ferrez, no Rio de Janeiro, seja Militão Augusto de Azevedo, em São Paulo.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">E a segunda situação é essa que a Denise mostrou um pouco a complexidade, quando a fotografia é instituída como um lugar de memória, indo para um determinado acervo. Lá é inserida numa problemática extremamente complexa, envolvendo uma série de questões relacionadas especificamente a curadoria e a gestão de acervos. A Denise citou alguns problemas, como a documentação, conservação, exposição, enfim, um rol de questões que merecem e que precisam ser contempladas quando a fotografia se insere numa instituição de preservação.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Penso que deva haver uma indissociabilidade entre, principalmente, a investigação - que se desenvolve no âmbito acadêmico - e a gestão dos acervos fotográficos. É necessária a cooperação entre as partes, no sentido de<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> que a investigação possa também contribuir para a conservação, para a documentação, e também para a educação. De forma ampla, para a preservação deste patrimônio fotográfico. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Eu passarei a me deter na análise do que eu venho pesquisando, os álbuns fotográficos, inspirada no trabalho de Solange Lima e Vânia Carneiro que se debruçaram sobre os álbuns de São Paulo. Aqui estão alguns dos álbuns que eu tenho pesquisado. Na minha tese trabalhei principalmente três: "Obras Públicas”, editado em 1922; "Porto Alegre Álbum” de 1931 e "Recordações de Porto Alegre", editado em 1935. Posteriormente à tese, eu continuei a pesquisa, com apoio da Fapergs, pesquisando dois álbuns dos mais importantes fotógrafos de Porto Alegre do início do século XX, que foram os Irmãos Ferrari ( na verdade um conjunto de vistas que ao final montava um álbum). E "Porto Alegre" de Virgílio Calegari, editado na primeira década do século XX. E mais recentemente, em função de uma pesquisa filiada à história da educação eu me deparei com o álbum "Biografia de uma cidade", editado em 1940, pesquisa ainda em processo.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwFae9C2fIo5UXFWYf9FR4FFj0pCXHQRpp8bL4bArpI02HtaJhpaomc_aLf9iTwPcMnAGKzcYPaRScAHJ_hLg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">O álbum fotográfico é um material extremamente interessante para a pesquisa histórica ( eu falo aqui principalmente do ponto de vista <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">da pesquisa na história), por trazer uma série de imagens fotográficas; sem muitas vezes o<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> pesquisador precisar ordenar esta série. Não há muito esforço, por parte do historiador, de fazer uma busca por autoria, ou por uma temática, ou por um determinado acervo. O álbum, por si só, já se constitui como um objeto, um artefato que tem uma história também; tem vários aspectos que podem ser trabalhados, desde a sua produção até a sua circulação; como é que ele foi consumido, como é que ele circulou na sociedade. Eu pensei também o álbum como uma forma de coleção. O álbum é uma coleção no sentido de um conjunto de imagens que alguém fez essa seleção do que foi importante para ser colocado nesse álbum. Então esse processo de escolha está relativamente bem colocado no álbum por ter na sua produção uma autoria (por exemplo, o álbum fotográfico de um determinado fotógrafo) ou uma determinada temática (quando há um editor que propõe a edição, a produção desse álbum, reunindo essas imagens fotográficas, muitas vezes de diferentes autorias numa única peça). Eu trabalhei também com a noção de que estes álbuns constroem determinadas narrativas, como meu foco principal era a cidade, então eles constroem narrativas sobre a cidade, construindo também memórias desta cidade.</span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">O álbum é menos uma coleção de pedaços dessa realidade, pensando a fotografia concebida como sendo um registro fidedigno da realidade; <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">o álbum é muito mais um olhar, uma seleção que se faz e que está profundamente <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">relacionada com o imaginário social. A idéia de que a coleção vai restituir uma continuidade perdida com o recorte fotográfico, pensando que o recorte rompe com essa continuidade, tentando mostrar uma totalidade maior da cidade. A coleção e o álbum permitiriam isso. Essa narrativa restituiria uma continuidade visual do espaço urbano. Essa narrativa estaria calcada sobre uma imagem única, quer dizer, é possível encontrar essa narrativa numa única imagem; na ordenação seqüencial das imagens dentro do álbum, e também na relação entre as imagens que se estabelece dentro do próprio álbum. A fotografia, nesse sentido, transforma processos em cenas; determinados processos são transformados num recorte, numa cena, que seriam estes registros documentais. A leitura visual que nós fazemos é a posteriori. O pesquisador, o leitor visual, vai tentar decodificar essas cenas, tentando construir uma narrativa que restituiria esse processo.</span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Nessa leitura visual, tento pensar a construção das narrativas, vinculando a visibilidade, quer dizer, aquilo que está visível nas imagens fotográficas, com uma determinada memória da cidade; e a invisibilidade, ou seja, aquilo que não está presente nas imagens, como uma construção também de esquecimento. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Passo a falar especificamente do <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">álbum "Recordações de Porto Alegre". Talvez vocês já tenham passado por ele nos acervos, ele é bem pequeno; eu não coloquei aqui as dimensões, mas ele é pequeno, tem lá no Hipólito e em outros acervos. Por que eu escolhi esse álbum para apresentar hoje? Bom, o próprio título já traz essa idéia da mesa que é a relação entre fotografia e memória, o próprio título que o editor deu para o álbum foi "Recordações de Porto Alegre". E ele foi produzido, acho que dá para ler ali, na frase bem em baixo, 1835 - 1935, então é um álbum comemorativo ao primeiro centenário da epopéia farroupilha. É um álbum que está dentro das produções das comemorações relacionadas ao centenário da Revolução Farroupilha. A Revolução Farroupilha, para quem não é do Rio Grande do Sul, foi um acontecimento importante no nosso imaginário, a tal ponto que nós comemoramos até hoje. É de tal importância no imaginário gaúcho que se comemora ainda hoje com uma data em específico, que é o dia 20 de setembro e que, além disso, ainda tem a semana farroupilha, mês farroupilha, enfim, é uma data realmente que tem muita importância. Não vou me deter nos detalhes, pois não vem ao caso.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Em 1935 houve essa comemoração gran<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">diosa d<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">o centenário, sendo um dos eventos promovidos pela comissão que organizava a comemoração a exposição comemorativa do centenário, localizada no que hoje nós chamamos Parque da Redenção ou Parque Farroupilha. Naquele momento ainda não havia o que se conhece hoje como parque Farroupilha, era apenas um descampado. A área era conhecida como Várzea, uma área alagadiça, e essa área sofre o primeiro processo de urbanização para a instalação dessa exposição e essa primeira urbanização vai possibilitar depois que o parque seja efetivamente instalado naquele lugar. Essa foto é uma das primeiras do álbum, e aqui vocês já vêem a imagem da própria exposição montada, dá para ver inclusive o portão de abertura, o pórtico, perto dos prédios da UFRGS, e depois todos os pavilhões, alguns foram retirados, algumas coisas permaneceram. Por ocasião desta exposição, o álbum é produzido para ser comercializado na exposição. Aqui tem mais algumas imagens dos pavilhões, do pórtico de entrada, e alguns pavilhões que foram construídos. Nós temos as imagens dos visitantes. Para vocês terem uma idéia da repercussão que a exposição teve no período. Em 1935, vocês imaginem, a cidade tinha apenas 300 mil habitantes. A exposição recebeu um milhão de pessoas. Um milhão de pessoas não recebeu a primeira Bienal do Mercosul, aqui em Porto Alegre. Então dá para ver a dimensão, três vezes mais que a própria população da cidade no período, dá para ver a dimensão e o investimento que houve por parte do Estado, <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">no sentido de fazer a comemoração do Centenário Farroupilha.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">E neste álbum há um texto que informa o objetivo de sua produção, inclusive dando alguns nomes de fotógrafos das imagens que estão contidas no álbum. Apresenta um dos objetivos maiores, que é justamente dizer que "ao nosso público, e muito especialmente aos forasteiros que nos visitarem por ocasião dos festejos comemorativos da passagem do primeiro centenário da grandiosa epopéia farroupilha, temos o prazer de apresentar como lembrança da nossa capital essa coletânea de vistas". Então há uma intencionalidade objetiva, dita pelos próprios editores, no sentido de que esse álbum seja comercializado e, principalmente, levado como lembrança pelas pessoas que visitarem a exposição. Agora, eu passo a mostrar algumas das imagens que selecionei, para que vocês possam entrar comigo nessa coleção.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Uma característica importante do álbum é que ele intercala imagens isoladas, ou seja, imagens únicas, uma imagem em uma única página, como esta que vocês estão vendo, e imagens que estão diagramadas agrupadas numa mesma página. Sendo que a maior parte das imagens está dessa última forma, estão agrupadas.<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> Há toda uma importância dada para as imagens isoladas, e grande parte delas são de edificações;<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> a maior parte das imagens é de edificações da cidade. Essas imagens isoladas, necessariamente, acabam fazendo com que o olhar se detenha com mais vagar sobre a imagem. Enquanto o agrupamento de imagens acaba fazendo com que o olhar salte de uma imagem a outra, acontecendo um processo de construção de relações entre essas imagens. Por isso eu chamei este álbum de “olhar passageiro”, porque a maioria das páginas agrupadas forçava que este olhar fosse mais acelerado do que um álbum que contivesse única e exclusivamente imagens isoladas, como é, por exemplo, o álbum dos Irmãos Ferrari, é apenas uma única vista. Então aqui vocês vejam, no álbum são 18 imagens isoladas e 39 imagens agrupadas. Esse dado dá uma marca para a forma como o álbum é constituído.</span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzDzP-P2y2sgvusOdG7tfB5zh1MtGe9FHNIR_ZNsGQcnjDhxBMgpLEEIDcdx9Gje_-7vOFBX6elDHUN9xeqRw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">A partir destas leituras dos álbuns que eu tenho feito, está sendo possível verificar que estes álbuns são veículos de imaginários sociais urbanos, ou seja, ao mesmo tempo em que eles são constituídos e construídos como frutos desse imaginário, eles auxiliam, contribuem na construção desses imaginários urbanos. Estas imagens fotográficas dos álbuns constroem uma determinada visibilidade desejada,<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; "> uma visualidade desejada da cidade, jogando com essa trama entre visibilidade e <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">invisibilidade. Estes álbuns tecem essas narrativas, ordenando as imagens, relacionando estas imagens<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> e também fazendo a recorrência de determinados motivos fotografados que permitem a criação de sentidos no interior da obra. E esses álbuns e essas imagens constroem uma visibilidade da modernidade urbana. São álbuns que elegem elementos que contribuem para ver uma cidade de feições modernas. Fazem isso a partir da seleção do que escolhem para fotografar, principalmente os edifícios, aqueles edifícios que tem vários pavimentos mostram essa marca da modernidade chegando na cidade, ou os monumentos também. E também selecionando determinados artifícios formais de como construir aquela imagem, são dois elementos que contribuem nesse sentido. E também pela invisibilidade, ou seja, a exclusão de determinados elementos urbanos que nós sabemos que faziam parte da vida da cidade naquele contexto. Sabemos por outras fontes, que não as visuais; sabemos principalmente pelos jornais. Sabemos até mesmo por outras imagens que há outros elementos e que estes elementos não estão contemplados na coleção, na seleção que o editor fez. Neste sentido, o que é visível constrói uma visão da cidade moderna, essa é a intenção do álbum; e a invisibilidade constrói aqui o que eu chamo de esquecimento da cidade colonial, ou pelo menos desta cidade colonial <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">que ainda existia; existia em elementos que ainda estão presentes nessa cidade, po<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">is ela não se torna <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">moderna de uma hora para outra; ela não se torna moderna completamente; ela tem elementos modernizantes, mas nem tudo que está na cidade poderia ser considerado moderno.</span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">E pensar também a relevância da fotografia em Porto Alegre nesse jogo, nessa trama do mostrar, do dar a ver e também do fazer ver. Se na cidade é mais difícil ver essa modernidade acontecendo, na fotografia é muito mais fácil que ela seja realidade, principalmente pensando na força que tem a imagem fotográfica como espelho da realidade. A imagem fotográfica e o álbum mostram algo que talvez não seja tão simples ou fácil de ver na cidade, justamente por essa imagem técnica ter o poder de objetividade bastante grande. Certamente há limites nesse desejo, quer dizer, o historiador que trabalha com fotografia, com imagem fotográfica precisa sempre cotejar com outras fontes, é impossível trabalhar apenas com as imagens. Além de olhar as imagens, precisamos lançar mão de jornais, de relatórios, de outras fontes que nos ajude a ver essa cidade. Então seria isso.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Memória e Patrimônio em Dois Cliqueshttp://www.blogger.com/profile/16214684511514986773noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155729762842599856.post-63308305254765243642008-11-13T14:10:00.000-08:002009-02-17T07:48:00.216-08:00Os frágeis suportes da memória: preservação e acesso ao banco de imagens do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa - Musecom<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Simpósio A fotografia na construção da memória da cidade</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">13 de novembro de 2008 - 14h10</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Coordenação:</span> Cornelia Eckert (BIEV e NAVISUAL UFRGS)</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Palestrantes: </span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Denise Stumvoll</span> (Museu de Comunicação Hipólito José da Costa) - Os frágeis suportes da memória. Preservação e acesso ao banco de imagens do acervo fotográfico/Musecom </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Zita Rosane Possamai </span>(Faced - UFRGS) - Cidade, fotografia e memória: considerações sobre os álbuns fotográficos de Porto Alegre</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Charles Monteiro</span> (PUCRS) - Problematizando a construção de histórias e memórias da cidade através de forografias</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Debatedor:</span> Ana Luiza Carvalho da Rocha (BIEV, PPGAS, UFRGS)</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:medium;">Os frágeis suportes da memória: preservação e acesso ao banco de imagens do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa - Musecom</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Denise Stumvoll</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Fotógrafa, Especialista em Antropologia Social pelo PPGAS-UFRGS, Coordenadora Técnica do Musecom-Sedac. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzWeb8PRjSX1LcOeK3Y5JcALX-GrYFPOR4F0KiR3mxXnioD2deptvXvcYJ9m3HBD-a70CIcFQibzyfM9Y7V-Q' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> O Museu, cuja a principal missão é a guarda da memória da comunicação no RS, possui acervos de imprensa escrita, títulos periódicos raros (até 1924), publicidade, cinema, radio e fonografia, objetos tridimensionais, vídeo e fotografia. O Museu possui um acervo muito volumoso, que necessita de investimentos em infra-estrutura e conservação preventiva, para que num futuro próximo, possa ser disponibilizado em formato digital, o que favorecerá também a pesquisa sobre os entrecruzamentos entre as diferentes mídias. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Nesse sentido, os principais projetos em andamento ou já finalizados, procuram apresentar soluções para as necessidades de conservação preventiva, tais como: Projeto de Estrutruração do núcleo de jornais raros, Projeto Monumenta e Projeto Memória Visual de Porto Alegre. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Durante o período 2006/2007, o acervo fotográfico do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa realizou o Projeto Memória Visual de Porto Alegre, com o patrocínio do Programa Caixa de Adoção de Entidades Culturais. <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">Com esse projeto procuramos dar continuidade ao processo de organização do acervo fotográfico do Musecom e também divulgar o acervo para um público mais amplo, através da publicação de um livro.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"> Projeto Memória visual de Porto Alegre</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxDeMvLptGZWVx3luRggzV0jB0fWZVkk08pAiuQAh1QlReh3NMnkAZgm4P0oojWOTHOpjMYMI5H11gyrR094Q' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> O projeto foi concluído em 2007 e foram desenvolvidas ações de documentação e conservação preventiva, como a construção de um banco de dados e imagens informatizado e a reprodução digital de diversos suportes fotográficos. São fotografias e negativos, álbuns impressos1 e cartões-postais, entre 1880-1960. O tratamento técnico do acervo incluiu a identificação e contextualização histórica das imagens, a conservação e reprodução fotográfica, com o objetivo de se desenvolver um sistema de gerenciamento eletrônico de imagens, que possibilite, além da preservação dos documentos originais, a qualificação do acesso público.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> A linha temática desse projeto, no caso, a seleção <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">de imagens sobre a cidade e a pesquisa sobre os seus autores, foi construída considerando-se as necessidades do público pesquisador e as imagens pertencentes ao acervo.<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> Observamos que no Rio Grande do Sul, nos acervos fotográficos disponíveis à comunidade, as coleções sobre Porto Alegre apresentam um número significativo de fotografias do final do século XIX e primeiro quartel do século XX. Outra característica desses acervos é que boa parte deles se restringe a retratos e fotos externas do Bairro Centro e adjacências. A partir desta constatação estamos focando a seleção das fotografias em coleções que venham a suprir essa lacuna. </span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Além de uma seleção abrangente por período, da década de 1880 a 1960; outra, específica por autoria (importância da trajetória do fotógrafo no Estado), tema (contexto histórico em que a imagem se insere) e definição estética da linguagem fotográfica.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> A curadoria destacou, entre os fundos pertencentes ao acervo do Museu, coleções e arquivos que oferecem importantes subsídios às pesquisas históricas sobre a cidade e também para a compreensão da construção das linguagens fotográficas que circularam na cidade no período delimitado, salientando o trabalho daqueles<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> que a ela se dedicaram. Para tanto, a ênfase do projeto foi a fotografia profissional documentada através dos retratos em estúdio, as vistas urbanas, as fotorreportagens e <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">a fotografia publicitária. Também foi realizada a coleta de informações através de fontes orais, sendo documentadas através de entrevistas as memórias de alguns fotógrafos, seus parentes e outros profissionais que atuaram no período por nós analisado: fotógrafos Léo Guerreiro e João Alberto Fonseca da Silva; filhos de Sioma Breitman, Srs.Irineu e Samuel Breitman, e o assessor de imprensa do Governador Ildo Meneghetti Jornalista Isaías Valliatti.</span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> O trabalho específico do fotógrafo na assessoria de imprensa do poder estadual, nas décadas de 1950 e 1960, que realiza uma documentação oficial, merece destaque, pois iniciamos a pesquisa para complementar a documentação quase inexistente sobre esse arquivo. Neste sentido, as informações levantadas até o momento são parciais e deverão ser completadas em outros projetos a serem realizados. Contamos com depoimentos importantes para o entendimento da dinâmica cultural em que se insere a fotografia na cidade, os fotógrafos e suas associações, com o propósito de documentação das imagens no acervo do Museu. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Sergio Burgi ressalta a importância da identificação do autor para um adequado trabalho de organização e preservação de acervos fotográficos. As análises curatoriais sobre os aspectos formais e autorais das coleções são absolutamente necessárias para a compreensão do universo do acervo. A fotografia, como em to<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">da a forma de representação visual, parte da percepção de um autor, que seleciona o objeto, o enquadramento, entre muitas outras variáveis técnicas que compõem as características formais das imagens. Muito embora, culturalmente, tenha sido tomada como “substituto” do real pelo grande público, em mais de 160 anos de existência. (2006, p. 2 e 3)</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> A organização em núcleos temáticos, que exploram as transformações da cidade, suas manifestações políticas, o trabalho, o lazer e as relações sociais estabelecidas no espaço urbano, foi realizada especificamente para compor este livro, para fins de documentação está sendo mantida a procedência da imagem, já que o mesmo está organizado por arquivos e coleções, de documentação pública e privada.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> <span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"> Arquivos de Documentação Pública:</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> <span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"> Arquivo do Palácio Piratini(APP)</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" font-weight: bold;font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style=" font-weight: bold;font-family:'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dz6Y-KU2eApX-dmUb7fRFOU4Jdi4fBuYzgSrADh1uQ8LHtS-WEs3WO4c7N5-X7BYxLqnIbE19z451cslXJ1Zg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" font-weight: bold;font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> O museu guarda o Arquivo do Palácio Piratini, atualmente produzido pela Assessoria de Imprensa dos Governadores do Estado do <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">Rio Gr<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">ande do Sul. Possui registros desde o ano de 1947 e vem sendo atualizado de modo permanente. A partir da última gestão, foi incluído no acervo fotográfico a nova documentação em meio eletrônico, em suporte CD. Outros tipos de registros de áudio e fílmicos (cinema e vídeo) também podem ser encontrados nesse Arquivo</span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> As imagens selecionadas foram digitalizadas dos negativos produzidos em diversos formatos, por fotógrafos contratados pelo Estado. os documentos selecionados não possui autoria identificada, somente a partir do ano 1990, cada envelope onde está guardado o negativo terá o nome do fotógrafo. Portanto, o processo de identificação está restrito ao mandato de governo no qual está listado o grupo de fotógrafos atuantes em cada período. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Nota importante:</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Todas as legendas onde aparece identificado como APP, leia-se a seguinte complementação: tratam-se de cópias digitais a partir de filmes em suporte flexíveis, diversos tamanhos: 6x6cm, 6x7cm e 6x9cm.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Levantamento de Fotógrafos da Assessoria de Imprensa do Palácio Piratini:</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> APP01: 1947 a 1950 – Gestão Governador Walter Jobim</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Fotógrafos identificados: Diógenes Oliveira, outros?</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> APP02: 1951 a 1954 – Gestão Governador Ernesto Dornelles</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Fotógrafos identificados: Diógenes Oliveira, outros?</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> APP03: 1955 a 1958 – Gestão Governador Ildo Meneghetti </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Fotógrafos identificados: Diógenes Oliveira, Santos Vidarte, outros?</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> APP04: 1959 a 1962 – Gestão Governador Leonel Brizola </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Fotógrafos identificados:Carlos Contursi, Diógenes Oliveira, Alberto Serrano, Pedro Flores, Santos Vidarte, Lemyr Martins.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> APP05: 1963 a 1966 – Gestão Governador Ildo Meneghetti </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Fotógrafos identificados: Diógenes Oliveira(?) Orlando Mosca, Alberto Serrano, Pedro Flores, Joaquim Magadan, Santos Vidarte.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> APP06: 1967 a 1970 – Gestão Governador Walter Peracchi Barcelos </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Fotógrafos identificados: Alberto Serrano, Pedro Flores, Joaquim Magadan(?), Orlando Mosca(?), Santos Vidarte.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"> Coleção Fundação TVE </span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> São imagens da fundação da TVE Piratini, além de objetos que traçam a evolução técnica da televisão no Estado. Os atores, os jornalistas e os primeiros programas realizados ao vivo, são exemplos importantes da fase da televisão no período dos anos 1960. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"> Coleção Brasil Telecom </span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Trata-se do acervo sobre a historia da telefonia no Estado, pertenceu entre outras empresas, a extinta Companhia Rio-Grandense de Telecomunicações (CRT). Grande parte das imagens são fotografias organizadas em álbuns e fora<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">m digitalizadas a partir de uma seleção do período. Compõem este acervo também objetos tridimensionais, como mesas operadoras, telefones, cabine telefônica, entre outros.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> A aquisição deste arquivo fotográfico ocorre<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">u em 2005, através de um contrato com a atual mantenedora do serviço de telefonia, a empresa Brasil Telecom/Filial RS. O Museu guarda registros fotográficos do período c. 1910 –1990, são imagens das décadas de 20 e 30 e das centrais telefônicas na cidade e interior do Estado<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">. Embora o foco dessas fotografias seja a rede telefônica, as imagens são ricas em detalhes da zona urbana de Porto Alegre, retratando ruas, edificações, praças e vistas panorâmicas.</span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"> Arquivos de Documentação Privada:</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Documentos avulsos(DAV) – Muitas doações saõ provenientes de pessoas que participaram da história dos meios de comunicação no Estado. São retratos de família, paisagens e vistas urbanas, em fotografias e cartões-postais, bem como imagens de eventos que marcaram a história da cidade. Nessas coleções destacamos fotografias produzidas no final do século XIX por diversos fotógrafos atuantes na cidade.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"> Arquivos de Documentação Privada/autores:</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Fotógrafo Antonio Nunes (1907-1982)<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">: Foi um importante repórter fotográfico da Empresa Caldas Júnior, tendo atuado por 46 anos e presenciado a evolução da fotografia. O Museu guarda uma exposição retrospectiva do seu trabalho, em que podemos encontrar diversos retratos de personalidades políticas, como Getúlio Vargas e importantes acontecimentos da história de Porto Alegre, como a enchente de 1941.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Fotógrafo Salomão Scliar (1925-1991): O Museu guarda a coleção deste fotógrafo e cineasta que teve importante atuação no cenário brasileiro e internacional. Nas década de 40 e 50 integra a equipe de repórteres fotográficos da revista O Cruzeiro, junto com José Medeiros, Ed Keffel e Indalécio Wanderley. Trabalhou também com Jean Manzon, na revista Manchete. No Rio Grande do Sul, publica várias fotorreportagens na Revista do Globo. Nos anos 60, ainda publica nas revistas Senhor e Realidade. Nesses trabalhos, suas imagens despontam por misturar as linguagens documental e artística, desenvolvendo um estilo próprio a partir de composições bem-elaboradas e a busca de outros ângulos que fujam do plano americano. Nos anos 70 e 80, monta a Editor<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">a Painel, responsável pela publicação de diversos álbuns impressos históricos, com destaque para a imagem, como a série Raízes Gaúchas: Rio Grande do Sul Histórico, Porto Alegre Antigo e Os Sete Povos das Missões.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Fotógrafo Miguel Castro Filho (1924- ) : Esta<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">belecido em Porto Alegre desde 1951, abre um estúdio fotográfico na Rua Vinte e Quatro de Outu<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">bro, onde trabalhou por mais de vinte anos. Dedicou-se à cobertura de eventos políticos, reportagens sociais e esportivas, tendo sido premiado, em 1953, nessas duas últimas modalidades. As fotografias em estúdio, de casamentos e batizados, bailes de debutantes e festas realizadas pelo clube Leopoldina Juvenil, pela Casa de Espanha, entre outros. Em seu estúdio ofereciam-se fotos em preto&branco ou colorizadas com tinta a óleo, por Ventura Castro, esposa do fotógrafo, logo, nos anos 60 seriam substituídas pelas fotografias coloridas.</span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"> Álbuns Impressos – Acervo de Imprensa Escrita:</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Álbum de Porto Alegre – fotografias de Vírgilio Calegari, edição Luiz Coimbra Júnior, Tecnografica, Milano, c. 1911;</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Porto Alegre: Álbum, edição Pedro Carvalho, Porto Alegre, 1931;</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Recordações de Porto Alegre, Editora do Globo, Porto Alegre, 1935;</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Porto Alegre: Retrato de uma Cidade – Cem fotografias de W. Hoffman Harnisch Filho - Edição do Departamento Central dos Festejos<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> do Bi-centenário ,Prefeitura Municipal, Editora do Globo, Porto Alegre,1940;</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Porto Alegre: Biografia de uma cidade. Edição comemorativa do Bicentenário de fundação da cidade, editor Leo Gerônimo Schidrowitz, Tipografia do Centro, 1940;</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Rio Grande do Sul: Imagem da Terra Gaúcha, edição Leo Gerônimo Schidrowitz, Editora Cosmos, Porto Alegre, 1942;</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Porto Alegre Antigo, organizado por Salomão Scliar, Editora Painel, (c. 1970).</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Considerando esta tipologia de acervo tão variada, constata-se a necessidade de uma estrita organização dos suportes e das informações que as imagens veiculam.O acervo fotográfico está incorporando a linguagem digital como forma de acesso às imagens originais, evitando o manuseio indiscriminado dos objetos, como <span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">algumas das ações para conservá-las. Por outro lado, o recebimento dos arquivo<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">s já obtidos como imagem digital gera outras questões sobre o seu gerenciamento, envolven<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">do a realização sistemática de cópias e a garantia de investimentos em informática, equipamentos e profissionais especializados. </span></span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Ao pensarmos sobre a relevância do acervo fotográfico que compõe o Museu de Comunicação do Governo do Estado, chamamos a atenção para a conservação preventiva dos materiais fotográficos, expostos diariamente a muitos fatores que causam a sua deterioração. Esta ação é a garantia de que novas gerações tenham acesso a um original fotográfico, na medida em que já está havendo um direcionamento para produção de imagens digitais.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Dentre os meios de comunicação, a imagem e seu gerenciamento eletrônico tem se consolidado como um eixo da dinâmica contemporânea. A fotografia, tal como a conhecemos, dentre os diversos materiais utilizados para confeccionar um artefato onde está a imagem, apresenta-se agora, também como imagem digital. Fotografia designa um objeto que sofreu a ação química da luz, já a imagem digital é obtida através de câmera digital, scanner, ou criação dentro do computador, convertendo sua informação em código eletrônico. A indiferença entre as duas exige hoje do espectador uma atenção nunca vista sobre a imagem e seu vínculo com a realidade.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Na linguagem fotográfica há uma relação<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; "> inexorável entre imagem e o texto, portanto, em um acervo, a pesquisa e documentação são <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">fundamentais. A documentação informatizada com sistemas de buscas constitui o gerenciamento eletrôn<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">ico de imagens. Iniciamos um processo no qual poderão estar sempre sendo atualizados os registros com mais informações, bem como essas poderão migrar para outros softwares mais atualizados. Os metadados, texto e imagens associados em um único arquivo são soluções a serem pesquisadas, pois resolveriam completamente a situação da inexistência de dados sobre a imagem. </span></span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> A constatação da necessidade de preservação dos suportes originais onde estão fixadas as imagens, seja a foto mais antiga ou imagem atual, leva-nos a escolher quais imagens teriam muita urgência de serem divulgadas e, portanto, preservadas. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Segundo Sandra Baruki (Coordenadora do Centro de Conservação e Preservação de Fotografias-Funarte-Ministério da Cultura, membro da Abracor - Associação Brasileira de Conservadores e Restauradores), tem-se discutido muito a relação entre preservação e acesso, justamente sobre o encadeamento das duas ações. Sem dúvida, a digitalização nos assegura o acesso, contudo não é suficiente para conter a deterioração dos suportes originais. Mas, o fato de essas imagens se tornarem públicas, gera cada vez mais a valorização do nosso patrimônio cultural e a necessidade urgente de preservá-lo. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> As ações de educação patrimonial envolveram uma exposição de média duração e lançamento de um livro com 230 imagens do acervo, distribuídos para bibliotecas e instituições culturais. Já as de ações de documentação e conservação preventiva, como a construção de um banco de dados e imagens informatizado e a reprodução digital de diversos suportes fotográficos, foram realizadas no universo de 2.000 imagens. Do montante do acervo, em torno de 524.400 itens, 471.000 são imagens em filmes suporte flexível, em diversos formatos 6x6cm, 6x7cm,6x9cm, além de 35mm. Portanto, no acervo temos imagens somente em negativo, com pouca identificação histórica, que a partir do tratamento técnico proposto, foi iniciado o diagnóstico de conteúdo histórico e de conservação fotográfica, visando a identificação de filmes de nitrato, diacetato e triacetato de celulose para desenvolvimento de outro projeto para a higienização, acondicionamento, armazenamento e reprodução digital desse material.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> <span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"> Novas Perspectivas: continuidade das ações de conservação fotográfica</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"> </span> </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> No ano de 2000, iniciou-se o contato com o Centro de Conservação e Preservação de Fotografias/Funarte/Ministério da Cultura, a partir dessa assessoria técnica, tomamos como referência o “ Manual para Catalogação de Documentos Fotográficos”, desenvolvido para catalogar o acervo iconográfico da Biblioteca Nacional. A partir dessas referências, também iniciamos a metodologia de conservação preventiva, como uma linha de ação para minimizar os principais causas da deterioração fotográfica. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">A metodologia aplicada às coleções recebe o tratamento intitulado como conservação preventiva. Tratam-se de procedimentos configurados a partir de pesquisas em diversas instituições nacionais e internacionais com o objetivo principal de salvaguardar os materiais fotográficos para uma longa permanência.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Considerando os principais itens que<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> atuam na conservação preventiva dos materiais fotográficos:-controle/ minimização dos fatores<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; "> ambientais que provocam deterioração dos materiais fotográficos; -armazenamento, acondicionamento e manuseio correto dos materiais; -documentação e reprodução dos materiais fotográficos, a metodologia proposta baseia-se no desenvolvimento de soluções para minimizar a deterioração, considerando mais o conjunto das peças da coleção do que uma intervenção individual, dado a relação custo/benefício.</span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">Durante a execução do Projeto memória Visual, fizemos a aquisição de um scanner Nikon para formatos desde 35mm até médio formato. O resultado do trabalho com o scanner superou as expectativas em termos de qualidade técnica. Contudo, através de um incipiente diagnóstico sobre a conservação dos filmes fotográficos, temos que, muitos já estão comprometidos, inviabilizando sua reprodução via este equipamento, que aceita somente materiais planos. Portanto, é essencial atender as questões básicas de conservação. Neste diagnóstico tivemos a assessoria técnica de Sandra Baruki /CCPF e de Mauro Domingues, Coordenador de Preservação do Arquivo Nacional.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Atualmente, estamos iniciando um con<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">vênio com<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> o Centro de Conservação e Preservação de Fotografias da Funarte/ Ministério da Cultura, objetivando a difusão de conhecimentos na região sul do Brasil, através de treinamentos visando a capacitação de pessoal em conservação fotográfica, bem como uma assessoria técnic<span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">a específica do CCPF para elaboração de um projeto de reestruturação da reserva técnica do acervo fotográfico, visando atingir a totalidade do acervo - organizando o armazenamento de distintos suportes com diferentes estados de conservação, bem como executando todas as etapas do tratamento técnico.</span></span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> O projeto deverá prever a organização do arquivo e da aplicação de procedimentos de conservação preventiva, entre eles, o armazenamento de todo o material, o acondicionamento e a reprodução de parte do arquivo fotográfico, diminuição da incidência de luz solar e de calor, bem como do controle adequado de umidade e temperatura na reserva técnica. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Identificar e contextualizar histórica e culturalmente as imagens fotográficas através da utilização de procedimentos de catalogação e indexação dessas informações, em consonância com as mais avançadas técnicas; redefinir<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">, reestruturar, completar e atualizar a documentação museológica e o tratamento arquivístico, de forma a torná-los mais acessíveis ao público pesquisador e a facilitar a troca de informações com instituições congêneres; construir bases de dados e imagens possibilitando ao usuário<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> o acesso informatizado aos documentos fotográficos, são outros objetivos do trabalho.</span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> Esta solicitação de recursos terá como propósito viabilizar a reorganização do espaço interno, garantir as condições adequadas para a preservação do inestimável acervo de documentos históricos do Museu e melhorar o atendimento ao pesquisador. Necessitamos urgentemente garantir os itens fundamentais da conservação preventiva de acervos que são a climatização, o sistema de segurança, a higienização, o acondicionamento e a guarda dos documentos, pois, concluindo, são realmente frágeis os suportes da nossa memória.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> <span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"> Bibliografia:</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"> </span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> BARUKI, Sandra e KOURY, Nazareth. “Treinamento em conservação fotográfica: a orientação do Centro de Conservação e <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">Preservação Fotográfica da Funarte” In: Cadernos Técnicos de Conservação Fotográfica nº1, Rio de Janeiro: Funarte,1997.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> CADENAS, Carlos Teixidor. La Fotografia <span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia; "><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">em Canárias e Madeira – La época Del daguerrotipo, el colodión y la albumina-1839-1900.Madrid,1999.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"> COSTA, Franscisco da. “ Reprodução Fotográfica e Reprodução” In: Cadernos Técnicos de Conservação Fotográfica nº1, Rio de Janeiro: Funarte,1997.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">COSTA, Helouise e RODRIGUES, Renato. A Fotografia Moderna no Brasil. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ: IPHAN: Funarte, 1995. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">FABRIS, Annateresa (org.). Fotografia - Usos e funções no século XIX. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1991.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">FERNANDES Jr., Rubens. Desconhecidos Íntimos – O imaginário do fotógrafo lambe-lambe. Disponível em www.mnemocine.com.br.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">FRANCO, Sérgio da Costa. Gente e Espaços de <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">Porto Alegre. Porto Alegre: Ufrgs, 2000.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">FRANCO. Sérgio da Costa. Porto Alegre-Guia Histórico. Porto Alegre: Ed. da Universidade, 1998. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">FREUND, Gisele. Fotografia e Sociedade. Lisboa: Vega, 1976.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">KOSSOY, Boris. Origens e Expansão da fotografia no Brasil . Rio de Janeiro: Funarte, 1980.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">KOSSOY, Boris. Dicionário Histórico Fotográfico Brasileiro. Fotógrafos e ofício da Fotografia no Brasil(1833-1910), São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">PAVÃO, Luis. Conservação de Coleções Fotográficas. Lisboa: Dinalivro, 1997.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">POSSAMAI, Zita Rosane. Cidade Fotografada: Memória e esquecimento nos álbuns fotográficos, décadas de 1920 e 1930. Dissertação de Doutorado, PPG História Ufrgs. Porto Alegre, 2005.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;">STUMVOLL, Denise e MENEZES, Naida (org.) Memória Visual de Porto Alegre –1880-1960, Porto Alegre: Editora Associação de Amigos do Musecom, 2007.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:x-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Memória e Patrimônio em Dois Cliqueshttp://www.blogger.com/profile/16214684511514986773noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155729762842599856.post-13599804207730978552008-11-03T04:47:00.000-08:002008-12-25T14:50:54.625-08:00ENCERRAMENTO DO II CLIQUE<span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;" lang="PT-BR">20 de novembro<br /> <strong> </strong></span></span><br /><span style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;" lang="PT-BR"><strong>Oficina </strong>II</span><p style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;"><span lang="PT-BR">Olhares Diversos e Contemporâneos: imagem, memória e sociedade<br /> <strong>Prof. Dr. </strong></span><strong><span lang="PT-BR">Russell </span></strong><span lang="PT-BR"><strong>Parry Scott (UFPE)</strong></span></p><span style="font-family:trebuchet ms;">Local: Auditório do ILEA</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Horário: 17:30hs</span><br /><p style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;"><strong><span lang="PT-BR">Parceria: NUPACS-UFRGS.</span></strong></p><p style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;"><strong><span lang="PT-BR">entrega dos atestados de participação<br /></span></strong></p><p style="font-weight: bold; font-family: trebuchet ms;font-family:trebuchet ms;"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p><p style="font-weight: bold; font-family: trebuchet ms;font-family:trebuchet ms;"><span style="font-size:100%;">21 de novembro<br /><strong></strong></span></p><p style="font-weight: bold; font-family: trebuchet ms;font-family:trebuchet ms;"><span style="font-size:100%;"><strong><span lang="PT-BR">PALESTRA NO II SEMINÁRIO CORPO E SAÚDE</span></strong></span></p> <p style="font-weight: bold; font-family:trebuchet ms;"><span style="font-size:100%;"><strong><span lang="PT-BR">Olhares Diversos e Contemporâneos</span></strong></span></p><p style="font-weight: bold; font-family:trebuchet ms;"><span style="font-size:100%;"><strong><span lang="PT-BR">Prof. Dr. Russell Parry Scott </span></strong></span><span lang="PT-BR" style="font-size:100%;">(UFPE)</span></p><p style="font-family: trebuchet ms;font-family:trebuchet ms;"><span lang="PT-BR" style="font-size:100%;">Local: Auditório do ILEA<br /></span></p><p><span lang="PT-BR"><span style="font-family: trebuchet ms;font-family:trebuchet ms;font-size:100%;">Horário: 11hs</span><br /></span></p>Memória e Patrimônio em Dois Cliqueshttp://www.blogger.com/profile/16214684511514986773noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155729762842599856.post-66154963043216431532008-11-02T05:37:00.001-08:002008-12-25T15:07:23.399-08:00PROGRAMAÇÃO II CLIQUE<div style="text-align: justify;"><span style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;">SEMINÁRIO MEMÓRIA E PATRIMÔNIO EM DOIS CLIQUES</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">A pesquisa com imagens em contextos museológicos</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;">II CLIQUE</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">A pesquisa com imagens fotográficas</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">PROGRAMAÇÃO OFICIAL</span><br /><span style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;">13 e 14 de Novembro – Simpósios e Palestras</span><br /><span style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;">12, 20 e 21 de novembro - Oficinas</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Local: Auditório do Instituto Latino Americano de Estudos Avançados – ILEA</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Av. Bento Gonçalves, 9500, Campus do Vale, UFRGS – Prédio 43322 – POA / RS</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;"><span style="font-size:130%;">12 de novembro – quarta-feira – 14hs às 17hs</span></span><br /><span style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;">OFICINA I</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">A experiência etnográfica face à produção de coleções etnográficas escrita, sonoras e</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">visuais (fotografia e vídeo)</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Responsáveis: Dra. Ana Luiza Carvalho da Rocha, Dr. Rafael Devos, Dra. Viviane Vedana</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Ministrantes</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Equipe de pesquisadores e bolsistas do Banco de Imagens e Efeitos Visuais/ BIEV</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">A prática etnográfica em contar histórias de vidas humanas a partir do registro sonoro e visual (literatura, desenhos, gravuras, fotografias, filmes, vídeos) possui filiações e pertencimentos a determinadas formas de construção do conhecimento. Neste sentido, a prática de contar estórias/histórias em Antropologia é tão antiga quanto as práticas de escutá-las e de representá-las, constituindo-se, assim, parte integrante do ato ancestral de contar estórias. Os gestos que inspiraram naturalistas, cartógrafos e pintores tanto quanto viajantes e de aventureiros, romancistas, cronistas na sua volúpia de traduzir para seus semelhantes suas experiências com outros mundos, ou mesmo com seus mundos semelhantes, mas visto com outros olhos. Esta oficina apresenta os procedimentos de criação de coleções etnográficas em múltiplas mídias (escrita, fotografia, vídeo, som) através da aplicação do método de convergência (G.Durand, 1984) da mitoanálise na compreensão do fenômeno da memória coletiva e do patrimônio nas modernas sociedades complexas, urbano-industriais. O objetivo é divulgar a perspectiva da investigação sobre imaginário, memória e duração que vem sendo realizada nos ateliês de pesquisa do BIEV, há mais de 10 anos.</span><br /><br /><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">13 de novembro – quinta-feira</span></span><br /><br /><span style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;">14hs - SESSÃO DE ABERTURA</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Dr. José Carlos Hennemann (Ex reitor da UFRGS)</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Dr. Guillermo J. Creus (Diretor do ILEA)</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Sr. José Nascimento Junior (Coordenador DEMU – MINC)</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;">14hs10 - SIMPÓSIO</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">A fotografia na construção da memória da cidade</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Coordenação</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Profa. Dra. Cornelia Eckert (Biev e Navisual)</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Debatedora</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Dra. Ana Luiza Carvalho da Rocha (BIEV, PPGAS, UFRGS)</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Palestrantes</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Denise Stumvoll (Museu de Comunicação Hipólito José da Costa)</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">“Os frágeis suportes da memória. Preservação e acesso ao banco de imagens do acervo</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">fotográfico/Musecom”</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Profa. Dra. Zita Rosane Possamai (Faced - UFRGS)</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">“Cidade, fotografia e memória: considerações sobre os álbuns fotográficos de Porto Alegre”</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Prof. Dr. Charles Monteiro (PUCRS)</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">“Problematizando a construção de histórias e memórias da cidade através de forografias”</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;">17hs - CONFERÊNCIA</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Profa. Dra. Solange Ferraz de Lima (Museu Paulista e USP)</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">“A pesquisa com fotografia no Museu Paulista: construção de banco de imagens e coleções de retrato”</span><br /><br /><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">14 de novembro – sexta-feira</span></span><br /><br /><span style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;">14hs - SIMPÓSIO</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">O documento fotográfico pesquisado: projetos museográficos e montagem de exposições</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Coordenação</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Profa. Dra. Liliane Guterres (Navisual UFRGS, UCS e UNILASALLE)</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Debatedora</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Arq. doutoranda Jeniffer Cuty (PROPUR/UFRGS)</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Palestrantes</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Dr. Rafael Devos (Bolsista Pos-doc jr CNPq Biev e Navisual, UFRGS) </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">“Animando documentos: coleções de crônicas etnográficas em vídeo, animações de fotografias e material iconográfico com documentos sonoros na montagem de narrativas em hipermídia”</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Prof. Dr. Ivo Canabarro (Unijuí)</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">“A utilização da fotografia para a construção do conhecimento histórico”</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Arq. Ceres Storchi (Arq. UFRGS)</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">“O documento fotográfico como suporte de interpretação museográfica”</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;">17hs - CONFERÊNCIA</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Prof. Dr. Jérôme Souty (EHESS França e UERJ Brasil)</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">“ Pierre Verger: a escrita do Outro com imagens ”</span><br /><br /><br /><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:130%;"><span style="font-weight: bold;">20 e 21 de novembro</span></span><br /><span style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;">OFICINA II</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Olhares Diversos e Contemporâneos: imagem, memória e sociedade.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Prof. Dr. Parry Scot – UFPE</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Equipe de professores, pesquisadores e bolsistas do NUPECS, BIEV, NAVISUAL, NACI e NUPACS, Núcleos do Programa de Pós-graduação em Antropologia Social.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Coordenação: Profa. Dra. Cornelia Eckert</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Local: Pantheon – IFCH – Campus do Vale – UFRGS</span></div>Memória e Patrimônio em Dois Cliqueshttp://www.blogger.com/profile/16214684511514986773noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155729762842599856.post-87677344019457117412008-09-27T14:00:00.000-07:002009-02-13T11:05:34.869-08:00A cidade filmada: o filme como patrimônio da memória coletiva<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Mini Curso com projeção de documentários (extratos):</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">O filme como patrimônio da memória coletiva e a pesquisa em acervo fílmico para construção da memória da cidade.</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">27 de setembro - 14hs</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Local: Cinema Redenção</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">A cidade filmada: o filme como patrimônio da memória coletiva e a construção do imaginário urbano brasileiro nas narrativas documentais</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Profa. Dra. Maria Henriqueta Credy Satt (PUCRS)</span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwbbK0BBfOH392SptbjYMTlhmx33A32Bvuq0kBTCMoEXec6ly4OkKDrKiVNUf4jRhSXa_k9NmJnXXxivhmQ0Q' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Falar sobre a cidade filmada nos documentários, ou mesmo se entregar a essas imagens, é ao mesmo tempo fascinante e um desafio. Sempre lemb<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">ro de uma fala do Edgard Morin que dizia que passamos a maior parte do tempo vivendo e não pensando. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">O desafio está em perceber que os documentários urbanos são portadores dessa ambigüidade. Ao mesmo tempo que nos trazem experiências cognitivas familiares, já que se oferecem como imagem - dado fundamental para nosso conhecimento do mundo -, podem nos provocar um estranhamento. O estranhamento do outro, de sua cultura, de sua imagem, de sua lógica de mundo. É mesmo uma viagem ao mundo do outro, uma viagem xamânica e sensorial, como sugeriu Da Matta. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">A gente sabe, por experiência própria, que viver nas cidades, nesse século XXI é estar submerso em plurais e ininterruptos fluxos de imagens Mídia, câmeras, televisão, internet, webcams,celulares, câmeras de vigilância e tantos outros dispositivos de produção e veiculação de imagens que moldam nossa sensibilidade de homens contemporâneos. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Pode parecer óbvio demais dizer que pra nossa cultura urbana, a experiência de mundo passa, em grande parte, pela imagem mediada, mídiatica; transformar-se em discurso áudio-visual, ofertar-se como imagem é hoje uma das normas de afirmação de existência para o mundo e no mundo. Nunca se produziu e se fez circular tantas imagens, vejam o youtube, para citar um dos mais impressionantes exemplos de todos os tempos . Se quiséssemos parávamos por aqui e só reprocessávamos, remontávamos, rearranjávamos esse vasto patrimônio de imagens materiais legados pela humanidade.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">É por aí também que passa a nossa experiência de metrópole, de cidade, de vida urbana. Uma experiência de exacerbação dos sentidos nos propondo multiplicidades, descontinuidades e desafios constantes à nossa forma de durar no mundo, de edificar nossas memórias, e empreender nossa luta contra o tempo, contra o esquecimento e contra a morte. ( o instante qq que virá O instante. Memória cheia e a decisão de qual instante guardar. Uma outra seleção)</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">O documentário e as pessoas que trabalham com produções de imagens se defrontam hoje com esse mundo que já se dá como imagem. Um mundo onde cada imagem desliza sobre outra imagem, como escreveu o crítico Serge Daney. Um mundo atravessado por uma crescente roteirização das relações sociais, dos roteiros normatizadores que se instalam em todo lugar. Como filmar esse mundo? Como falar das cidades que nos habitam? Cidades que se conformam em nossa imaginação não somente por nossas artes de vivê-las, mas, sobretudo, por nossa experiência mediada pela diversidade de tecnologias do imaginário? Como filmar a cidade sem esbarrar em clichês, em esquemas interpretativos, em fórmulas fáceis e já tão íntimas e incorporadas em nosso dia a dia? A cidade nos chega a partir de tantos filmes, programas de televisão, blogs, imagens de telejornais. Códigos do realismo, como diz a Beatriz Jaguaribe, que acabam por exercer um poder pedagógico sobre a nossa percepção de realidade, sobre o nosso imaginário de viver nas cidades urbano-contemporâneas. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Portanto, para nós produtores de narrativas <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">audiovisuais, falar nessa relação entre documentário e cidade é também refletir sobre as formas de discursos e negociações trans-subjetivas que estão em jogo, em uma constante negociação entre as imagens do mundo, quem filma, como filma, o que filma, quem é filmado e quem recebe essas imagens.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzMU3e_HTAUjgCQTXBu32MFq3NEbP9su592vs2BIjz3sqcun47x8_cUBtCE_9Vuzo1z194lImg7VrZUY0qdEw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Talvez seja importante pensar no documentarista como um sujeito urbano, que partilha e expressa em seus filmes um imaginário comum, atualizando e recriando a memória da cidade. Essa perspectiva nos traz a dimensão do documentário habitado pelo espírito de fabulação, de invenção, de imaginação.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Em “O ar e os sonhos: ensaio sobre a imaginação do movimento”, bachelard nos fala que a imaginação não é a faculdade de formar imagens, mas a faculdade de deformar imagens. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">É a partir dessa perspectiva bachelardiana que estamos autorizados a desintegrar o senso comum, de rasgar o roteiro que nos diz que o docum<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">entário, por filmar o real, tem um caráter objetivo, de reprodução de um mundo histórico. Ambição que, muitas vezes, essas narrativas do real, com suas metas de noticiar e construir a memória do mundo, nos fazem crer.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Dessa perspectiva os documentários urbanos, nosso olhar de documentaristas sobre a cidade, nossas construções das cidades documentais seriam ,na esteira da noção de paisagem de Georg Simmel :</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Pontos de vista estéticos e atmosféricos, pedaços de mundo destacados e arrancados de um todo qualquer, que ao mundo retornam como imagens. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Ora, sabemos que um ponto de vista nunca é objetivo, pois, nos dirá Durand, a contemplação do mundo já é ela mesma uma transformação. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">“Contemplar é transformar, pois não podemos separar a imaginação das imagens concretas. Contemplar é acionar nossa ação imaginante, é convocar um enxame de imagens .</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">O documentário pensado então como uma máquina simbólica de produzir pontos de vista. Todos os pontos de vista imagináveis, aqueles do imaginário.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Comolli: “a cidade do cineasta tem mais chances de existir nos filmes do que em outros lugares”. Uma cidade documental (re)inventada simbolicamente nas imagens, constituída pelo gesto criador do documentarista em inter-relação com as pessoas e lugares que elege como pedaços de mundo e que ao mundo retornam como imagens. Um pedaço de mundo que nos olha, segundo Comolli, tomando-nos como sujeitos do olhar, colocando-nos no poder do olhar do outro. Possibilitando a nós, espectadores, olhar a cidade através do olhar do documentarista, de seu “mundo simbólico e criativo”. (Ana Rocha e Cornélia Eckert). </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Essa cidade documental, portanto, é modulada por fluxos da ordem da memória, do imaginário e da imaginação. Essa tríade fantástica que impregna o gesto cinematográfico, os encontros do documentarista-câmera com o mundo ao qual se aproxima, as relações que se estabelecem entre documentarista e personagens, bem como a instância da fruição do espectador com a obra. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Nessa perspectiva, do documentário como representação, como expressão de nossa mediação simbólica com o mundo, gostaríamos de propor que nesse encontro da obra com o espectador, constitui-se um terceiro espaço de enunciação simbólica (Homi Bhaba). Esse espaço não é nem aquele da narrativa, nem aquele do espectador, mas, sim, um espaço que inclui os dois para formar um terceiro: desestabilizador, híbrido e intersticial. Acreditamos ser nele que as imagens urbanas se conformam e se recompõem, mobilizando um lugar onde a narrativa assume sua riqueza semântica e sua instabilidade de sentidos. Assim, as cidades propostas nesses documentários urbanos nascem nesse entre-lugar e se formatam em uma dinâmica frágil, instável e potente como é a imaginação. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Eu acredito, portanto, que esses filmes que vamos ver expressam, cada um a seu modo, certa atmosfera do vivido, ao mesmo tempo em suas exibições ao público engordam o repertório imaginário do sentimento coletivo da vida urbana. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">O nosso curso: </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Apesar do título da nossa palestra remeter especificamente aos documentários brasileiros, vamos seguir um percurso que passa por algumas tradições documentais fundamentais para pensar os diferentes momentos de inscrição do imaginário urbano. E falamos em tradições porque embora elas tenham um momento de elaboração de seus aspectos estéticos e conceituais, são atualizadas ainda hoje nos documentários contemporâneos. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Pra gente pensar a relação entre cinema e cidade vamos traçar um percurso que nos leve do olhar sem corpo do cinema nascente e das vanguardas de 20, passando pelo cinema-corpo que emerge no cinema moderno e chegando, enfim, à câmera-prótese, a câmera da mão e da palavra, usando a expressão de Roth. Entre os anos 20 e os anos 60, porém, ainda teremos a desilusão da guerra e os filmes dos anos 50 que prenunciam as tradições inauguradas no cinema de som direto. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">É sob essa perspectiva que vamos tentar perceber como se dá inscrição do imaginário urbano nos documentários que vamos ver hoje. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Um dos pontos, portanto, é perceber como essas tecnologias do imaginário suportes de diferentes origens como: película, vídeo, digital, webcams, celular etc.) possibilitaram ao homem urbano expressar o sentimento coletivo de viver nas cidades moderno-contemporâneas. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Nessa “adequação com os movimentos dos homens” e do mundo traduzidas em formas sensíveis e expressivas, as antropólogas Eckert e Rocha , em reflexão acerca dos desafios de filmar a/na cidade, propõem que a evolução da linguagem cinematográfica revela a maneira dos cineastas apreenderem e reformularem criativamente as pulsações dos tempos urbanos, bem como de comunicá-los dramaticamente através das estéticas cinematográficas.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Nossa análise e observação, portanto, estará voltada para as histórias que esses documentaristas contam e como contam. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Memória e Patrimônio em Dois Cliqueshttp://www.blogger.com/profile/16214684511514986773noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155729762842599856.post-54933724632464100372008-09-26T18:00:00.000-07:002009-02-07T18:45:11.195-08:00A Tradição do Bará do Mercado<div><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Simpósio: </span></span></span></span></span><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">A pesquisa com imagens na construção da memória da cultura afro descendente </span></span></span></span></span><st1:personname productid="em Porto Alegre" st="on"><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">em Porto Alegre</span></span></span></span></span></st1:personname></i><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">26 de setembro de 2008. Sala Rendenção, Campus Central - UFRGS</span></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" style=" font-weight: bold;font-family:'trebuchet ms';font-size:13px;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=""><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Conferencistas: Ana Luiza Carvalho da Rocha, Rafael Devos, Anelise Guterres, Viviane Vedana, Bábà Diba de Iemonjá.</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';font-size:13px;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><strong><span style="letter-spacing: -0.5pt; font-weight: normal; "><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Documentário Etnográfico </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: italic;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">"</span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: italic;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">A tradição do Bará do Mercado Público</span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: italic;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">”</span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">. Direção: Ana Luiza Carvalho da Rocha. Biev, 2008. </span></span></span></strong></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';font-size:13px;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style=""><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">O documentário A Tradição do Bará do Mercado traz os relatos de 7 religiosos de matriz africana sobre o fundamento afro-religioso chamado O Bará do Mercado Público, a partir dos percursos e experiências urbanas desses negros na cidade de Porto Alegre. Os entrevistados: Adãozinho do Bará, Mãe Norinha de Oxalá, Mestre Borel, Mãe Maria de Oxum, Mãe Angélica de Oxum, Pai Nilsom de Oxum, Babadiba de Iemanjá integram a CEDRAB – Congregação em Defesa das Religiões Afro-brasileiras – fundada em 2004 por Mãe Norinha de Oxalá grande idealizadora do projeto.<br />Como diretora do documentário está a antropóloga Ana Luiza Carvalho da Rocha, que coordena junto com Cornelia Eckert o Banco de Imagens e Efeitos Visuais, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, referência em antropologia visual no país por seu trabalho com memória coletiva.</span></span><span style="mso-spacerun:yes"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Buscando tornar mais conhecida uma antiga tradição cuja manifestação concreta são os rituais e práticas realizados pelos religiosos de matriz africana no interior e arredores do Mercado Público o documentário busca a construção de uma narrativa que permita ao espectador um passeio no tempo e nas transformações da cidade de Porto Alegre, do ponto de vista dos negros. Conforme a tradição, no centro do Mercado, no meio da encruzilhada que o funda está "sentado" o orixá Bará - entidade responsável pela abertura dos caminhos e pela fartura. Uma tradição que remonta o Mercado como um espaço de reconhecimento e reivindicação da população afro-descendente e da cultura negra da cidade de Porto Alegre. O documentário integra o projeto “Os Caminhos Invisíveis do Negro </span></span><st1:personname productid="em Porto Alegre" st="on"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">em Porto Alegre</span></span></st1:personname><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">: A Tradição do Bará do Mercado” patrocinado pela Petrobrás através da Lei Federal de Incentivo a Cultura. Tem produção de Anelise Gutterres, Fotografia de Rafael Devos, captação sonora de Viviane Vedana e edição de Alfredo Barros. O projeto foi realizado pela Secretaria Municipal da Cultura da Prefeitura de Porto Alegre em parceria com o CEDRAB. </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><o:p></o:p></span></span></span></p></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Comentário de Bábà Diba de Iyemonjá</span></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"> após a exibição do documentário "A Tradição do Bará do Mercado Público: Os caminhos invisíveis no negro em Porto Alegre".</span></span><div><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div><br /></div><div style="text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxckY7qE4qMkQEVBVzfgi1lpsJH9XeNVXMhZPUme9UpGPK_YSu-Dt8ifsNh3JrCFJBIm-dJrRDT3Ph8SpLPRg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></div>Memória e Patrimônio em Dois Cliqueshttp://www.blogger.com/profile/16214684511514986773noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5155729762842599856.post-67177563490601708392008-09-25T18:00:00.000-07:002009-02-02T06:44:24.795-08:00Conferência de Abertura Henri Gervaiseau<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Conferência de Abertura e exibição de documentários<br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">25 de setembro 2008 - 18hs</span></div><div><br /></div></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Tem Que Ser Baiano? </span>(Brasil, 1993, 42min.)</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Em Trânsito</span> (São Paulo, 2005, 98min.)<br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">Direção: Henri Gervaiseau<br /></span></div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">Henri Gervaiseau</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;"><br /></span></span></div></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';">Escola de Comunicação e Arte - USP</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms';">Centro de Estudos da Metrópole - FAPESP</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">Não sei se é boa tarde ou se já é boa noite, mas enfim... Boa noite. Em primeiro lugar muito obrigado pelo convite, à Ufrgs, à Cornelia, à Anelise, que ainda não tive o prazer de conhecer, mas que intermediou grande parte da minha vinda aqui. Ao Rafael, a este grupo de pesquisa. Estou muito contente de estar aqui com vocês hoje.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';font-size:13px;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dyWPfdWMWZn0MPnT6pOdi47vZqblc-yLelhAt2vdN758L2a4g21hbYM4fvnS7pjdH1vO6U39FVPQwtZpeJrNA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';font-size:13px;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">Eu vou falar um pouco destas questões que foram levantadas aqui, mas muito em cima desta experiência de realização desse filme, particularmente, desse vídeo, "Tem que ser Baiano" e um pouco do "Em Trânsito" e talvez ainda de um outro trabalho que eu esqueci de sugerir que também passasse aqui porque tem a ver com imagens de acervo. É um pequeno clipe de três minutos e meio que eu fiz em 1988/1989 a partir de uma música do Gilberto Gil que se chama "Touchez pas mon potte". Touche pas mon potte seria, traduzindo para o português, não toque no meu chapa, não toque no meu amigo. Era o lema de uma associação anti-racismo que se chamava SOS-Racisme, cujo presidente na época tinha um nome bastante interessante, se eu for traduzir o nome do presidente desta associação, chamava-se “Desejo de Harlem”, Harlem Desir. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Enfim, a França é um país que tem uma tradição de acolhimento de exilados, de gente de tudo quanto é canto. É uma terra de acolhimento e ao mesmo tempo é um país que tem uma tradição minoritária, mas bastante forte, que hoje em dia tem mais força do que no passado, que é uma tradição de direita, e é até uma tradição que poderíamos dizer de extrema direita. Até tem um restaurante aqui em Porto Alegre que para mim é um pouco chocante, eu gosto muito de ir lá quando estou aqui, chama-se Ocidente. Na minha memória de jovem parisiense, Ocidente era um movimento de extrema direita que havia em Paris nos anos 70. Eu tenho 54 anos, naquela época eu era um jovem esquerdista e fazia muitas manifestações de rua contra a Guerra do Vietnã. A França é um país, Paris principalmente, é um lugar que se vai muito, se ia muito à rua para se manifestar a favor ou contra certas coisas, e o Ocidente era um grupo de extrema direita que saía à rua armado, enfim... Então foi criado esse movimento nos anos 80 basicamente, e o Gil fez essa música, que era ao mesmo tempo a época do centenário da abolição. Então, sendo franco-brasileiro, eu me sensibilizei muito por essa dupla efeméride, como se diz e pensei que seria interessante usar esse gênero videográfico do clipe para tematizar essa questão, ao mesmo tempo do preconceito e da luta contra o preconceito. E eu fiz isso muito em cima de imagens de arquivo, particularmente de fotografias, na idéia de que isso</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"> é um dos aspectos do interesse de se usar imagens de arquivo. Você recupera imagens de momentos emblemáticos, que o seu expectador pode não ter conhecido, se o expectador é mais jovem, ao mesmo tempo, você pode trazer imagens também que os outros expectadores viram. E o fato de você trazer à lembrança aquela imagem que já tem um certo tempo, e você associá-la a outras, pode ter algum tipo de impacto na mente do expectador, já que, como vocês sabem, a nossa memória, ela é composta basicamente de imagens, o fenômeno mnônico, o fato de você se lembrar de alguma coisa que desperta o processo de lembrança, pode vir de várias formas, pode ser um cheiro, pode ser uma música, mas na nossa mente, as lembranças, elas são como se fossem fotogramas, mas que não tem uma base fotoquímica, e sim um substrato mental. Então, você usar imagens de arquivo também pode ajudar a ter certo tipo de impacto no espírito, na mente do expectador.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Eu me interesso por este tema da migração nordestina há bastante tempo, sou filho de um francês com uma cearense e sempre me interessei muito por este aspecto da migração que é um fenômeno social que tem importância talvez menos contundente no Brasil de hoje, mas que já teve uma importância muito grande no curso do século 20, de movimento de população e de mão-de-obra entre as regiões brasileiras, foi algo constitutivo de nosso país. Tanto no final da escravidão, do tráfico de escravos, tráfico intraprovincial de escravos, quando a escravidão, o tráfico de escravos foi proibido, como depois com o chamado mercado de trabalho nacional se constituiu, o mercado de trabalho livre, e depois enfim na história então da urbanização brasileira. Um fenômeno bastante significativo e hoje em dia, por exemplo, em São</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"> Paulo o fenômeno da migração não tem a mesma importância, não aportam tantas pessoas de fora, mineiros e nordestinos, como aportavam em outras épocas. Mas é um fenômeno que teve importância muito grande na história tanto do estado de São Paulo, quanto na história da metrópole paulista. E é uma história que é muito pouco conhecida na verdade, então eu me interessei muito por esta história e realizei no início da década de 80 uma série de entrevistas de história oral com imigrantes nordestinos. Eu estudei e percorri muitos arquivos e no início dos anos 90 quando reuni um pouco mais de elementos para poder produzir um documentário, que foi feito na época com muito pouco recurso, o fenômeno estava adquirindo um caráter um pouco diferente. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">São Paulo é uma cidade que tem uma história muito peculiar, ao mesmo tempo em que tem uma tradição de esquerda - qualquer que seja a apreciação que se faça hoje em dia sobre o PT, em São Paulo, ou no Rio Grande do Sul, de que o PT foi forte em São Paulo e ainda é, o movimento social é muito forte - ao mesmo tempo há cidades brasileiras que tem uma tradição conservadora e uma tradição de direita, embora a direita aqui no Brasil não se declare como tal, não tem uma plataforma clara como na França. São Paulo tem uma tradição conservadora antiga e ao mesmo tempo em que é uma grande metrópole, é uma metrópole que ao menos até recentemente era bastante provinciana. Os paulistas têm uma espécie de fundo, vamos dizer assim, oligárquico autocentrado, e isso mudou e tem mudado bastante, </span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">mas em São Paulo você se depara com uma tradição de autocentramento. Isso junto com uma certa raiva pela vitória da Erundina, no período ainda um pouco complicado da história recente do Brasil, quer dizer, o último presidente militar saiu em 85, depois disso tivemos o Sarney. A Erundina se elegeu em 1988, havia uma raiva muito grande por parte de certos setores conservadores paulistas pela eleição de uma nordestina de origem modesta como prefeita. Então é uma mistura de raiva de um certo eleitorado conservador com a manipulação dessa raiva por parte de políticos de direita, misturado com a crise econômica e social que o Brasil vivia no início do Governo Collor. Todo esse caldo de culturas, tinha uma conjuntura muito complicada nesse período.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">E eu quando retomei esse trabalho, esse tema, não tinha a priore a intenção de dirigi-lo muito para a atualidade, acabei pesquisando muito em acervo. E eu julguei que seria fundamental tentar contar um pouco dessa história muito mal conhecida da migração nordestina em São Paulo, de que na verdade nordestinos vieram para São Paulo inicialmente porque foram subsidiados, se pagava o transporte para as pessoas virem. Eu achei que era fundamental contar essa história usando vários tipos de materiais de arquivo: textos, mas também imagens e sons. E foi enfim o que eu fiz nesse documentário "Tem que ser Baiano", que por um lado usa muitas fotografias, tem fotografias do Cruzeiro, vários tipos de fotos da época dos anos 50, 40 e tal. Usa filmes de época, tem imagens que aparecem de caminhão pau-de-arara, como se chamou, é uma programação de cine jornal que se chamava “Bandeirantes na Tela”, um cine </span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">jornal da época dos anos 50, início dos anos 50, também cita um filme muito usado que é esse do café que é de 22, você vê o pessoal trabalhando no café. E eu também fiz uma pesquisa ampla num arquivo de um colecionador de música e canções populares, não sei se ele está vivo ainda, chamado Nirei, então todas as músicas, a maior parte das músicas usadas, fora a do Luiz Gonzaga que aparece no final, vem desse arquivo, e a música tema do filme que é “Tem que ser Baiano" eu descobri numa loja perto ali da Praça da Sé, foram canções da época, também anos 50 basicamente. Então eu fiz um mix, fui uma espécie de DJ audiovisual, usando imagens e sons de diversas procedências e numa postura que não é tanto do historiador no sentido mais rigoroso da palavra porque, por exemplo, tem uma seqüência no filme onde ao mesmo tempo em que surge um texto de um deputado estadual paulista na assembléia constituinte de 34, onde se discutia o subsídio à imigração, e que diz “queremos que os nordestinos venham, a lavoura cafeeira esta precisando”, esse é um texto de 34. As imagens que nós vemos são de 28. Não é um trabalho de historiador, mas sim de alguém que busca mais trabalhar com a memória e através desse entrecruzamento de fontes orais, imagéticas e textuais, visa problematizar a abordagem do assunto e também suscitar interrogações na mente do expectador. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">É claro que neste sentido a imagem mais uma vez tem uma função muito específica que é variável segundo o expectador, já que se o espectador já conhece aquelas imagens isso pode ter um certo tipo de impacto, se ele não as conhece isso tem um outro impacto.</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"> Ao mesmo tempo tem um jogo que você pode fazer na sua composição, na composição audiovisual, no conjunto do documentário produzindo, que é você mexer com a própria memória do expectador, por exemplo, nesse documentário tem muitas imagens que aparecem repetidas vezes, mas elas aparecem repetidas vezes associadas de forma diferente, a outras imagens. Então a primeira vez que a imagem aparece ela aparece dentro do contexto de um conjunto de imagens, associada a um certo tipo de som ou de falas, e ela ressurge depois associada a outras imagens, outras falas. Esse é um recurso que também mexe com a memória, aí no caso do expectador durante o próprio filme, isso é um tipo de procedimento que eu usei e que eu acho que é muito interessante de a gente usar quando vai fazer um documentário. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Eu fui muito influenciado por um grande cineasta armênio, que eu não sei se vocês já ouviram falar que se chama Pelechiam. Se vocês forem reparar, todos que se chamam iam são de origem armena, inclusive tem um homem que vende bonés numa das ruas ai de Porto Alegre que tem o nome iam e eu perguntei para ele e ele é de origem armena. Mas enfim o Pelechiam, grande cineasta armênio, muito pouco conhecido, ele veio ao Brasil numa mostra de cinema em São Paulo, nos anos 90 e não tinha um gato pingado na mostra dele porque essa coisa de divulgação e tal, mas é um dos grandes montadores de cinema, ele foi redescoberto na França e na Europa nos anos 80 e ele é um cineasta que tem uma teoria muito interessante resumida num artigo, é a teoria da montagem à distância. E os filmes dele me influenciaram bastante. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Na verdade ele retoma muito da grande tradição de uma certa vertente do cinema soviético dos anos 20, do Eisenstein e particularmente do Vertov, que é a de que a arte da montagem busca articular não apenas fotogramas contíguos: como é que se relaciona um fotograma após o outro, como é que você liga uma imagem após a outra; mas que a arte da montagem, ou a arte dos intervalos para retomar a terminologia que o Vertov usava, ela também tem a ver em como criar uma distância entre fotogramas: como ao longo de um filme você pode articular fotogramas criando uma distância entre um momento e outro que passa o mesmo fotograma. Você muda o contexto em que o fotograma apareceu a primeira vez, em que ele é repetido na segunda vez e isso tem uma importância grande na mente do expectador e também no tipo de produção de sentido que a associação de imagens pode sugerir já que evidentemente como vocês sabem a produção de sentido ela se dá muito como na poesia no cinema pela associação das imagens. No caso deste trabalho eu tinha lido e tinha visto alguns filmes do Pelechiam e aquilo ali me impressionou bastante, me influenciou bastante então foi uma forma que eu tive de pensar a montagem desse filme.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Eu acho que o documentário se presta muito a isso, na medida em que ele tem uma liberdade de composição, não é um discurso científico racional, que deve produzi</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">r enunciados unívocos, que tenham apenas um sentido, o documentário em grande parte é um discurso, visa produzir um discurso de cunho poético, cujo entendimento, cuja leitura não é homogênea. A sucessão das imagens pode querer dizer várias coisas, o documentário se presta também ao uso de fontes escritas, imagéticas e sonoras. O documentário ele pode ser interessante também no sentido do quê resulta do confronto entre fontes diversas, o que resulta do confronto de uma imagem, de uma fotografia antiga, de uma canção antiga e o discurso atual? Como você pode suscitar novas reflexões, novos pensamentos, através desse confronto? Não usar apenas uma imagem ou um som antigos, uma fotografia, apenas como um elemento de prova, como se fosse um documento jurídico, numa argumentação de um advogado, uma prova pericial. A imagem fotográfica particularmente tem esse caráter indicial, é um vestígio, é um rastro de algo que efetivamente aconteceu, então tem essa dimensão de prova, vamos dizer assim, mas ao mesmo tempo você pode usar essas fontes e o confronto de fontes para produzir interrogações não é.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Outro aspecto que me parece também interessante no uso de filmes, fotos, imagens e sons de arquivo é que, justamente como parte das imagens ou dos sons que você usa pode ter tido uma recepção por parte do seu público antes, você está também de alguma forma lidando com o limiar da memória das pessoas, da memória individual das pessoas, da memória coletiva. Então se você viu determinado filme, ou viu determinada foto emblemática, em determinado período, isso também cria um certo tipo de impacto na memória do expectador.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Tem um outro aspecto também que a gente pode pensar do trabalho do documentarista neste sentido, relacionado a um trabalho de produção de uma memória, que é não apenas a incorporação de fontes pré-existentes, sejam fotos, sejam filmes, sejam sons, músicas, programas de televisão. O documentarista, usando material audiovisual ou escrito pré-existente ou não, ele de alguma forma está produzindo de uma forma consciente, um documento. Ele se preocupando no momento de editar, registrando as suas cenas, suas situações da vida cotidiana, de entrevistas, ele de alguma forma se preocupando em constituir uma memória na medida em que o registro audiovisual se constitui efetivamente, pode se constituir em algum tipo de documento. Por isso até que… se bem que esse termos de documentário né que hoje a gente usa comumente assim como tudo que é não ficção de alguma forma… tudo que é não ficção não, ai já fica um pouco mais complicado, porque sei lá, é… programa de televisão, a Xuxa, sei lá que não é uma ficção, não é um documentário. Mas o termo documentário é um termo relativamente recente, e até o termo de não ficção também. Para que algo se chame de não ficção tem que ter uma evidência, para que a gente consiga chamar algo de não ficção, isso pressupõe que existe algo que a gente chama de ficção. Então isso nasceu com o cinema. Já que documentário pode haver documentário biográfico, documentário televisivo é algo que vem já do cinema, e quando o cinema nasceu não existia por um lado o campo do documentário e por outro lado o cam</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">po da ficção. O campo da ficção e o campo da não-ficção, isso é algo que foi progressivamente se constituindo. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';font-size:13px;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dy8UflerfRwwF88BdegdhDRsFBdGofJOtcSt7Sn6SlBt4Ig8ewWhE8DB7Hy0NlkgvJSVRFXWRuZ3grKRe-ypw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';font-size:13px;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Mas então é esta dimensão de documento, o documentarista deve se preocupar com a dimensão do registro que ele é capaz de produzir. E nesse caso, tanto quando eu fiz esse documentário “Tem que ser Baiano” que vocês viram, quanto muitos anos depois este outro que talvez parte de vocês vejam aqui, se tiverem paciência de ficarem tanto tempo aqui dentro, que vai passar daqui a pouco, me preocupei de forma diversa, com essa dimensão do registro. De que forma? Por um lado, por exemplo, no caso do “Tem que ser Baiano”, voltando àquelas questões da direita conquistando o pensament<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;font-size:16px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:13px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">o conservador, etc. isso é algo próprio da sociedade brasileira, não é uma tradição, por parte do pensamento conservador, e dos políticos que tem uma atuação que pode ser qualificada mais conservadora, de ter um discurso ideológico muito explícito em defesa de suas posições conservadoras. Sabemos, geralmente são posicionamentos excludentes, que visam a defender os interesses de porções mais privilegiadas da sociedade. E nós sabemos que a sociedade brasileira é uma sociedade excludente. Não é por acaso que até hoje, por mais que haja um progresso neste sentido, a sociedade brasileira é uma das sociedades mais desiguais do planeta, onde a concentração de renda é maior e onde há uma distância mais quilométrica entre quem ganha pouco e quem ganha muito. Enfim, não vou rebater aqui coisas que são conhecidas de todo mundo, mas o fato é que n</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:13px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">ão há, como na França, por exemplo, um pensamento tradicional de direita, que se afirme de direita. Aqui ninguém diz que é de direita. Eu achei que no contexto do tipo de discussão que me interessava favorecer com esse filme, desse documentário, eu deveria registrar o pensamento conservador. Tanto o pensamento conservador de figuras que poderiam ter um discurso ideológico mais explicito, como são estes vereadores e deputados estaduais que eu entrevistei e que aparecem neste documentário, como de pessoas comuns de São Paulo, percorrendo algumas ruas, de alguns bairros onde o eleitorado tradicionalmente vota na direita, como a Mooca.</span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Isso é um tipo de registro, um tipo de fonte que o documentarista pode produzir, para sua finalidade imediata, o documentário que ele vai produzir, como também aí sendo uma espécie de produtor de documentos para o historiador no futuro, por exemplo. Quando eu fiz o “Em Trânsito”, que é um outro tipo de trabalho, foi um documentário basicamente sobre o dia-a-dia de pessoas<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;font-size:16px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:13px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> no trânsito e no transporte público em São Paulo e na grande São Paulo, sobre os trajetos das pessoas, nos trens, metrôs, ônibus, carros, motos. Por outro lado, o filme também conta com algumas conversas, alguns diálogos de profundidade, com algumas pessoas, que partilham sempre desse dia-a-dia e que, no dec</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:13px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">orrer da conversa, se a conversa era boa, abordava outras questões que estavam ligadas ao dia-a-dia, que permitiam ver como é esse dia-a-dia mais prosaico possível. Todo mundo tem que fazer isso, sair de casa para ir trabalhar, é algo bastante universal digamos assim essa necessidade, bastante banal, ocorre que isso se liga com outras dimensões da vida, sobretudo numa cidade em que as pessoas passam muito tempo fazendo isso, porque a cidade é muito grande e porque o transporte público é complicado. E tem coisas banais para a gente que vive no dia-a-dia, certamente vocês conhecem aqui Porto Alegre… é freqüente, num sinal, num engarrafamento, enfim, você estar dentro do seu carro e ter gente que é ambulante, que vende mercadorias na rua. Isso é banal na cidade. Quando eu estava fazendo esse documentário, no dia, por exemplo, que a gente estava gravando numa rodovia, eu fiquei pensando assim “bom, mas, isso é banal, é cotidiano”. Mas ao mesmo tempo isso é interessante, a gente gravar o que é banal, o que é cotidiano, esse tipo de relação humana que se estabelece neste tipo de situação, que a gente acha completamente banal. </span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Neste sentido, o fato de ser franco-braslieiro, de ser de dois lugares, poderia ser franco-árabe ou brasileiro-sueco, o que importa mesmo no fato de ser de dois lugares é que ajuda você a ver de forma estranha o que é o familiar, não é isso? Porque é sempre interessante você fazer isso, você olhar para o que é banal, para o que é óbvio, com um olhar de estrangeiro. Eu pensei na Fr<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;font-size:16px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:13px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">ança, por exemplo, em Paris, isso não acontece com tanta freqüência como acontece em São Paulo, no Rio ou em </span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:13px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">outras metrópoles brasileiras, você ter neguinho lá com um monte de bugigangas, bichinho de pelúcia e de negócio de celular, não sei o quê, que vende e aí a pessoa no carro passa todo o dia por lá, uma mulher burguesa, então a filha dela é amiga da menininha que está lá com o pai vendendo bugiganga. Normalmente esse contato não é tão comum. Então isso também eu acho que é algo, o documentarista no presente, tentando documentar algo do dia-a-dia e registrando algo daquele dia-a-dia, pensando que esse dia-a-dia do presente pode dizer alguma coisa sobre a sociedade em que ele se encontra, e ao mesmo tempo pode vir a ser um documento no futuro, de como as pessoas viviam naquela sociedade, naquele momento. Isso evidentemente não fui eu que inventei, esse tipo de postura é algo bastante presente na preocupação de quem registra… a partir do momento em que o registro… a possibilidade de você registrar fragmentos do dia-a-dia, fragmentos do cotidiano, a partir do momento que os artefatos técnicos permitiram, de uma forma que isso fosse possível, essa idéia já se encontrava. </span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Por exemplo, não sei, o grupo aqui da UFRGS deve acompanhar isso, eu por acaso estou trabalhando em alguns vídeos, em função do meu trabalho lá na USP, e eu estava revendo esse livrinho aqui, um livro que estuda a fotografia e o documentário alemão e americano dos anos trinta e como naquele período muitos fotógrafos escreveram em revistas a idéia de um estilo documental e como essa discussão não apenas uma discussão acadêmica, mas isso também essa discuss</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">ão em revistas etc. e tal resistiu porque essa é uma prática fotográfica no presente. Então havia um diálogo entre os fotógrafos escrevendo no espaço acadêmico, e os fotógrafos vamos dizer assim produziam textos, e Isso é algo presente, p<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;font-size:16px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';font-size:13px;">or exemplo, no projeto de uma fotógrafa americana desse período, dos anos trinta, que é a Abbott, ela tem um projeto muito importante, salvo engano eu me lembro que se chamava Changing New York, “Nova York mudando”. A idéia era fotografar de forma sistemática e contínua Nova York, porque a cidade estava evoluindo. Então essa idéia do registro, particularmente na fotografia americana dos anos trinta é algo presente em muitos projetos, e tem muitas iniciativas. </span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Tem um cara que é contemporâneo da Nouvelle Vague, muito amigo do Godard, que se chama André Labarthe. Ele fez muitos programas de TV, uma série muito interessante que se chama “Cinema de notre temps”. Eu nunca vi os trabalhos dele, mas ele conta numa entrevista que ele mora em Paris, no mesmo lugar há 30 anos, e todo ano ele vai à mesma esquina com uma câmera 16 milímetros, e ele filma durante várias horas aquela esquina, mais ou menos na mesma posição. Eu não sei se ele já fez alguma coisa dessa gravação, acho até que tem um filme de ficção de um escritor americano que retoma um pouco uma idéia parecida, o “Cortina de Fumaça”. Não sei se esse realizador americano soube dessa história do André Labarthe, mas tem alguém que está fazendo isso efetivamente há 20 anos. Então essa idéia de você i</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">ntencionalmente produzir no presente um registro, isso pode ser algo que é produzido profissionalmente, com vistas a uma utilização futura, mas que não é jogado na visão imediata dos contemporâneos. Você de alguma forma, como esse André Labarthe, está filmando, mas isso não está circulando. É a constituição de uma espécie de arquivo, vamos dizer assim, ou você pode também, como é o meu caso, você está realizando um documentário, tentando de alguma forma documentar a sociedade em que você vive e fazendo circular essas imagens, mas tentando também ter um olhar ligeiramente distanciado deste dia-a-dia.</span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Eu vou ler aqui as minhas anotações do que eu preparei aqui um pouco para comentar e algo que eu preparei tem a ver com a correspondência que eu troquei com a Anelise, quem é ela aqui hoje?</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Eu estou aqui dialogando de alguma forma com algo que ela me colocou que seria interessante que eu comentasse algo sobre os itinerários urbanos presentes nos documentários que eu fiz, a questão da sociabilidade, que eu acho que são temas que vocês trabalham aqui, então que seria interessante falar alguma coisa…</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Já vindo para essa questão que tem mais a ver diretamente</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"> com o “Em Trânsito”, filme que vai passar aqui. As pessoas, efetivamente hoje em dia… São Paulo talvez seja um fenômeno mais sofrível do que em outros lugares, nós passamos hoje muito tempo em transporte e nesse tempo que nós passamos em transporte, muitas coisas acontecem, quando estamos nos deslocando. Tanto quanto nós nos deslocamos a pé, por um certo tipo de sociabilidade que pode acontecer, como quando estamos nos meios de transporte coletivos, como ônibus, metrô, trem, como quando nós estamos dentro de um carro. São tipos de sociabilidades diferentes. Isso então era algo que me interessava muito quando eu pensei em produzir um documentário sobre essas questões. E ao mesmo tempo me interessei um pouco, e isso vai muito <span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;font-size:16px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:13px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">da influência do De Certeau, que é um grande etnógrafo, historiador, enfim, ele era um monte de coisa ao mesmo tempo, que é um homem que escreveu um grande livro que chama a Invenção do Cotidiano, ele se interessava muito pelo quê as pessoas fazem, como é que as pessoas numa situação em que elas não escolheram, vou aqui resumir de uma forma um tanto sumária parte das questões que De Certeau colocava, mas um dos aspectos que ele chamou a atenção é que hoje em dia, no mundo contemporâneo, as pessoas vivem em situações que elas a priori não inventaram, mas como dentro destas circunstâncias que elas não inventaram, elas conseguem inventar? Você passa três horas num ônibus para ir da zona sul de São Paulo, ou do centro de São Paulo para a zona sul. Você vai ficar lá sofrendo essas três horas, se lamentando porque “nossa, mas que desgraça</span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:13px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">, todo dia essa desgraça e tal” ou você vai procurar fazer algo nessas três horas, você vai procurar reinventar algo dessa adversidade. Não sei se vocês sabem, mas esse é um fenômeno muito interessante, acho que o hip hop aqui em Porto Alegre é algo, pelo menos até recentemente pelo pouco que eu sei, e eu sei muito pouco, me parece que não é um fenômeno desprezível aqui em Porto Alegre. Se não é em Porto Alegre, ainda menos em São Paulo. Muito do pessoal do hip hop se conheceu em ônibus, até um dos personagens que aparece no “Em trânsito” é um happer que conta que nos anos 90 todo dia, ele era Office boy e tinha que ir do centro de São Paulo onde ele trabalhava, para a zona sul onde ele morava e que tinha um samba de primeira, toda a sexta feira, particularmente. Enfim, isso é um certo tipo de sociabilidade…</span></span></span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Outra forma de sociabilidade é a reserva, que é algo que a Rita trabalhou bastante aqui na… no trabalho dela, enfim muita gente se interessa pelo que o Simmel tematizou, a solidão do cidadão metropolitano, dentro da multidão você evita o contato, porque é um excesso de contato, excesso de possibilidades de contato. Então as pessoas se fecham, isso é uma sociabilidade às avessas, mas não deixa de ser um fenômeno de sociabilidade, quer dizer, você evita o contato, mas você evita o contato porque ele é possível, porque há um excesso de contatos possíveis, você quer proteger </span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">a sua individualidade, e é claro que o fenômeno mais radical disso é o cidadão recluso no seu automóvel, com o seu vidro fumê, com medo de ser assaltado. Enfim, tudo isso são fenômenos contemporâneos de sociabilidade, você tem também outro tipo de fenômenos que são manifestações religiosas que podem acontecer particularmente nos trens, eu não sei se isso acontece nos trens de subúrbio aqui em Porto Alegre, mas no Rio e em São Paulo isso é um fenômeno muito presente, em certos tipos de linhas. Isso se dá também é claro pela necessidade que as pessoas têm de se agregar através de ritos religiosos e também pela dificuldade que elas têm de realizar isso no seu dia-a-dia fora de um espaço mais ritualizado que é um templo. Então já que o meio de transporte se transformou num lugar de passagem em que se passa muito tempo, um certo tipo de sociabilidade muito específica se reproduz nestes meios de transporte como uma questão muito fundamental do mundo contemporâneo. Isso me interessou bastante. </span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Quanto aos trajetos, isso tem a ver também com essa questão, quer dizer, os trajetos que as pessoas realizam numa metrópole são diferenciais, tem muito a<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;font-size:16px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:13px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> ver evidentemente com o tipo de grupo social ao qual você pertence, tem a ver com o lugar que você mora. Interessou-me bastante, ao mesmo tempo vendo aqui os pontos sugeridos também para eu poder dizer alguma coisa para vocês, de dialogar com vocês a partir do que a anelise sugeriu, esta questão dos cenários urbanos, como é que a gente vê a cidade quando estamos num meio de transporte? Isso </span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:13px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">é um certo tipo de visão que se tem da cidade, você vê em geral a cidade emoldurada através de um quadro que é a janela. Em geral as janelas, pelo menos dos trens de subúrbio no Rio de Janeiro e São Paulo, elas são mais opacas, são mais fechadas, então você não vê muito a paisagem urbana. Em compensação em São Paulo você tem o metrô subterrâneo, mas você tem também o metrô que passa, não sei se chama assim, na França se chamava metrô aéreo, metrô que passa como se fosse uma espécie de trem, não passa num túnel, ele passa no meio da cidade. A janela do vagão é ampla, então você vê a cidade através dessa janela e tem um certo tipo de percepção da cidade. Da mesma forma, quando você está no ônibus você tem um certo tipo de visão através da janela. E muita gente que vive uma vida puxada, muito do desfrute visual que essa pessoa pode ter da cidade em que vive, é um recorte fragmentário que se dá através do enquadramento oferecido pela janela. </span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Enfim, são muitos trajetos e muitas visões que você pode ter, a visão que você pode ter, por exemplo, o tipo de apreciação visual que você pode ter da paisagem urbana, é diferente se você circula de moto. Uma coisa é você ter essa experiência sensorial “na vida real”, na vida que você realiza, na experiência sensorial que você vive no seu corpo, com o seu corpo, quando você está como terráqueo,<span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:Georgia;font-size:16px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:13px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';"> dentro de um meio de transporte qualquer e quando você está andando. Outra cosia é a experiência que você tem desse tipo de circulação visual do cenário urbano quando você está sentado numa sala de cinema ou em frente </span></span><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style=" ;font-size:13px;"><span class="Apple-style-span" style=" ;font-family:'trebuchet ms';">ao seu vídeo, quando essa paisagem urbana lhe é oferecida para ser vista por um filme, porque ai evidentemente que o cineasta ou o videasta, qualquer que seja o termo que se use, ele pode lhe dar uma apreciação, construir um movimento cinético de um certo tipo, ele pode recortar essa paisagem e remontá-la na cena que ele quiser de um jeito X, para produzir um certo tipo de efeito, na mente do expectador.</span></span></span></span></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Enfim, não sei se está muito fragmentado, muito misturado, o que eu estou colocando aqui para vocês, talvez seja interessante, não sei se há tempo, se houve alguma obscuridade, que eu comentei aqui de forma um tanto improvisada, se alguém teria alguma pergunta ou… teria prazer em responder…</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">Então muito obrigado pela presença de vocês.</span><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style=" "><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Memória e Patrimônio em Dois Cliqueshttp://www.blogger.com/profile/16214684511514986773noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5155729762842599856.post-5873753474496614602008-09-21T17:47:00.000-07:002008-09-24T11:35:55.397-07:00Programação Completa do I Clique<meta name="Generator" content="Microsoft Word 11"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 11"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CADMINI%7E1%5CLOCALS%7E1%5CTemp%5Cmsohtml1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><style> <!-- /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} p.MsoPlainText, li.MsoPlainText, div.MsoPlainText {margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Courier New"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} @page Section1 {size:595.3pt 841.9pt; margin:70.85pt 57.6pt 70.85pt 57.6pt; mso-header-margin:35.4pt; mso-footer-margin:35.4pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><span style="font-weight: bold;">Dia 25 de setembro 2008 </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Horário 16:00hs –18:30hs Mostra Livre de filmes documentários tendo por base pesquisa em acervo e museus – a exibição dos filmes será seguida de um debate com os pesquisadores do BIEV e Núcleo de Antropologia Visual<span style=""> </span>– Laboratório de Antropologia Social - UFRGS<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><span style="font-weight: bold;">Hércules 56 (Brasil, 2006, 93min.) – 16hs</span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Direção e Roteiro: Silvio Da-Rin<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Documentário sobre a luta armada contra o regime militar, focado no seqüestro do embaixador Charles Elbrick, ocorrido na semana da Independência de 1969. Em troca do diplomata, foi exigida a divulgação de um manifesto revolucionário e a libertação de 15 presos políticos, representantes de todas as tendências que combatiam a ditadura. Banidos do território nacional e com a nacionalidade cassada, foram conduzidos ao México no avião da FAB Hércules 56.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><span style="font-weight: bold;">Tem Que Ser Baiano? (Brasil, 1993, 42min.) 17:33</span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Direção: Henri Gervaiseau<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Produtora: Alô Vídeo<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Sinopse: O vídeo mescla sequências de entrevistas e imagens do passado e do presente da comunidade nordestina em São Paulo. Depoimentos de migrantes nordestinos anônimos e famosos, como Lula e Luiza Erundina, misturam-se com entrevistas de habitantes da metrópole e de políticos paulistas conservadores. Completam esse painel discursos de políticos dos anos 30, manchetes de jornais, fotografias, músicas, vídeos e filmes.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><span style="font-weight: bold;">Horário 18:30hs - Conferência de Abertura e exibição de documentário</span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Com a presença do documentarista Henri Gervaiseau<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><span style="font-weight: bold;">Exibição do Documentário “Em Trânsito” (São Paulo, 2005, 98min.) 19:50hs</span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Sinopse: A cidade de São Paulo tem 17 milhões de pessoas que, através dos mais variados meios de transporte, circulam diariamente por 1512 quilômetros quadrados. De casa para o trabalho, e vice-versa, são gastas horas todo dia. 15 pessoas que enfrentam este cotidiano diariamente dizem como lidam com este tempo de espera. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Direção, Roteiro e Produção: Henri Arraes Gervaiseau<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p>
<br /></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p></o:p><span style="font-weight: bold;">Dia 26 de setembro</span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Horário 16:00hs –18:30hs Mostra Livre de filmes documentários tendo por base pesquisa em acervo e museus – a exibição dos filmes será seguida de um debate com os pesquisadores do BIEV e Núcleo de Antropologia Visual<span style=""> </span>– Laboratório de Antropologia Social - UFRGS<o:p></o:p></span></p> <p style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;" class="MsoPlainText"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;" class="MsoPlainText"><span style="" lang="PT-BR">Nós que aqui estamos por vós esperamos (São Paulo, 1998, 73min.) – 16hs<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><span style="font-weight: bold;">Direção: Marcelo Masagão</span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Leitura cinematográfica da obra Era dos extremos, do historiador britânico Eric Hobsbawm, a produção mostra, através da montagem das imagens produzidas no século XX e de uma música melancólica e penetrante composta por Wim Mertens, o período de contrastes entre um mundo que se envolve em dois grandes conflitos internacionais, a banalização da violência, o desenvolvimento tecnológico, a esperança e a loucura das pessoas. O título do filme vem do letreiro disposto em um cemitério localizado na cidade de Paraibuna, no interior do Estado de São Paulo, onde se lê, por extenso, Nós que aqui estamos por vós esperamos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><span style="font-weight: bold;">Noite e Neblina (França, 1955, 32min.) 17:15h</span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Direção: Alain Resnais<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Realizado em 1955, a partir de um convite feito ao cineasta, pelo Comitê da História da Segunda Gerra Mundial, o filma tinha como objetivo, comemorar o segundo aniversário da libertação dos campos de concentração. Mas o impacto das imagens de Noite e Neblina, que ainda hoje assombram a humanidade, e do texto do escritor Jean Cayrol, um ex-prisioneiro do campo de Orianemburgo, suplantaram a sua intenção de memorial dos desaparecidos e transformaram-se num "dispositivo de alerta", contra o nazismo e todas as formas de extermínio. Mesclando imagens coloridas dos campos abandonados e filmes de arquivos, Alain Resnais nos dá, segundo François Truffaut, "uma lição de história, inegavelmente cruel, mas merecida". <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">A Cidade e o Tempo (Porto Alegre, 1970, 11min.) 17:50<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Direção: Antônio Carlos Textor<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Uma visão da Porto Alegre do início do século. Conjugando imagens do passado a um recitativo poético, o filme tenta, através do lento fluir das imagens e dos sons, reconstituir um clima que evoque o tempo perdido de uma cidade que já não existe.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;" class="MsoPlainText"><span style="" lang="PT-BR">Horário 19 h 00 -<span style=""> </span>Simpósio e exibição de documentário<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Simpósio: A pesquisa com imagens na construção da memória da cultura afro descendente em Porto Alegre<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Conferencistas: Ana Luiza Carvalho da Rocha, Rafael Devos, Anelise Guterres, Viviane Vedana, Babadiba de Iemanjá.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><span style="font-weight: bold;">Documentário Etnográfico "A tradição do Bará do Mercado Público” (Porto Alegre, 2008, 55min.)</span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Direção: Ana Luiza Carvalho da Rocha. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">O documentário A Tradição do Bará do Mercado traz os relatos de 7 religiosos de matriz africana sobre o fundamento afro-religioso chamado O Bará do Mercado Público, a partir dos percursos e experiências urbanas desses negros na cidade de Porto Alegre. Os entrevistados: Adãozinho do Bará, Mãe Norinha de Oxalá, Mestre Borel, Mãe Maria de Oxum, Mãe Angélica de Oxum, Pai Nilsom de Oxum, Babadiba de Iemanjá integram a CEDRAB – Congregação em Defesa das Religiões Afro-brasileiras – fundada em 2004 por Mãe Norinha de Oxalá grande idealizadora do projeto. Como diretora do documentário está a antropóloga Ana Luiza Carvalho da Rocha, que coordena junto com Cornelia Eckert o Banco de Imagens e Efeitos Visuais, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, referência em antropologia visual no país por seu trabalho com memória coletiva.<span style=""> </span>Buscando tornar mais conhecida uma antiga tradição cuja manifestação concreta são os rituais e práticas realizados pelos religiosos de matriz africana no interior e arredores do Mercado Público o documentário busca a construção de uma narrativa que permita ao espectador um passeio no tempo e nas transformações da cidade de Porto Alegre, do ponto de vista dos negros. Conforme a tradição, no centro do Mercado, no meio da encruzilhada que o funda está "sentado" o orixá Bará - entidade responsável pela abertura dos caminhos e pela fartura. Uma tradição que remonta o Mercado como um espaço de reconhecimento e reivindicação da população afro-descendente e da cultura negra da cidade de Porto Alegre. O documentário integra o projeto “Os Caminhos Invisíveis do Negro em Porto Alegre: A Tradição do Bará do Mercado” patrocinado pela Petrobrás através da Lei Federal de Incentivo a Cultura. Tem produção de Anelise Gutterres, Fotografia de Rafael Devos, captação sonora de Viviane Vedana e edição de Alfredo Barros. O projeto foi realizado pela Secretaria Municipal da Cultura da Prefeitura de Porto Alegre em parceria com o CEDRAB. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;" class="MsoPlainText"><span style="" lang="PT-BR">Dia 27 de setembro<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><span style="font-weight: bold;">Horário 14 h as 18 h</span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Mini Curso com projeção de documentários (extratos): O filme como patrimônio da memória coletiva e a pesquisa em acervo fílmico para construção da memória da cidade.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Ministrante: Profa. Dra. Maria Henriqueta Credy Satt (PUCRS)<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Local: Cinema Redenção<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><span style="font-weight: bold;">Dia 28 de setembro</span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Horário 14h as 18 h<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR">Mostra Livre de Filmes Documentários com base em pesquisas em acervos e museus seguida de debate com os pesquisadores do BIEV – PPGAS - UFRGS<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoPlainText" style="font-family:trebuchet ms;"><span style="" lang="PT-BR"><o:p> </o:p></span></p> <p style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;" class="MsoPlainText"><span style="" lang="PT-BR">Museu da Maré – Memórias e (Re)Existências (Rio de Janeiro, 2007, 52min.) </span>14:10hs</p> <p face="trebuchet ms" class="MsoPlainText">Direção: Regina Abreu e Pedro Sol</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Produção: Imagine Filmes / Departamento de Museus – IPHAN</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">O filme “MUSEU DA MARÉ: MEMÓRIAS E (RE)EXISTÊNCIAS” apresenta experiência gestada a partir do ponto de vista de quem nasceu, cresceu e experimentou a vida em comunidades da favela da Maré no Rio de Janeiro. Narrado por moradores envolvidos no processo de criação do Museu, o filme é um convite à reflexão sobre o papel social dos museus no fortalecimento de vontades de memória capazes de construir referências para uma população que inventou formas de (re)existir. Organizado em doze tempos, como um calendário ou um relógio, o Museu da Maré focaliza diversos aspectos da vida social: a migração, a água, o trabalho, a casa, a resistência, o cotidiano, a fé, a festa, a feira, a infância, o medo e o futuro. Depoimentos e imagens de arquivo retomam a história das favelas no Rio de Janeiro e dialogam com a memória de moradores sobre temas relacionados à inserção no espaço urbano. O filme inaugura a “Coleção Museus Visitados” concebida e coordenada pelo Departamento de Museus e Centros Culturais do IPHAN/MINC com o intuito de difundir para televisões, museus, universidades, empresas, entidades não governamentais, comunidades e movimentos sociais novas experiências de construção da memória social e de exercício do direito à cultura.</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText"><o:p> </o:p></p> <p style="font-weight: bold; font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Mataram meu Gato (Rio de Janeiro, 2006, 16min.) 15hs</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Direção: Ana Rieper e Maria José Alfaro </p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Produção: Raccord Produções </p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Tempo de duração em minutos: 16’ </p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Entidade Patrocinadora: Petrobrás </p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Pesquisa desenvolvida por Mário Miranda Neto sob orientação de Simoni Lahud Guedes NUFEP e PPGA-UFF </p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Sinopse: Mataram Meu Gato é resultado da articulação de pesquisas costuradas ou empreendidas a partir de um esforço etnográfico na dita favela da Maré, Rio de Janeiro, que foi classificado como argumento para o filme .<span style=""> </span>Ao se aproximar do GRES (Grêmio Recreativo Escola de Samba) Gato de Bonsucesso, a etnografia apontou pertencimentos reivindicados e transmutados em acusações em razão da origem dos primeiros moradores da Nova Holanda - uma dos localidades da Maré. Ocorre que a Nova Holanda, no contexto sitiuacional das chamadas “Remoções de Favelas”, se apresentava como um CHP – Centro de Habitação Provisória, que recebia pessoas das mais diferentes localidades. Como se não bastasse os fazeres da escola de samba se confundiam com os lugares de onde as pessoas vinham, revelando toda uma dinâmica social desta “favela do estado” por surgir de uma política pública confirmadora de uma segregação espacial na cidade do Rio de Janeiro.</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText"><o:p> </o:p></p> <p style="font-weight: bold; font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">En remontant la Rue Villin (França, 1992, 49min.) 15 :20hs</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Direção: Georges Perec & Robert Bober</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Documentário produzido a partir de 500 fotografias obtidas ao longo de várias décadas. O filme deseja documentar o desaparecimento deste lugar tão caro ao escritor Georges Perec, religando estes restos históricos à sua obra e à sua biografia. Os realizadores utilizam-se da escritura fílmica a fim de “nomear para salvar do esquecimento”. Perec, famoso escritor francês, parte de fotografias de época para buscar um reencontro com o bairro e a rua de sua infância, que foram transformados ao longo do processo de reurbanização parisiense.</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText"><o:p> </o:p></p> <p style="font-weight: bold; font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Biografia de uma mina (Portugal, 1998, 45min.) 16:30hs</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Direção: Filipe Verde</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">A história social e econômica da Mina de S. Domingos, desde a descoberta do filão até ao seu encerramento.</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText"><o:p> </o:p></p> <p style="font-weight: bold; font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Rio de memórias (Brasil, 1992, 33min.) 17:15hs</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Direção: José Inácio Parente</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Realizado em 35mm/16mm em 1992, este documentário aborda a história do Rio de Janeiro e da fotografia de 1840 às primeiras décadas do século XX. As duas histórias se entrelaçam e se enriquecem mutuamente, fazendo do Rio de Janeiro uma das cidades mais fotografadas nesta época. A antropóloga Patrícia Monte-Mor participa da pesquisa e elaboração do roteiro.</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText"><o:p> </o:p></p> <p style="font-weight: bold; font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText"><o:p> </o:p></p> <p style="font-weight: bold; font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Horário 19 h 00</p> <p style="font-weight: bold; font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Conferência: Porto Alegre em imagens: a pesquisa em acervo para mostrar o meu canto no mundo</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Conferencista: Cicero Aragon e Jaime Lerner</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Documentário Porto Alegre meu canto no mundo: sobre a capital dos gaúchos (Porto Alegre, 2007, 74min.) – 19:15hs</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Direção Cicero Aragon e Jaime Lerner; Roteiro João Knijnik e Jaime Lerner; Duração 74 min; Ano 2007</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Através da filmagem da reconstituição de cenas que retratam alguns momentos de épocas longínquas e presentes, levaremos os espectadores a uma viagem ao passado.</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Contando com o relato de personalidades e de cidadãos porto-alegrenses apresentaremos o sentimento, a saudade de todos de uma Porto Alegre romântica, às vezes provinciana, que deixou saudades mas que ao mesmo tempo não para de atrair novos habitantes e de continuar a fasciná-los. </p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText">Compondo passado e presente através da utilização de fotos antigas, gravuras e filmes da história da cidade, Porto Alegre - Meu Canto no Mundo, de forma inédita será uma ferramenta de entretenimento e de história sobre a capital dos gaúchos.</p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText"><o:p> </o:p></p> <p style="font-family: trebuchet ms;" class="MsoPlainText"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoPlainText"><o:p> </o:p></p> Memória e Patrimônio em Dois Cliqueshttp://www.blogger.com/profile/16214684511514986773noreply@blogger.com0